quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

2011.

Enfrentar os nossos medos.

Encarar a dor.

Entender que o que ficou vai seguir em frente, porque deve.

Ser aquele que segue em frente apesar dos pesares.

Perceber que a vida não é um jogo, embora sejamos peças miúdas em um tabuleiro gigante.

Entender que somos pequenos e isso não significa que não sejamos importantes.

Ser aquele que realiza os sonhos.

E aquele que se permite ser surpreendido com o que não sonhava.

Ser aquele que diz o que sente, ou aquele que ao menos tenta.

Aquele que teme o necessário.

Ser aquele que se permite perder um pouco o juízo.

Soltar as algemas e amarras que tanta o podaram.

Perceber que às vezes, precisamos deixar de lado o nosso orgulho.

Ficar mais tempo com quem se ama.

Se dar mais prazer.

Valorizar quem se tem por perto.

Perceber a diferença sutil entre ser amado e ser desejado.

Amar.

Amar.

e Amar.

Errar.

Tropeçar.

Enlouquecer.

Andar na paulista durante a noite.

Andar na rua com chuva.

Escutar música. Cantá-la no carro, no metrô, na rua.

Rir com os amigos. Rir sozinho.

Dançar na sala.

Fazer aula de dança.

Beijar.

Fazer sexo.

Fazer amor.

Abraçar.

Acariciar.

Ouvir.

Escutar.

Entender.

Falar e dizer.

Escrever.

Aproveitar as oportunidades.

Fazer o melhor de si.

Guardar boas recordações.

Aprender com as coisas ruins.

2011.

Um ano onde eu passei a não conhecer tanto fora, mas conhecer muito por dentro.

Entender o sentido de amor próprio.

Entender o sentido da família em nossas vidas.

Respeitar que nem sempre as pessoas vão compreender o que pensamos e respeitar que pensem diferente.

Perceber que a pessoa que você ama pode ter o defeito que você menos suporta, mas que mesmo assim, mesmo com esse defeito, a pessoa que se ama é a única que consegue te fazer extremamente feliz.

Aceitar que nem sempre os sonhos são dados a pinturas preliminares. Às vezes eles se tornam arredios e se transformam a sua forma. Atenção para não deixá-los passar despercebidos.

Seguir finalmente o que se quer.

Não ter medo de tomar atitudes impetuosas ou arriscadas, mesmo que todos a sua volta o digam para não fazer, siga o seu instinto. Apenas você sabe se o que está fazendo te fará ou não feliz.

Se cuidar, por mais chato que seja tomar remédios, parar de comer o que se gosta ou fazer aquele exercício que tanto te cansa. Se cuide.

Perceber que amigos não são os que se lembram de você para te beijar ou te levar para cama. Mas o que lembram de você porque sentiram saudades.

Arriscar.

Se desculpar.

Perdoar.

O que posso dizer.

Esse ano eu me permiti.

2011 foi o ano da permissão.

Permiti me perceber e chorar.

Permiti tentar e errar.

Permiti me enganar quanto ao amor.

E me permiti amar de uma forma nunca antes amada.

Me permiti ficar em casa sem idéia do que fazer depois.

Me permiti ficar mais tempo com a família.

Me permiti comprar o que queria.

Me permiti tantas coisas.

E ainda sofri um pouco das escolhas passadas.

Das vezes em que calei meus prantos.

Estanquei e fingi ter curado machucados enormes.

Mas a vida é assim.

Ela te cobra, uma hora ou outro.

Ela te prova e nós devemos prová-la.

Os anos passam... passarão...e correm viu.

Quando você abre os olhos já o está fechando.

Pra que a pressa de fechá-los se é nos instante em que abrimos que o vivemos realmente?

A vida não é dada a ensaios.

A medos de fala.

Mas somos humanos e falhos.

Medrosos que necessitam sempre ser o centro de tudo.

Na família, na terra, no amor.

Somos iguais.

E o que vale, vai ser aquela lembrança boba de quando você saiu com sua amiga, mas você já nem lembra o assunto.

Ou quando você viu o seu namorando sorrindo feliz, mesmo depois de terem brigado na noite anterior.

Ou de ver a mensagem de um velho amigo dizendo sentir sua falta.

Talvez, quem sabe, quando lembrar que do nada, seu irmãozinho passou por vc e te beijou no rosto, sem que você pedisse.

Ou talvez daquele abraço na sua mãe, quando vocês se reconciliaram.

Ou talvez da vez em que você fez massagem no seu pai, que tava doente na cama, e de como isso o fez melhor.

E talvez você se lembre, da vez em que trancou a sua porta, colocou as músicas que mais gostava e dançou tanto, como se fizesse uma performance, e que depois deitou na sua cama e fechou os seus olhos exastos com o prazer de dançar.

Então, você aprende, com os seus 22 anos, que o que vale não são os 365 dias do ano que se passou. Foram talvez aqueles minutinhos... quem sabe juntando até algumas horas ou dias em que você se sentiu verdadeiramente completo e inteiro, em que você se sentiu amado e amou, em que você deu e recebeu e abraçou e beijou.

Aqueles momentos que ficaram gravados na memória.

Mesmo que tenha sido a última vez que você poderia ter dado coxinha para o seu pai doente e não o fez.

Mesmo que tenha sido quando você brigou por bobagem ou não falou o que sentia.

Não importa.

O que importa é que naquele momento você aprendeu.

Você cresceu.

Chorou.

ou Sorriu.

Mas você viveu.

E você aprende que você pode sobreviver 70, 80, 90 ou até 100 anos. Ou pode sobreviver 20.

Mas você viveu mesmo, mas mesmo, durante aqueles 05 minutos naquela tarde de sol vendo o seu irmão ganhar uma medalha no judô.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Podia ter se deixado qualquer coisa. Mas não escolheu o que seria entregue.

Podia levar qualquer coisa, mas prefiriu um conjunto de louças quebradas.

Podia ter desatado em um sorriso, que fosse vergonhoso, mas sincero. Mas preferiu cerrar os lábios.

Podia ter desatado em um choro intenso, mas necessário. Porém, preferiu engolir as lágrimas.

Poderia ter cantado e dançado a música que queria. Mas dançou a que tocou depois daquela.

Poderia ser quem é, quando se é, porque se é. Mas preferiu ser quem deveria ser e criticar aos outros que assim não são.

Poderia ser tudo tão simples. Mas apagou a simplicidade do dicionário.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Aquelas vezes em que eu prometi que iria realizar os meus sonhos.

Mas não cumpri com as minhas promessas.

Tantos sonhos que foram em vão.

Tantas desejos.

Tantas vontades.

Medo?... Sem dúvida. Que mais haveria de me pegar desprevinida entre o imaginação e a ação? Ele sempre foi a inação da minha vida.

Até aquele dia onde eu nem sequer pude pensar em nada e já estava dizendo e provando e entregando tudo o que eu queria como se estivesse apostando uma corrida e como se todos os meus passos tivessem me treinado para aquele momento.

E foi o momento mais incrivel até agora. Não precisar pensar em nada. Nem precisar imaginar o que fazer depois.

Simplesmente fazer e depois pensar no que foi feito.

Entender o sentido da permissão.

Não ter entre os sonhos e suas realizações o medo.

Deixá-los no portão, não os convidar para entrar. Para nos parar. Para nos imobilizar.

Poderia sentir tudo de novo.

Não enxergar um palmo a frente.

Não ter chãos onde pisar seguramente.

Nem saber qual o tamanho das asas que eu bato nas minhas costas.

Não saber em qual momento aconteceria ou como seria porque nada seria planejado.

Porque tudo aconteceria assim, como se escreve uma música, ou texto ou se toca um piano.

Naturalmente.

Sabendo que aquele seria o lugar perfeito, onde nada mais teria que fazer sentido, porque nada mais importava.

Mas nunca sei onde encontrar esse fuga da tão controlada realidade do ter de.

Cansei de esperar a coragem chegar para então eu poder, quem sabe, moldar meus sonhos ao que seria ideal.

Meus sonhos não foram desenhados para ficarem expostos como quadros.

Eles foram feitos como pincéis e tintas prontos para serem jogados por aí, do jeito que eles quiserem para pintar o que lhes der na telha. Fazendo sentindo ou não.

Formando uma imagem bonita.

Ou qualquer imagem que realmente os vingue.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Eu to com medo...
Sinto tudo se esvaindo aos poucos.

Muita coisa já se foi definitivamente.

Outras no entanto lutam porque querem ficar.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

E então ela descartou o calendário na cozinha.

A vida era muito mais interessante sem os números para cobrar-lhe ou lhe assustar.

O sentimento não passou na velocidade do tempo.

Foi mais rápido, mais urgente.

Ela o sentiu tal como é.

Esqueceu aquele tão viciado "como deveria ser"...

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Olhou me nos olhos sabendo o final.

Mas olhou-me sem medo.

Abraçou-me.

Ainda consigo ouvir ao longe seus sussuros.

Mas estava tão mais preocupada em não largá-lo.

Em não deixar que ele percebesse.

Então ele me soltou e eu sabia, que se ele o fizesse, eu desmoronaria.

Não conseguia encará-lo, então me desviei até a janela.

Ele ficou ao meu lado.

Não me fez perguntas, sabia o que aconteceria se as fizesse.

Apenas deitou minha cabeça em seu ombro e me acariciou.

Ficou olhando pra fora.

É claro que já sabia o que estava por vir, mas ele não tinha medo.

Como ele não podia temer quando eu estava apavorada?

Então eu me sentei a cama e o olhei.

Ele ainda ficou na janela, olhando ao longe.

Foi quando eu percebi que ele temia também, mas não queria que eu percebesse.

Ambos queríamos disfarçar o que sentiamos.

Porque nos amavamos.

Não é isso que fazemos quando amamos?

Sacrificamos nossos medos para poder estar lá para o outro.

Estavámos os dois sacrificados.

Então, peguei em sua mão.

Puxei-o até o meu lado.

E o beijei muito.

Intensamente.

Olhei nos olhos dele e chorei.

Como nunca havia me permitido chorar na vida.

E ele também chorou muito.

E começamos a rir.

E nos abraçamos.

E todo aquele peso que levávamos, passou.

Se foi junto com as lágrimas.

Mas aquilo tinha que ser feito.

E, como se não tivessemos escolha, seguimos nosso triste destino que nos separava ali.

Nunca mais o vi.

Mas eu o amei ali, meu primeiro amor.

Meu primeiro filho.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Jurou-me coisas que eu esperei ouvir juradas.

Eu acreditei.

Jurou-me amor.

Eu queria.

Eu aceitei.

Jurou-me sonhos mais bem sonhados que os meus.

Eu procurava.

Eu aceitei.

Jurou-me tempo, paciência.

Eu tinha medo.

Eu aceitei.

Jurou-me com os olhos, bocas, com os dedos.

Sentia-me sozinha.

Eu aceitei.

Jurou-me frases, dedicou-me palavras.

Eu estava em branco.

Eu aceitei.

Pediu-me amor.

E eu vos dei.

Pediu-me calor.

E eu vos dei.

Pediu-me respostas.

As entreguei.

Pediu-me tempo.

E eu te entreguei.

Pediste mais.

Pediste que eu dissesse o que sentia e pensava.

E, por mais díficil que tenha sido.

Eu te falei.

Demo-nos tudo o que tinhamos em pouco tempo, na ânsia de nos completarmos.

Éramos mais que solitários. Éramos folhas vazias esperando palavras. Tecidos sozinhos buscando um remendo, que nos fizesse sentir menos só.

Pediste tudo o que pudeste e o tem.

E eu tenho tudo o que pedi.

Já não estamos em branco.

Temos frases e palavras. Temos ligações e mensagens. Temos beijos, calores e olhares.

E, mesmo assim... continuo aceitando o que você me tem a entregar.

E, mesmo assim, continuo entregando-lhe o que posso lhe dar...

sábado, 26 de novembro de 2011

Asas que mal foram dadas e já estão picadas sobre o chão do meu quarto.

O levantar vôo de um sonho que nunca saiu da idéia, do pensamento.

A ida que nos levou a um lugar vazio.

O passo que ensaiou ser dado e nunca realmente aconteceu.

A história que foi escrita e nunca contada.

O prazo de validade estampado e sempre ignorado.

Assim como a tesoura que picoteou os nossos sonhos.

Assim como a inação que não nos permitiu sair do lugar.

Assim como a ação que foi dada sem propósito.

Assim como o caminho que quis ser traçado e nunca foi.

Assim como os sonhos que foram contados, mas que ninguém quis saber.

Assim como o final que se soube que terminava naquela esquina.

Assim como mudamos de direção sempre que encontramos o fim, mesmo querendo que tudo termine ali.
Você é do prazer.

Eu sou do sonho.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O que eu vi em você?

Para você...



Eu não sei bem, confesso...

Fico em dúvida se foram os seus olhos...seu jeito... ou ambos...

Definitivamente foram os olhos, que sempre me fitaram com encanto, com carinho.

Definitivamente foi o seu jeito, que sempre preocupado, busca me ver bem e me ver feliz.


Não sei qual das mensagens foram.

Talvez aquelas que vinham quando eu estava pensando em você.

Talvez aquelas que me punham pra dormir.

Pode até ter sido aquelas que me acordaram.



Definitivamente foram aquelas todas que me fizeram sorrir.



Podem ter sido as ligações.


Os abraços.

Ah! Definitivamente foram os abraços. Que sempre me fizeram sentir segura. Que nunca tiveram pressa em me soltar. Que sempre me deram tempo.


Os beijos...

Não!

Com certeza foram os beijos. Doces. Carinhosos.


Pode ter sido logo que eu te conheci.

Ou quando você foi me ver no hospital com um sapinho de pelúcia.

Ou quando vimos filme na sua casa.

Ou quando fomos ao cinema ou ao teatro.

Eu não sei exatamente o momento.

A paixão acontece em segundos.

Assim como o amor, por isso não percebemos.


Talvez tenha sido quando você me desafiou a vencer os meus medos.

Ou quando você me mostrou os seus e foi sincero.



Sinceramente... eu não sei em que momento eu comecei a gostar tanto de você.

Porque cada minuto com você sempre foi muito bom e sempre me fez muito bem.


Acho que não foram os momentos em si.

Foi, definitivamente, o fato de tê-los passado com você.

Porque você é atencioso, carinhoso, generoso, amoroso.

Foi o fato de sempre buscar me fazer sentir segurança, me fazer vencer os meus medos.

Foi o fato de você me dar o seu peito pra repousar minhas idéias.

Foi o fato de você ser paciente (extremamente paciente) e por não esperar pular fases ou chegar ao final.

Mas por ter o prazer de estar comigo em cada dia dessa travessia.

Foi por você ter aceitado estar do lado esquerdo.

E porque agora o lado esquerdo é apenas seu.























Então, o que eu vi em você foi alguém que simplesmente me viu, olhou bem fundo nos meus olhos e conseguiu ver mais do que eles. Tocou na minha pele e acalentou mais do que elas. Me abraçou e me deu segurança até depois de ter me soltado. Me beijou e sentiu mais que os meus lábios. Alguém que conseguiu ver mais do que havia para ser visto e que me permitiu tentar ver também.
..



E, se isso não foi o suficiente pra entender o que eu vi em você, nada mais que eu pudesse dizer, seria...


... Eu te amo

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Espelho

Te acompanho. De perto. De longe.

Te vejo sorrir... e sorrio junto.

Te vejo chorar e corro pra te abraçar. Mas não chego.

Eu sei os seus medos.

Eu sei quando você vai embora.

Eu sei quando você é tocado.

Não, não precisa ter medo.

Eu conheço você, sem motivo. Mas eu sei exatamente o que você pensou naquele momento e sei também porque foi embora.

Porque ficou.

Porque entregou uma rosa.

Porque entregou-se inteiro.

Sei também porque fugiu.

Porque correu.

Porque dançou.

Porque sofreu.

Sei quando você quis fugir por cinco minutos e logo mudou de idéia.

Sei porque também senti esses cinco minutos.

Também quis fugir e fiquei.

Sei quando você beijou porque eu também beijei.

Sei quando se apaixonou porque também me apaixonei.

Sei quando se arrependeu porque eu também me arrependi.

Sei quando deu tchau, sem nem dizer.

Porque eu me despedi também, sem nada falar.

Sei o quanto foi dificil soltar os braços porque os meus não queriam ser soltos.

Sei o quanto foi importante aquele beijo porque minha boca também não queria largar.

Não olhe para trás.

Eu olhei e sei que você também.

Mas não olhe.

Nem apague as lembranças...

Elas são maravilhosas.

Quando tiver que ir, vá. Sem olhar. Sem querer saber, mesmo querendo ficar, mesmo querendo dizer o que o coração disse e você não quis aceitar.

Aceite.

Eu te conheço.

Você sabe quem sou, mas talvez ainda não tenha se dado conta.

Eu sei quando o seu coração bate.

Porque o meu tem batido muito e insistentemente.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sei que há mais aqui do que vejo. Mas não tenho certeza de que quero ver mais.

Pavor... sim, me apavora. E eu posso ficar no meu canto, calada, prometendo-me não sair do lugar.

E eu tento. Acredite que tento.

Mas então surge o que precisa ser dito e aparece o que precisa ser visto e nos escolhe para dizer.

Mas e se eu não quero falar?

Mas e se eu não conseguir dizer ou mostrar?

E se eu fugir, do jeito que eu puder do que vi e ouvi. Do que descobri?

Posso apagar o que sei?

Eventualmente eu ainda vejo... e escuto.

Mas na maior parte das vezes eu pego meu cotonete. Lavo os meus olhos.

Escolho minhas lembranças.

Não estou certa do que eu ouvi e vi porque duvido do que sinto.

Porque eu não sei sentir. Porque sentir me apavora.

Porque eu não sei me apaixonar. Porque eu não sei mais quem sou quando eu me apaixono.

E, quando eu digo, parece ser a coisa errada, na hora errada, do jeito errado.

Eu fujo.

Porque eu digo o que quero escrevendo, mas esqueço na internet, esqueço no blog ou no bolso junto com o meu celular.

Eu não escrevo pra ninguém.

Eu escrevo pra mim.

Para eu não sentir o peso do que sinto nas costas e no peito.

Eu sou egoísta.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Para alguém...

É difícil dizer o que se sente.

É medo, sem dúvida.

Talvez de assustar.

Talvez de não receber o eu também de volta.

Mas eu prometi que tentaria dizer o que sinto, ou penso.

Claro que não farei isso o tempo todo, rs, mas há coisas que necessitam ser ditas.

Talvez eu não seja tão boa com uma rosa, ou com um urso de pelúcia (ou sapo) rs...

Talvez eu não diga o que penso a todo momento.

Talvez sinta insegurança em certos momentos.

Talvez até um pouco de vergonha.

Mas que diferença isso faz?

Quando eu to com você, não sinto talvez.

Eu sinto certeza.

Não certeza do que vai acontecer, porque eu não tenho a mínima idéia, mas certeza do que eu sinto.

Uma certeza que eu nunca senti tão forte e nem tão rápido.

O fato de você ser essa pessoa doce e carinhosa.

O fato de mandar e responder mensagens e me ligar.

O fato de se importar comigo.

O fato de você sempre buscar saber se estou bem.

Às vezes sinto que te assusto um pouco.

Eu me assusto também com o que sinto.

Porque eu não sou de demonstrar pela metade.

Quando eu demonstro, quando eu me importo e quando eu digo o que eu te digo, é porque eu realmente gosto de você.

E, acho que é por isso que eu tenho medo de dizer o que quero.

Porque gosto de você.

É louco.

rs

E, então... eu me sinto bem ao seu lado.

E então, eu te adoro.

Mas eu já não te adoro.

E, é isso o que eu mais temia.






















Eu te amo.

... que pode não ter aparecido nos meus sonhos, mas fez a realidade se tornar melhor que eles.

Nem pense.

Não apareça agora.

Vou saber do que se trata, porque está voltando.

Deixa pra lá.

Isso não iria mesmo se tornar um romance hollywodiano.

Enfrente a sua dor sozinho porque hoje eu não vou ser a aspirina que você precisa para curar sua dor de cabeça.

Hoje você não vai ser o pedaço que encaixa no meu coração porque ele já não está mais despedaçado.

Se vá.

Não tente me seduzir com o passado.

O presente está muito mais interessante do que aquilo que nem chegou a acontecer.

Me esquece.

Não me trate como se eu fosse a última pessoa que conhece as suas jogadas.

Se estivessémos jogando xadrez agora eu estaria te dando o cheque-mate.

Não se preocupe.

Você vai sobreviver mesmo que eu não esteja ao seu lado.

Ambos sabemos que você não precisa de mim, embora eu sempre quisesse ser a sua muleta.

Minha estrutura não está pronta pra você deixar amarrado os seus medos.

Eu não estou pronta pra enfrentar os seus olhos que vão fingir e fingir e eu vou ceder aos seus fingimentos.

Me esquece.

Porque não cederei aos seus desencatos nem hoje e nem agora.

domingo, 20 de novembro de 2011

Minha boca ensaia dizer o que o coração já declarou.

Será que você notou?

Percebeu como tudo mudou?

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Falta.

Talvez seja isso que eu quero sentir e não sinto.

Sua falta.

Falta de estar contigo.

Falta de estar aonde eu estava ontem.

Falta de estar em qualquer lugar exceto este.

Mas eu também não quero estar aqui.

Essa é a minha complexidade.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Perdoa

Perdoa minha insesatez.

Minha tentativa deseperada por controle.

Perdoa meus beijos quentes, que sem sal, não dizem o que sinto.

Perdoa minha pele marcada pelos próprios carimbos que criei.

Perdoa o fato de eu ter as lágrimas que não derramei quando deveria.

Perdoa o fato de eu ter medo de cruzar a linha.

Perdoa o fato de eu fugir, quando na verdade queria ficar.

Perdoa o fato de não me despir na sua frente.

Perdoa meu olhos não fitarem ao seus com o devido encanto.

Perdoa o fato de minhas mãos não conseguirem expressar o que querem ao te tocar.

Perdoa.

Perdoa o fato de eu insistentemente não ser quem sou perto de você.

Mas perdoa, principalmente, o medo que sinto, de querer o tempo todo ser quem você deseja.

Perdoa o fato de eu achar que te amo.

E perdoa o fato de eu descobrir que o amor acontece quando a gente consegue ser quem é.

Perdoa o fato de eu perder o controle perto de você,

O fato de usar a nossa noite como canção de ninar.

Perdoa eu ter me apaixonado.

E perdoa não ter sido por você.

Perdoa eu achar que seria.

Perdoa.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Medo... Do que?

Para Deise Origuella

Amiga,

Será mesmo que a vida seria tão boa se visse dentro de uma caixa fechada por um lacinho vermelho?

Eu tenho a teoria que abririamos a caixa, brincaríamos alguns dias com o conteúdo e esperaríamos ansiosos pelo próximo presente.

Deve ser por isso que a vida não tem manual de instruções, nem formas corretas de uso.

Deve ser por isso que cada um tem o direito de valorizá-la como e, se quiser.

Mas eu não estou aqui pra falar sobre a vida.

Estou aqui para falar de um presente que recebi (da vida, rs)...

Por trás dessa mulher bonita que você se tornou... essa que é linda, com ou sem maquiagem, com ou sem roupas elegantes, há uma menina com medo.

Medo de que?

De viver?

De se magoar?

De não ser necessária?

De todas as alternativas anteriores?

Amiga... ninguém sabe o jeito certo de viver. Os rumos que seguimos são basicamente escritos por nossos passos... nem sabemos onde estaríamos se não tivessemos virado aquela esquina...

Mas viramos.

Aqui estamos nós, hoje.

Somos desse jeito que somos.

Com todas as nossas lágrimas que ficaram pela estrada. Assim como ficaram nossos sorrisos.

Todos temos as nossas marcas.

Ainda bem né???

Já imaginou que tédio se não tivessémos.

Não teríamos papo e muito menos amigos para dividir nossos medos, nossas angústias, nossas fraquezas e nossas alegrias e felicidade.

Amiga.

Se eu pudesse te dar um presente, te daria a certeza da pessoa linda que você é... e não essa pessoa linda por fora (que você tambem é)... mas aquela que é por dentro, sempre preocupada com os outros, em vê-los felizes, em vê-los bem.

Sem dúvida eu agradeço todas as esquinas que virei que me fizeram te reencontrar nas vielas do mundo, porque, sinceramente, você é incrível.

Jamais duvide da pessoa maravilhosa que você é.

Jamais deixem que as pessoas te digam que você é menos. Jamais que te deixem pra trás.

Isso é uma responsabilidade sua, se fazer inteira, você sabe né?

E, eu tenho certeza que na hora certa você vai.

Não tenhea pressa.

A vida passa rápido. Mas não tem graça vivê-la correndo.

Não corra.

Aproveite cada momento.

Aproveite, sem se preocupar com o que os outros pensam ok?

Você é demais.

Eu te amo.


Uma grande amiga.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Controlada

Eu controlei os meus choros. Meus medos e inseguranças. Controlei o meu instinto, minha natureza. Congelei dentro de mim os meus sonhos e ideais. Pois ou eu me mantinha assim, sobre controle, ou eu desabava por conta própria, sem mão nenhuma para me auxiliar e com pessoas precisando de mim inteira. Controlei o meu verbo, a minha fala. Controlei a minha mágoa e minha dor. Não me arrependo. Sei o quanto esse controle foi importante naquele momento. Porém, passaram-se 03 anos e eu continuo controlando meus sonhos, minhas paixões. Insistentemente tento controlar meu coração tão arredio, que aos poucos sucumbe aos meus desencantos. Parada estou diante de um abismo ao qual me vejo lá embaixo, completa e incontrolável, inteira e intensa. Eu mesma. Aqui em cima possuo cacos controlados que refletem qualquer coisa menos quem sou. Inúmeras vezes tentei descer até mim, mas desci o abismo com cordas de segurança. Olha que loucura!!! Até ontem. Hoje, decidi não controlar mais os meus cacos (e às vezes me pergunto se decidir não se controlar também não seja uma forma de controle). Estou parada diante do costumeiro impasse. Devo ou não saltar no abismo, com todos os riscos que ele me põe a prova? Devo soltar as rédias dos meus companheiros cavalos que me acompanham, sem muita opção, ou devo testá-los, soltá-los, permitir que eles escolham? O que devo fazer com o meu coração? Será que ele vai aguentar ser solto de novo, após anos de prisão...anos assoviando qualquer canção apenas para se manter batendo?... Qual será a canção que agora existirá, realmente, eu meu peito?

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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mudando o Perfil

Tenho sonhos, vontades, anseios. Nem sempre sei se o caminho que sigo é o certo, mas continuo indo em frente, buscando sinais que me mostrem se devo mudar de caminho ou permanecer no mesmo. Busco realizar os meus sonhos, e, muitos deles, nem são meus, mas os busco. Me descubro a cada novo instante, a cada nova topada e a cada aprendizado. Não sei me definir com apenas uma palavra, porque, sinceramente, eu posso ser quem eu quiser. Basta querer.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Fuga

O corpo escorregando entre os dedos.

Suave é a pele.

Beijos escorregam pelo corpo.

Tão intensos. Tão quentes.

Olhares que se perdem no escuro.

Tudo se vê, pois tudo se sente.

Botões indesejados são abertos na primeira oportunidade.

Roupas rasgada pelo momento descartam as vaidades.

Revelam-se marcas.

Surgem sorrisos.

Suspiros.

Falta de ar, de fala.

Unem-se desejos.

Encontram-se e juntam-se corpos que amanhã re-colocarão suas vaidades.

Disfarçarão seus cheiros.

Esconderão suas marcas.

E fingirão.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Construção.

Cacos meus pelo chão que me parecem ser de uma contrução.

Contrução do que? de quem?

Construção sem tapete de boas vindas.

Apenas o chão de cimento e meus sonhos picados sobre ele.

Ando neste chão infestado de mim mesma e me corto com meus sonhos surrupiados.

Refletem a mim e me cortam como um espelho recém quebrado.

Então, vou pro canto, me sento e me encolho o máximo que posso e fecho meus olho, com medo de sangrar cada vez mais.

Então você surge...

Me vê...no canto imóvel.

Me vê... pelo chão... aos cacos... quebrada.

Então, sem alarde, recolhe meus pedaços maiores e faz com eles uma pilha e coloca-os ao meu lado... são quase do meu tamanho.

E eu fico quieta... não me movo.

Então você pega a vassoura e começa a varrer os que parecem menores...mas são profundos...

E, a medida que você os junta... eu choro...

A medida que você me monta... eu me desfaço em lágrimas...

E então... inesperadamente a contrução começa a tremer...

Você tenta me pegar... mas não me alcança... não consegue... estou presa entre meus sonhos, dentro daquela contrução prestes a desabar.

Você tenta me dar sua mão, mas o teto cai e te deixa imóvel, não permite que você me resgate, que você me alcance, que você me faça inteira de novo.

Tudo escuro em volta de mim.

Ouço vozes tão perto, que mal percebo que vem de dentro de mim mesma.

Os cacos de sonhos brilham, não me pergunte como, não há luz aqui neste cubiculo em que me encontro.

Mas eles brilham.

E eu te vejo no brilho dequeles momentos, hora sonhados, hora realizados e me vejo também.

Com breves sorrisos que me mantinham por longos momentos.

Me levanta devagar, ainda me corto, mesmo pensando que já dominei as lâminas... continuo sangrando e, lentamente percebo um desenho na parede.

Ele forma uma imagem tão bonita. Não sei o que é...

Percebo que os cacos são partes dele e começo a montá-los como um quebra cabeça...

E, quando termino... percebo que até aquele sangue derramado, serviu para a formação completa da arte.

Quando percebo... já não estou mais presa a construção nenhuma.

Já estou em um jardim...com inúmeras flores e ao longe vejo seus olhos preocupados brilhando ao me ver completa.

Já não possuo feridas.

E como sempre... deixei minhas digitais naquela parede que daqui a pouco, desabará.

É inevitável.

Tão inevitável quanto enfrentar, em algum momento, suas dores...seus acertos... seus choros e seu sorriso.

Tão inevitável quanto, ao terminar, sentir-se inteira...mesmo não o sendo, completamente.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

As nuvens de todas as cores pairam sobre minha cabeça...

Desfocam e ofuscam minha visão.

Desenham, no meu céu, mentiras, que levo como se fossem reais.

Mas, logo depois, de gota em gota, a cena se esvai e eu fico...sem nada.

São tão coloridas as águas que caem... pintam todos os momentos da minha vida.

Não consegui ainda pintar o nosso.

Meu, com você.

Seu comigo.

Porque, por mais que seja real, o que ainda me soa muito esquisito, já vejo o prazo de validade estampado nas palavras e nas bocas.

Nos toques e nos gestos.

Na testa!

Afinal... o que eu deveria esperar então?

Rosas?... outras flores?

Não vi nenhuma semente de sua parte.

Do meu lado, o terreno está preparado enquanto eu, estou imóvel, ainda decidindo o que faço com a terra...se continuo preparando-a para você (nem sei porquê) ou se a destruo e começo um novo jardim, quem sabe mais maduro e mais fértil.

Quem sabe esperando as sementes existentes que não plantem na minha terra as flores que espero.

Talvez essa seja a maior solução a ser encontrada. Aceitar o que há aí, querendo pertencer ao nosso mundo...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

E então ?

Corre lá... diz pra ele não levar... pra devolver meu coração.

De preferência inteiro.

Corre lá...diz pra ele que eu tenho medo de me apaixonar.

Corre rápido... mas corre mesmo... porque minhas pernas não se mexem... meu corpo não aceita o que minha mente impôs.

Entrego-me a ele inteira...sem medo ou pretensões... mas o medo bate no peito... bate quando o tempo passa e ele reassume minhas memórias e lembranças.

Já não havia eu, prometido a mim mesma, que não aceitaria mais me apaixonar por ele?

Pergunte a ele porque ele resolveu mexer com os meus sentidos... porque ele resolveu mexer com a minha loucura, me fazer perder a cabeça, o juízo...

Corre... pede pra ele ir... se quiser... mas me deixar comigo mesma.

Ao menos assim me sinto segura...

Talvez só.

Mas não morro de medo de me entregar a quem quero.

Corre... por favor...corre na direção oposta...

Não me deixe, de maneira nenhuma, sabotar a mim mesma.

Não dessa vez.

Corre... vai sem sentido...

Deixe que ele leve consigo, todos os sonhos meus.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Statement

There are someone that makes my eyes shine...

Did you know who many times I waited for this person? For that moment?

But he passed... like a wind breeze.

My eyes still shine, if you wanna know.

I guess that he, same going away, left in me tatoos and the time maybe can erased your color, but never will erase the drawing...

I try, try so hard still by your side, but we know that isn't our future.

By the way, I wanna say that these flores, which I bought for you, now dead...

You remember the smell of them? And their colors?

I made a big funeral for them in my heart and now they sparkle in my soul.

I'm sorry if this have to be this way.

But you know that you will stay in me forever...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Me deu um beijo tão doce, tão delicado e suave,

Que eu nem quis abrir meus olhos,

Não quis que eles passassem.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Boomerang

Soprei as cinzas do que compus.
Do que queimei.
De cima da montanha
Ao olhar o mar, lá embaixo,
Puis em mim mais ar do que cabia
Pra soprar o mais longe que podia
Meus escritos de você.
Pensei que assim podia apagá-los de mim
Pensei que assim eles já não mais ressurgiriam.
Mas ao ligar o rádio o que ouvi não foi o que desejei.
Ouvi você, cantado nos versos...
Que a pouco eu calei.

In Repair

Eu escrevo esperando que você leia.

Que queira voltar.

Que desapegue de seu medo de viver o que há pra ser vivido.

Você acha que eu não vi o brilho nos seus olhos naquela e nas outras noites que juntos estávamos?

E por que deixamos isso passar?

Agora, tratamo-nos como estranhos, como se nunca tivessemos tido um amor em comum.

Como se nunca tivessemos nos tocado.

Nos beijado.

Nos abraçado.

O medo... ele, maldito medo, insiste em te afastar de mim e do mundo.

Onde você está preso agora?

Naquelas memories?

Nos versos escritos em inglês.

Será que você não percebe que está no Brasil?

Que a vida não vai te esperar criar coragem?

Ela vai tentar te abrir os olhos...

Te colocará no caminho vários diamantes que você verá como pedra, porque já não permite que a vida cintile em seus olhos.

O medo apaga a cor do mundo.

A cor dos outros.

Esconde o próprio medo

Pior, esconde o amor.

Esconde você da vida.

E a vida passa. E você sente, em certos momentos ela passando, mas deixa.

Eu realmente fico aqui, triste.

Sei o tamanho do seu coração, mas você nunca deixou eu chegar perto do tamanho da sua dor.

Não quero que você a esqueça.

Quero que você não esqueça de si por ela.

Eu vou passar.

Muitas irão.

Só espero que em algum momento, você esteja concertado.

Porque ainda continua In Repair.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Doce passagem

Ontem aquelas promessas eram tão vermelhas.

Vermelhas cor de sangue que corria em nossas veias jovens.

Vermelhas cor de sangue, do meu coração inocente, que batia sonhando com o seu...

Hoje as promessas estão desbotadas...

Desiludidas com a passagem rápida do tempo...

Desiludidas com a falta de ação no tempo que se passava.

Ontem eu precisava me dizer: - não fale. - Espere. - Não diga.

Hoje eu não digo e você me pergunta: - Não vai dizer nada?

Pra que? Eu não preciso mais te dizer nada...

Não há nada a ser dito entre nós.

As palavras estão presas num presídio onde hoje moram as minhas mais belas rosas.

Hoje há um parque onde antes havia o medo de te decepcionar. O medo de te demonstrar o que eu sentia. O medo de ser quem eu era.

Não digo que não há mais medo.

Medo eu tenho...

Mas não tenho medo de você... do que você vai pensar... do que você vai dizer.

Ontem eu era menina... sonhava com os seus beijos nunca recebidos.

Hoje mulher tenho seus beijos pelo corpo, lembro, a graça daquela noite, mas as marcas não estão tatuadas no meu coração jovem.

Estão tatuadas na carne e se a água não as lavarem... os vermes as comerão.

Poeminha

Venta lá fora.

Há pouco tempo deixei meus medos no portão.

Quem sabe a chuva os leve...

Quem sabe continuem no meu chão.

Venta aqui dentro e sem perceber me vejo assim

Bagunçada

Por inteiro, por dentro dos armários, na cama.

Em mim.

E em você, não vejo nada do que eu quis.

Aqueles sonhos que te dei, cadê?

Aqueles beijos que roubou... Os abraços que levou...

Se não estão em ti, aonde estão?

Sei que metade estão em mim...

Assim como metade do coração,

Da canção,

Do Poema que te dediquei.

Os medos eu coloquei no portão.

Quem sabe a chuva os leve.

Os sonhos estão aqui pelo chão,

feito cacos de espelhos.

Quem sabe o vento os leve para novas direções,

ao encontro de outros corações,

Quem sabe eles sirvam, ao menos para alguém

já que não serviram pra ti.

A coragem, há muito tempo a chuva lavou.

E hoje em mim só restou

Metade de alguma coisa

Que eu já nem sei...

Talvez metade de mim...

Ou quem sabe, de você.


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Será que eu perdi minha chance?

Preciso me apaixonar por alguém que se apaixone por mim também...

Em qual quebra cabeça estou inserida?

Quantas peças faltam pra montar o meu quadro?

Qual será a imagem que juntos formaremos?

Em qual viela da vida está a peça que falta?

Sorrisos pela metade...

Lágrimas inteiras derramadas...

Corações que esfriam com o tempo, com as desilusões, com a incansável espera.

Como mantê-lo aquecido neste inverno rigoroso que paira sobre a minha cabeça?

Como viver após encontrar o rapaz dos seus sonhos e ter que assistir de perto a sua passagem com um momento tão breve.

Dizem... você vai amar muito alguém, mas isso não quer dizer que ficará ao seu lado.

Será que eu amo demais?

Não há ninguém do lado esquerdo.

Quando olho pra direita vejo inúmeros rostos.

Quando olho pra frente, apenas vejo um coração... que é o teu... que se afasta lentamente, sem nem ao menos dizer tchau.

Não sente a minha falta.

Nem quer mais provar meus beijos.

Já quis estar ao meu lado, direito, mas para mim nunca seria suficiente.

Como diz um amigo: Lei do gordinho: não se pode provar aquilo que não irá se contentar com pouco.

Desisto.

Me sinto feliz por isso...

Me sinto triste com isso...

É John Mayer...

"I could have met you in a sandbox.
I could have passed you on the sidewalk
Could I have missed my chance...
And watched you walk away?

Será que eu perdi minha chance?

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Peixes no mar da vida.

Para Murilo Rocha

Ah... meu amigo.

O que houve conosco?

Estamos perdidos?

Acabamos de nos achar?

Você lembra o tamanho daquele mar?... Parecia tão gigante perto de nós... mas é porque eramos pequenos... era apenas um piscina no nosso quintal, mas a enfrentamos, não enfrentamos?

Demos o nosso melhor...

Eu vejo, dentro dos seus olhos a intensidade daquelas gotas de água... fortes... e você achou que elas iriam te derrubar né?... mas quando você olhou para os lados e viu aquelas pessoas que não sabiam nadar, você pegou uma a uma e colocou nas costas e buscou coragem que só aqueles peixes sabem de onde tirar... e você enfrentou aquelas ondas fortes... você chegou a terra firme, mas era difícil deixar as pessoas sozinhas de novo...e se chovesse, e se a água as levasse?

Então você as carregou, certo que era a decisão certa.

Nunca pensou em ser herói, mas a sua maneira, sempre buscou ser...sempre buscou cuidar dos outros... será que é tão dolorido assim olhar pra dentro de si?

E se pudéssemos colocar o mundo inteiro no bolso?

E se ele não pesasse?

E se nos colocassem nas costas?

E se não tivéssemos enfrentado as águas do grande mar aos nossos olhos pequenos que ainda estão crescendo?

Como seríamos?

Teríamos aqueles olhares vazios... como reenchê-los?

A quem culpar meu amigo?

E...e se?

Quantas possibilidades não??

Somos o que somos...

Passamos o que passamos e amigo, eu devo dizer que se não fizemos perfeitamente é porque somos humanos... mas eu sei que nós fizemos mais do que podíamos, basta olhar nossos olhos cansados, nosso corpo pedindo cuidado, nosso coração machucado que, ao escutar aquele som, desaba.

Amigo, reconstruiremos nosso castelo, mas dessa vez sem muros... deixe que venham... deixaremos que passem, mas enquanto estiverem conosco correrão entre as nossas plantações de rosas. Há alguns, olharemos nos olhos e lhes daremos nossas flores... Outros trarão novas flores para plantarmos...

Enquanto estiverem ao nosso lado, deixaremos que se arrisquem, que pulem na água e, se percebemos que estão afundando, correremos para salvar, mas não faremos a travessia por ele. A cada um cabe a sua própria travessia.

Enquanto estiverem por perto, serviremos nossas melhores bebidas e comidas, usaremos as melhores roupas e seremos quem somos... e, se mesmo assim passarem, é porque devem passar por nós e nós por eles.

Sentaremos em nossas cadeiras... escolha a cor da sua... a minha é vermelha e olharemos para o teto e através dele, veremos as estrelas... e espelhadas nelas, veremos a nossa felicidade...

Sabe por quê?

Porque nós seremos felizes...

O nosso futuro tá escrito em cada segundo do nosso dia... em cada gesto e em cada atitude.

O seu futuro, meu caro amigo, é brilhante...

E se não for, não pouparei purpurina.


Se não o maior, um grande amigo.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Quem sabe um dia?

Eu já nem sei mais dizer quem sou. Não sei se sou aquela quando te vejo rindo, quando você me abraça, quando você chega ou quando vai embora. Não sei se sou aquela de domingo a sexta ou se sou a do sábado. Não sei se sou aquela que ontem você beijou ou aquela que ainda sonha com os teus beijos e tem medo, medo de deixar que eles aconteçam. Não sei mais se escrevo, se digo ou não digo, se dança ou canto, se atuo ou durmo, se viajo e fujo ou se fico e enfrento teus olhos doces, seu coração enorme.

Eu vi o mundo longe de você mas perto você parece poder botá-lo no bolso. Me bota também. Leva meus sentidos...

Leva...

Levou minha razão? Cadê ela? Estava até ontem aqui, dormindo comigo, andando ao meu lado, me protegendo de mim mesma. Levou a minha razão e agora, irracional lhe compro uma rosa, lhe escrevo um bilhete e digo, com as palavras que vem da minha alma, o quanto eu gosto de você, o quanto te quero, mas que não preciso estar ao seu lado, preciso ser sua amiga, saber da sua vida, saber se está bem.

Conseguiu aquele emprego? E seus sonhos, os resgatou? E seus medos, os enfrentou?

Preciso saber se você ainda sorri, se mostra ao mundo esse coração que eu só encontrei em você (e olha que eu busquei viu? e como busquei!)

Eu já tive pressa de desvendar quem sou, de dizer o quanto quero. Hoje ando ao lado do meu companheiro tempo. Ele às vezes me espera sabe? Espera eu tomar coragem e me dá, 5 a 10 minutinhos e quando chega o momento ele me diz: Vai!

Mas eu nunca vou...

Meu coração tava quieto. Mudo.. Ele não estava procurando nada. Agora, além da nota de 5 reais que ele guardou no bolso esquerdo, ele espera encontrar pelo chão moedas e espera, que assim que conseguir juntar os 10 reais, alguém venha o abraçar.

Quem sabe um dia?

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Uma brecha da vida.

Para uma quinta feira, perdida no tempo...

Tentei evitar falar sobre isso.

Mas cansei de negar meus sentidos.

Aliás, eles estão agora todos misturados.

Queria tanto poder saciar todos os meus desejos sem cair no vácuo.

Mas a gente cai, não tem jeito.

Mas preciso dizer, ao menos, como foi:

Durante uma boa parte da minha vida eu sonhei com aquele momento. Cada dia de um modo diferente, mas sempre com você.

Nas passagens dos dias, cheguei a duvidar seriamente se eu conseguiria fazer o que fiz.

Poeticamente?

Você olha naqueles olhos e vê, ali, tatuado naquela pupila, os seus desejos, e eles são tantos que você não consegue enxergar todos. Eles estavam a muito tempo acumulados esperando por aquilo.

Então você decide se jogar rumo ao inesperado e segue aqueles olhos que mais parecem imãs de tão fortes que se conectam aos seus.

Então você diz sim e vai.

E vai.

E, lembra aquele beijo, aquele prometido, aquele que sempre quisemos e nunca havíamos dado?

Pois é, ele acontece e aqueles desejos que você não conseguiu ver nos olhos reaparecem e te dominam por inteiro.

Você até tenta resistir, vai até o seu limite, até a última linha antes do precipício, mas os corpos dialogam tão bem e dizem em uníssono: - Se joga!

Você acredita que pode criar um par de asas mas, mesmo não o encontrando, você pula.

A queda. A sensação do calor, do medo, do sonho. Os toques, arrepios, os beijos. A permissão que se permitiu pousar em solo, sem nenhum arranhão, apenas com a certeza que se pulou quando se quis e que se realizou aquele sonho há tanto tempo esperado.

Então, depois do êxtase, você se senta na cozinha, com a boca aberta e descrente, com o corpo coberto daqueles beijos e toques e se diz... Me joguei.

Eu me joguei!

Então você toma um banho, a água leva todos aqueles encontros de volta pro seu lugar.

Mas aquela noite, jamais sairá do seu coração.

E você sonha, todas as noites com aquela noite, como se ela fosse a sua cantiga de ninar...

E você já não se questiona como haverá de ser ou se um dia irá acontecer.

Não restam mais dúvidas.

Agora, a única coisa que tem é a certeza de que vale à pena acreditar nos sonhos e se permitir realizá-los.

Se você conseguir ter isso, não precisará de mais nada.

... a brecha que iluminou a vida.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Te espero

Temo dizer coisas que não devem ser ditas... Coisas que devem ser guardadas para nós, não como segredo, mas como uma parte daquilo que apenas nossos olhos são capazes de enxergar.

Pode ser que seus olhos enxerguem mais longe, de repente até já tropeçaram naquilo que vejo... às vezes, nem sabe do que falo.

E sabe?

Não sabe?

Quem sabe o sonho....?

Eu Sonho...

Sonho com o dia em que, sem dizermos, iremos nos encontrar naquele velho lugar, e sentaremos diante do sol, e apenas olharemos um para o outro. Como se apenas o olhar fosse suficiente para nós.

Sem beijos, sem toques, sem promessas cartesianas.

Algo lúdico, algo que só pertença àquelas águas, tão pouco navegadas. Àquelas águas agitadas.

Àquelas águas que não tocamos de olhos abertos...

Só mergulhamos no silêncio do tempo...

Eu te deixo a mensagem em cima da mesa...

E ela diz...

Corre, corre que eu te espero....

E sento, diante das nossas águas profundas, com meu biquíni rosa, minha toalha na mão e a esperança sentada no colo, com a cabeça apoiada sobre o os joelhos, com lágrimas nos olhos e com a boca cheia de letras, que sem serem pedidas, dizem... Vem,vem... eu te espero..

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Amizades temporais.

Amizades temporais.

Tão finitas, quanto o tempo que tentamos domar, em vão.

Tão lúdica quanto as brincadeiras da infância.

Tão confidentes quanto o melhor travesseiro....

Amizades que nascem e, sem ao menos se reproduzirem, morrem, e deixam saudade.

Amizade do teatro, sem máscaras. Da vida, sem o companheirismo diário.

Amizades que temos porque precisamos ter, porque há algo que precisamos saber, porque há alguém que precisamos abraçar, dar a mão, ou dizer uma palavra. Mas amizades que beiram ao inacreditável.

Onde será que você estará amanhã?

Terá os mesmos sonhos que me confidenciou ainda ontem?

Sucumbirá aos desejos dos outros

Encontrará, finalmente, a metade da sua laranja?

Será feliz?

O que será de você, amigo meu, nos próximos dias que chegarão?

E, o que será de mim?

Terá outras amizades temporais ou elas serão fortes e resistirão ao tempo?

Silencio o medo de perder-te.

Dentro de alguns instantes tudo mudará de novo.

Corra, vá, vá de encontro aos seus osnhos!

Tudo na vida tem o seu motivos e pode ser que amanhã nos reencontremos na amizade do tempo que corre. Assim como pode ser que criemos uma amizade amanhã, para além do tempo.

Mas quem é que há de saber?

Te quero. Nem mais. Nem menos.

Eu não esperava que nada mudasse, muito menos que eu fosse me apaixonar! Mas fazer o que se acontece?

Não foi culpa de ninguém. Não é culpa minha te querer e nem sua por ser quem é.

É a delicadeza do instante que paira sobre nós e não pede licença e nem perdão por sua passagem.

Não espero te ter para sempre. Nem desejo nunca te tocar. Te quero com seus sonhos e desatinos.

Mesmo que todos te vejam nu, te quero sabendo que és assim como és, e que tudo que posso fazer é admirar. Pra que mais, pra que menos, se isso tudo é tão suficiente?

Não pense que te quero pra casar, relaxe, não tenho pretensões assim, te quero por querer-te, sem intenções, afetos ou desafetos, te quero porque sei, mesmo procurando não saber, das borboletas que voam desesperadas pela minha barriga quando te vejo, quanto te ligo ou quando qualquer coisa a minha volta me lembra você.

A culpa, meu caro, não é de ninguém.

Não cultivo expectativas maiores do que a realidade.

Te quero. E é só. Nem mais, nem menos.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ela chegou a minha casa.

Ela não precisava ser anunciada.

Com seu jeito delicado abriu a porta temendo que eu a descobrisse.

No entanto, sentada à janela, eu já sabia que ela tinha chegado.

Ela andou até a porta do meu quarto e meu viu, ali, olhando pra lua, juntando meus pedaços, contando a ela minhas dores.

Então ela me tocou no ombro e, sem dizer nenhuma palavra, me tomou em seus braços e beijou-me.

Beijou-me muito e, lentamente foi me despindo.

Seus beijos me cobriram o corpo.

Seu toque, ascendeu os meus sentidos.

E depois, deitamos, lado a lado e olhamos para o teto desejando que naquele momento pudéssemos contar as estrelas.

Sem dizer nada, ela encostou delicadamente sua cabeça acima do meu seio e dormiu e eu a senti respirando, a senti ali, inteira comigo, como se não quisesse fazer o que sabíamos que seria feito.

Então fechei meus olhos, mas não dormi e, algum tempo depois ela se levantou, pegou as suas roupas, as vestiu e me olhou.

Não sei quanto tempo ficou me olhando, porque eu não vi, mas eu sabia que ela estava ali, até que ela me tocou o rosto, com o dorso de sua mão e se entregou ao seu destino, ao qual não havia espaço pra mais ninguém.

Então, eu peguei o meu lençol, o envolvi no meu corpo, fui até a janela e continuei a falar com a lua.

Não sei dizer quanto tempo fiquei ali.

Só sei que eu adormeci... com o aroma do seu corpo ainda no meu lençol...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Para meu pequeno. Gui

Eu vou te proteger.

Mesmo que o céu finja que vai desabar.

Eu vou te escutar.

Mesmo que você não diga nada.

Eu vou te entender.

Mesmo que você não se entenda.

Eu vou te amar.

Mesmo quando você desistir de si mesmo.

Eu vou te abraçar.

Mesmo quando a dor bater no seu peito.

Eu vou te fazer sorrir.

Mesmo que você acha que já não há felicidade.

Eu juro que sempre vou estar ao seu lado, em cada luta, em cada vitória e, principalmente, em cada derrota.

Estarei ao seu lado mesmo que o tempo nuble, mesmo que eu tenha que criar asas, mesmo que eu tenha que descer do palco...

Mas estarei sempre com você.

Porque esse amor, é pra sempre...

Desejo inviolado

Seus lábios me provocam.

Seus olhos me encantam.

Queria chegar perto de você, tocar o seu rosto.

Sua pele parece tão macia.

Tenho vontade de acarinhar seus cabelos, encostar o meu nariz ao seu e sorrir, enquanto meus lábios tocam suavemente os teus.

Já te vejo ali, me olhando com seu olhar despretensioso, sorrindo ao ver meu desejo.

Imagino teu gosto.

Quero sentir teu cheiro.

Quero abraçar-te. Proteger-te.

Mas, o que faço?

Renego a minha vontade ou me lanço ao meu conhecido desejo inviolado de beijar-te?

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Feliz dia, meu Pai.

Pai

Ontem foi dia dos pais.

Até algum tempo atrás, para mim, seria um dia normal, marcado por um presente qualquer que fosse símbolo. Apenas para não ficar em branco.

Meus dias dos pais jamais serão os mesmos. Jamais serão iguais.

Eu ainda poderia dar-lhe flores. Mas acho que elas não te agradariam. Ou, pode ser, que não agradem a mim. De qualquer forma, você não sentiria seu cheiro, não veria suas cores. Nem ao menos saberia que as recebeu. São matérias de um mundo que hoje já não lhe abriga. Um mundo a qual hoje, você não pertence.

Em uma tentativa de negação sempre tentei evitar lembrar dessas datas: dia dos pais, seu nascimento, sua morte. Mas tem um dia em que não há como fugir porque pai, você é uma parte tão grande de mim que às vezes me assusta.

Assusta porque me reconhece em coisas que eu criticava em você, reconheço me em coisas que eu te admirava. Reconheço-me em tantos fatores. Mas reconheço-me principalmente sua filha, única, de quatro, mas sua filha.

Eu não sei o que há amanhã e nem o que há após a morte. Prefiro ficar com a ilusão de que você está me olhando e me iluminando.

Acho que o melhor presente do Dia dos Pais não é você quem vai ganhar. Sou eu, por ter tido a oportunidade de ser sua filha e conhecê-lo, mesmo que tão brevemente nesses 18 anos que voaram eu 6 meses e agradeço mais ainda por como tudo isso que passamos juntos foi um grande aprendizado, talvez o maior que tive até hoje.

Posso dizer, com toda a certeza do mundo, que eu não seria como sou, quem sou e não teria os valores que contruí se não tivéssemos ousado pai, se não tivéssemos enfrentado nossos medos, as nossas lágrimas, as nossas dores e nos entregado ao desafio de, ao menos, tentar.

Não importa o que tentamos e nem se fracassamos.

Importa mesmo que ousamos e pai, papito, demos o nosso melhor!

E me diz, como eu não poderia ter dado com o meu exemplo de touro, com meu pai sendo tão otimista, com aquele seu sorriso lindo que não se apagava nunca?

Quando eu penso em você, não me iludo. Nossa relação nunca foi fiel aos filmes. Mas de tão imperfeita, acabou sendo a lição perfeita no momento certo.

Obrigada pai, por ter sido meu pai, por me ajudar a ser quem sou hoje e por nunca, nunca desistir daquilo que você acreditava.

Você continua sendo um exemplo pra mim...

Obrigada por ser, até hoje, a lição mais importante que aprendi.

Te amo



... onde quer que você esteja...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Apenas para você.

Durante alguns dias eu vou lembrar do seu jeito, seu sorriso, seu abraço.

Durante alguns momentos vou querer tê-lo ao meu lado.

Em alguns dias cinzas, chorarei sua ausência.

Em algumas noites de lua... sonharei o que poderíamos ter vivido.

Em alguns instantes, quando por acaso te encontrar na rua, meu coração pulará no peito de felicidade.

E depois, quando você tiver passado, baterá o arrependimento do "por que não fiz nada?".

Em alguns momentos serei egoísta, te quererei só pra mim.

Em outros instantes serei devota, serei apenas tua... enquanto assim quiser que eu seja.

Pode ser que o nosso amor não passe de hoje.

Pode ser que nem tenha acontecido ontem...

Pode ser que não chegue amanhã.

Mas contanto que ele viva, mesmo que por uma fração de segundos, terá valido a pena.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Olhos

Para Milena Liberato

Nunca vi aqueles olhos chorando, ficando vermelhos, irritadiços.

Cheguei até a duvidar se um dia chorariam. Sempre tão alegres e brilhantes.

Os olhos são destinados a brilhar sabia?

Seja através do amor, da beleza, de se estar feliz...

Seja através dos choros, das cobranças, do enquadramento...

Estão destinados a ver...e vêem. Mas poucos sabem enxergar.

Seus olhos enxergam. Sua mente se nega a aceitar.

Sua mente é alienada.

Quer correr atrás de um tempo que passou como se precisasse resgatá-lo.

Ele não precisa de resgate. Ele não foi preso, não está sequestrado. Simplesmente passou.

Seus olhos vêem o mundo, mas se prendem em pequenos detalhes, como se eles pudessem salvá-lo de se esvaziar.

E, justamente esses detalhes os esvaziam...

Seus olhos possuem a sua meiguice... são o seu charme.

São a sua música já escrita... a dança já dançada... o tempo que passou e que passa...

E você corre pra alcançar o tempo que ainda não te pertence...

Assim os olhos cansam...

Porque se sabe que os olhos são destinados a brilhar.

Cabe a nós descobrir o que espelharemos no nosso olhar.

Não é pesadelo... isso eu sei

Será que foi um sonho?

Não lembro.

Sei que um dia acordei mas não me lembro de ter abrido meus olhos. Apenas vi o que eu não via. Enxerguei o que estava bem diante do meu nariz e eu teimava em não ver.

Não foi um pesadelo. É uma história de amor, dessas que a gente não sabe se é real ou o final que terá, mas é aquela história que amamos ler, escrever e assistir, entretanto, morremos de medo de viver.

Não lembro se foi ilusão, mas vi quando você sorriu e tudo a minha volta ascendeu, parece que o mundo estava sem luz e que você era o interruptor que faltava ligar.

Não sei se foi desejo mas lembro dos seus beijos leves, sutis e quentes... daqueles lábios que eu nem sequer havia beijado.

Lembro do tempo que fiquei te buscando, nas horas que eu te desejava, nos sonhos que sonhei, na nossa vida que montei...

Lembro de ter feito tudo isso de olhos abertos.

E mesmo assim... não passou de ilusão, ou sonho, ou desejo... Nomeie como quiser nomear...

Mas não foi pesadelo...

Lembro de ter imaginado, só porque estava de olhos abertos, que era tudo real... erroneamente real.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Tem sensações que não conhecem nome.

Não nos ensinaram a lidar com elas.

É um misto de tristeza, angústia e saudade.

Talvez sua melhor tradução seja morte, mas isso não chega aos pés do que ela realmente é.

É uma sensação que te invade por dentro e parece que pouco a pouco vai te enchendo de água, até o momento em que você começa a chorar.

É querer mudar o passado imutável.

É querer apagar a dor sentida a tempos atrás.

É querer poder trazer de volta alguém que nunca vai voltar.

É querer ser quem já não se é, quem jamais se voltará a ser.

Qual o nome desse sentimento que nos faz sofrer, mas não é sofrimento, que nos faz chorar, mas não é mágoa, que nos faz querer ser os donos do tempo, mas que sabemos que não podemos?

Qual o nome desse sentimento que às vezes nos culpa, às vezes conforta, às vezes nos faz pensar que poderíamos ter tentado algo diferente e às vezes nos faz entender que não há o que pudéssemos ter feito.

Qual o nome desse sentimento que nos faz querer descobrir curas para doenças, antídotos, soluções para os males que nos afetam?

Não tem nome.

A saudade, a nostalgia, o saber que nada volta, o entender que nada fica, o tentar viver apenas de termos perdido uma parte de nós.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Uma pergunta.

Você me ama?

Uma pergunta.

Ela: É claro que amo, mas, como provar o amor que sinto?

Ele: É claro que ela vai dizer que não. Eu perguntei e ela saiu, com um sorriso meio duvidoso.

Ela: Ah, tem que ser coisas pequenas, mas profundas. O amor está nos detalhes.

Ele: É tão difícil chegar nesse ponto do amor e ela ainda me deixa com essa dúvida? Será que estou sendo precipitado?

Ela: Já sei. Vou montar um sonho essa noite. E, não vou dizer que amo ou não. Vou apenas fazê-lo sentir. O amor não precisa de palavras.

Ele: É, essa noite é a decisão. Será que escolhi a pessoa certa?

Noite

Ela: Oi, como vai? Entra...

Ele: Oi amor... Que carinha é essa?

Ela: Você gostou? Eu que fiz tudo... esse jantar, ascendi as velas, escolhi a música... tudo isso sabe por quê? Porque eu queria te dizer...

Ele: Mas a gente tinha algo...não tinha? Algo especial... mas... mas... pára... Olha...

Ela: Você está terminando comigo?

Ele: Você tá terminando comigo?

João: Estamos namorando há 2 anos. 2 anos! Você vive sempre durona, fechada em si mesma, no seu mundo. Eu realmente queria que as coisas fossem diferentes, mas se é assim que elas são, paciência. Não posso viver desse jeito. Não posso viver ao lado de quem não consegue dizer, ao menos, que me ama. (Sai)

Sofia: O que você esperava? Estamos juntos a 6 meses e você me pede em casamento! Tudo isso me assusta, eu não to pronta pra dar esse passo tão grande. O amor caminha no seu tempo, se a gente apressa, ele foge. Olha... gosto muito de você... e, se você quiser podemos ser amigos... mas a gente vê... (Sai)

Ela

Pega o casaco. Está frio lá fora. Caminha tentando achar ar para respirar. As coisas se despedaçam em segundos. Até ontem ela se preocupava em como dizer... Eu te Amo.

Ele

Paga a sua bebida. Pega o seu casaco e sai. Olhar baixo. Seus pensamento voam e encontram Sofia e, ao olhar aqueles olhos azuis, dizendo adeus, caem em meio a rua.

Ela

Caminha pelo parque e para em um banco e contempla o lago, que reflete, calmamente o céu e todos que se inclinam sobre ele. Suas lágrimas são doces e revoltadas...e culpadas...

Ele

Entra no parque, começa a caminhar pelo leito do lado. Joga pequenas pedras na água como se pudesse deixar as tristezas afogarem naquelas águas iluminadas pela lua e reascender a esperança que ele perdera.

Os olhos se encontram. Ele tem olhos tristes. Ela, culpados. E, por um único momento seus olhares se curam e da mesma forma se vão, dando novamente espaço para a dor habitá-lo.

Prometo nunca mais deixar de dizer que amo - disse Ela.

Prometo nunca mais me declarar sem certeza - disse Ele.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Não posso mais pensar em você.

Não posso pensar em você.

E a culpa não é sua.

Não é pelos seus defeitos.

É pelas suas qualidades.

Pelo seu sorriso.

Seu charme.

Seu abraço.

Seu toque.


Não posso pensar em você.

E, não é por você.

É por mim.

Porque me decidi, em algum lugar do ontem, que não iria mais me apaixonar.

Assim.


Não posso mais pensar em você.

E, não é por você.

É porque tenho medo de amar de novo.

Medo de amar uma vez.

Medo de descobrir que não amo.


E, não posso mais pensar em você

Porque não quero perder meu raciocínio.

Não quero deixar de ter a mim.

Não quero perceber que sou mais fraca e mais vulnerável do que eu supunha.


Não posso mais pensar em você.

Mas penso.

Procuro o botão pra desligar o coração.

Mas a questão é:

Já se inventou tesoura para cortar esse fio invisível e resistente chamado amor?

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Claro. Orucse

É claro.

Um dia, sem querermos, a angústia bate no peito e a dor teima em latejar.

Sem percebermos, acabamos desmoronando em forma de gotas que saem desgovernadas, rosto abaixo.

É claro.

Fizemos o que fizermos.

E?

O que ganhamos?

Estamos felizes?

É claro.

Sempre podemos mudar de caminhos, mas parece tão difícil, já estamos tão acostumados com este. Já conhecemos suas veredas e seus desatinos.

E, por mais que tentemos fugir disso tudo, não há muito a fazer, porque isso tudo expressa, de um jeito que não queremos, supúnhamos ou esperávamos, quem somos.

Isso assusta!

E se eu pudesse ser outra pessoa?

E se eu pudesse fazer tudo o que quero?

Eu seria feliz?

Ou será que eu cairia em meio ao tédio de ter tudo o que sonho na palma da minha mão e não dar o devido valor ao que tenho a minha volta?

É claro.

Viver não é fácil.

Espera-se de nós mais do que podemos dar e devemos o tempo todo dar o que querem, como se não fossemos humanos. Como se não tivéssemos outra escolha.

Condicionaram-nos tanto que é antinatural não aceitar essa pressão social.

É claro.

Mas a vida é como é.

A angústia bate no peito. Não tem jeito.

Precisamos correr atrás dos nossos sonhos.

E, por mais difícil que pareça, devemos correr atrás de descobrir quais são eles.

É escuro.

A vida é uma só.

Porque a desperdiçamos vivendo pelo outro?

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Ela entrou, sentou, calada. Olhar vagando, olhando pro nada.

- Ah... tenho uma novidade muito legal!!

Respiração lenta, corpo mole, querendo cair, não se aguentando em pé. Sentou.

- hahaha... Não quer saber? Tem certeza?

Escorregava pela cadeira, enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto.

- Olha que é a melhor coisa do mundo!

Os pés e as pernas já estavam ao chão, o corpo continuava a cair e a cabeça ia deitando-se na cadeira.

- Bom, você não perguntou, mas eu vou dizer mesmo assim...

Se olharam!

Ela chorava.

Ele, sorria.

Ela continuou a cair, deitou-se ao chão e AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA. Berrou. Calando-se em um riso dolorido.

Ele continuou a falar e andando, saiu, chorando lágrimas alegres.

Alumínio

Sorrisos amarelos em rostos que já não sabem mais sorrir.

Opacos são aqueles olhos que não sabem mais enxergar.

Pálidos são aqueles lábios que não sabem mais sentir, só beijar.

Tesão e arrepio?

Aqueles corpos não sabem mais sentir, se permitir, brincar.

Dormiu o espírito daquele que não sabe mais viver e nem amar sem regras, sem jogos, sem tentar ser quem não se é.

Perdeu-se o instinto.

Afogaram-se os sonhos nos mares de concreto para se ter, a absoluta certeza, de que eles não ressurgiriam.

Rasgaram-se sentimentos e momentos.

Triunfaram o para sempre, o fracasso, a posse e a pose.

Mudaram-se e moldaram-se feito massinhas por adultos crentes que sabem tudo.

Simplicidade passou a ser sinônimo de pobre e orgulho, de rico.

Paz passou a ser um sonho mais que impossível.

Tristeza passou a se curar com remédios. E a alegria... também.

Loucura agora é sinônimo de rebeldia e ser normal é sinônimo de ser zumbi, moldado em uma massinha verde clara.

O amanhã passou a ser presente. O presente, passado. O passado, memórias apagadas.

A bebida se tornou uma boa risada. O sexo, uma boa fuga e a família, um belo nada.

E você? Mais nada ainda - e isso é tão pouco - mas é o suficiente.

Maquiagens viraram roupas.

A mala se tornou o sonho e a liberdade, o bem maior.

Amizades são pouquíssimas e muito raras.

O amor? Mais raro ainda.

Respeito se tornou sinônimo de ser quadrado e compromisso passou a ser clichê.

A moda agora é pegar quantos puder, aproveitar, fazer muito sexo, curtir, mentir, enganar, fugir - É, isso se tornou viver.

Esse é o mundo de hoje.

Essas, as pessoas.

Em pleno 2011, já chegamos à lua, à marte. Já descobrimos várias tecnologias e curas para doenças. Já criamos vários estilos. Aceitamos o casamento gay. Bin Laden já foi morto. Há um Presidente Negro nos EUA e uma Presidenta no Brasil.

Não somos mais crianças.

E, no entanto, ainda não conseguimos abraçar, sentir, amar e respeitar ao outro. Desvendar o relacionamento humano.

Não conseguimos curar o vazio interior.

Temos tantos estímulos externos que eles acabam por pressionar o nosso corpo, que acaba pressionando nossa alma, que triste, se esconde, esperando o seu momento de ser vista, escutada, respeitada e amada.

Sabemos tanto dos outros. Desejamos imensamente ser como eles.

Mas não sabemos quem somos, não sabemos nossos pontos fortes e fracos ou como melhorar a nós mesmos.

Criam-se sujeitos amargos, depressivos, incapazes de demonstrar e receber amor.

Criam-se sujeitos medrosos. Com medo de chorar, com medo de sofrer, com medo de se mostrar fraco, com medo de amar.

Se cobra que o ser humano saiba separar a vida pessoal da profissional como se ele pudesse se dividir ao meio e deixar a metade de si, ali.

E sabe qual o pior?

Ele está aprendendo.

Ensina-se a viver para fora.

Esquece-se de dentro.



Há uma propaganda que diz, que os robôs gostariam de sentir o que sentimos.

Logo menos, nós seremos os robôs da nossa geração.

E talvez queiramos voltar.

Mas aí, vai ser tarde, porque seremos apenas, alumínio.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Cobramos e somos cobrados como perfeitos. Nos magoamos. Brigamos. Paramos de nos falar, tudo em nome da perfeição com que sonhamos e nunca, nunca atingimos. Somos imperfeitos e esperamos...esperamos...esperamos... Fato é que quando alguém morre dizemos... deveria não ter feito isso. Deveria ter respeitado aquilo. Deveria ter cobrado menos. Deveria ter sido mais tolerante. E, não somos... E, vale a pena não ser? Corremos contra o tempo na ânsia de vivermos mais. Mas o que fazemos ao vivermos mais se perdemos o dom de olhar ao outro, ouvi-lo, amá-lo? De que me adianta tempo se não tenho, no mínimo, amor, para desfrutá-lo? A vida é curta. O tempo corre. E nós matamos o tempo. Finalizamos a vida ainda vivendo-a, buscando sempre tê-la mais. Deveríamos, na verdade, aproveitá-la, com o tempo que cabe a cada um de nós e desfrutá-la sem cobranças absurdas ou desejos de perfeição. Somos imperfeitos. Somos o que somos. Nada mais

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sou o que fala. O que cala. Sou o seu silêncio. A minha voz. Sou a falta do tempo. Corro, tento alcançá-lo, mas não houve treino que me fizesse alcançá-lo. Sou aquele que me esconde. Sou aquele que te encontra. Aquele te perde. Aquele que se encontra. Sou um pouco de tudo. Um tudo de nada. Mas vivo. Apesar dos desafios. Apesar dos erros. Sou o que aprende. Ou o que acredita aprender. Sou o que sorri. O que vence. Sou o que chora. Sou o que abraça. O que beija. Sou o beijo. Sou o romance. Sou rock in roll. Sou blues e Jazz. Mas sobre tudo, sou bossa nova. Sou lua. Sou mar. Vou ao infinito. Toco o céu. Olho bem fundo, no seu olhar. Toco você. Sou a troca de olhar. Sou o sentimento que nasce. A vontade que cresce. Sou os rostos que deslizam até se encontrarem. Sou os lábios que lamentam, até outros lábios o silenciarem. Sou os corpos solitários, que se acalmam, quando repousam sobre o outro e que fogem na manhã seguinte. Sou feito de tudo. Posso proporcionar o que você estiver disposto a receber. Sou feito matéria. Mas sou mais espírito. Gostaria muito de ser alma. De ser incandescente como a lâmpada. Brilhante como as estrelas ou celebrado como o céu ou a lua. Mas sou também motivo humano. Necessidade. Sou aquilo que se sonha. Aquilo que se tem, sem se perceber. Aquilo do que se foge. Aquilo pelo que, erroneamente, matam e morrem. Eu sou mais que a morte. Mais que o medo. Sou o que sou. Não aquilo que te disseram que eu era.

Quer saber quem eu sou?

Olhe bem dentro de você.

O que vê?

Viu?

Sou eu.

Aquecimento

Calcanhar.

Meio do pé.

Dedos.

Pé direito.

Idem.

Pé esquerdo.

Feche os olhos.

Escuta a canção.

Dança!

Isso.

Só existe você na sala.

Fecha os olhos e dança.

Sinta o som.

Vai no ritmo da música.

Isso.

Abra os olhos.

Interaja.

Olhos nos olhos.

Vamos! Reaja!

Solta o quadril.

Não se toquem.

Se sintam!

Vamos!

Quadril pra direita.

Braços pra cima.

Quadril pra esquerda.

Gira.

Seio à frente.

Seio pra trás

Rebolada. rsrsrs


Vamos, se soltem!

Dancem cada vez mais.

(Agora. Música lenta)

Pintem as paredes como se fossem quadros...

Olhos baixos. Braços levemente esticados. Os olhos vão olhando de baixo para cima até que encontram minha mão. A vejo alegre, brincando acima da minha cabeça; A sigo com os olhos e, sem perceber, com o corpo. A mão brinca e, lentamente desce, meu corpo gira, meu pé esquerdo para a frente, no impulso do direito, me deito ao chão. As pernas sobem e pintam, lindamente o teto, enquanto as minhas costas pintam ao chão. A mão se mexe delicada e pontual e desenha belos castelos, com um mar na frente. Me levanto, meus quadris se mexem pintando as paredes e as portas, e meus seios desenham lindas aves que voam naquele céu inventado.

Parem.

Deitem.

Com os olhos fechamos contemplem a pintura.

Meu corpo agora está imóvel, apenas mexe pela respiração. Meus olhos fechados percorrem o castelo, vêem as aves e as flores e, de repente, algo que não me lembrava que pintei. Uma menina, de blusa vermelha que corre pelo quadro imóvel.

Toquem a tinta.

A toco. A sinto. Sinto a textura da tinta em minha mão.

Passem no rosto. Pintem cada cantinho dele.

Pastosa. Meio seca. Começo passando as bochechas. Os dedos caem pela lateral do rosto, sobem até a testa, descem pelo nariz e encontram a boca, pintam os lábios e o queixo.

Olho o quadro e a menina está me olhando, parada. E, achando tudo aquilo engraçado, sorri. Estica a mão, toca, pinta o seu rosto, se levanta e sai, dançando, ao longe, dando cor ao quadro pastel que criei.
Isso é um assalto.

Passa as melhores coisas que você tem, vamos! Anda!

Jura? Celular é o que você tem de melhor?

Não quero!!

Dinheiro?

Fica pra você!

Oi? Carro?

É isso que você considera melhor?

Então, sinto lhe informar.

Você já foi roubado.

Ou pior, morto...

Desculpa aí... serzinho.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Mundo zumbi

Passos lentos.

Qua a a a se parando.

Um susto!

Passos rápidos, velozes, sem freio.

Olhares mortos.

Mas nem por isso parados.

Quem disse que morrer é não se mover mais?

Mortos em vida.

Os olhos voam rápidos, de um lado para o outro tentando matar olhos brilhantes que se escondem.

Se escondem atrás do medo;

Da quietude;

Do silêncio.

Poderiam reascender os mortos?

Eles não sabem...

Mas podem!

São poderosos.

E são medrosos.

E são únicos, intensos, profundos.

E os pés fogem e correm nessa terra de zumbis, onde estar vivo é anormal.

Todos querem parecer mortos e viver como tal, acomodados em suas caixas.

Cadáveres de nada, que se matam, e, pelo quê?

Por quê?

Uma única razão:

Se esgotar tanto, mais tanto, para deitarem vitoriosos e de consciência limpa em seus caixões já preparados, que os espera, na próxima esquina.

Enquanto isso, os vivos fogem dos caixões e dos mortos.

Fogem das rotinas e das fugas.

Fogem da sociedade e de si mesmos.

E as poucos, seus olhares também vão parando.

Seus pés, desace le ran do.

As duras batalhas e as difíceis travessias acabam, lentamente, com eles e então vão entendendo o porque do mundo ser cheio de vivos mortos.

Ninguém os ajuda.

O brilho? Se esvai, de gota em gota, e é escondido, a sete chaves, e é silenciado, pelo lenço (que aparenta ser branco) do medo.

E nós, nós fazemos o que?

Nada.

Não fazemos nada.

Talvez porque já tenhamos morrido em vida.

Ou talvez porque estamos inventando qual será nossa causa mortis, tentando parecer heróis: "Ah... Me sacrifiquei por amor."

Morremos em vida, mas não é por amor, é por medo.

Morremos ao nos calarmos.

Morremos quando deixamos de estender a mão e quando caímos e não há mão alguma para nos ajudar a levantar.

Viramos zumbis em uma terra assombra por fantasmas que criamos, como desculpa, para nos escondermos dos outros e de nós mesmos.

Como já disse uma música: "Nessa terra de gigantes, que trocam vidas por diamantes...".

E, morremos em vida, pelo que mesmo?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Eu não quero dissertar.

Quero sentir.

Quero saber do que falo, sem pensar.

Quero saber do que calo, sem analisar.

Tem que ser sutil:

Pele que arrepia,

Lágrimas que rolam,

Lábios que sorriem.

Eu sei que temos cérebro.

Mas também temos coração.

Temos sensações e sentimentos.

Há coisas que sentimos que simplesmente não dá pra explicar.

Já se inventou palavras pra explicar o quão maravilhoso é amar?

terça-feira, 7 de junho de 2011

Brilho no Olhar

Não precisava que nada fosse perfeito.

Nem que passasse perto disso.

Fora é como se fosse apenas as cores de um quadro que muda de imagem constantemente, horas com cores amarelas, vermelhas e roxas e horas com cores azuis, verdes e cinza.

As cores se alternavam e novas cores eram criadas, inventadas, nomeadas e às vezes, simplesmente, pintadas.

Ela?

Horas morena pelo sol, horas pálida pelo frio, horas vermelha pela vergonha.

Seus olhos também mudavam de cores, camaleões do desejo se fantasiavam de acordo com os sonhos que eram pescados pelo ar, através de suas pupilas e devolvidas ao sonhador através dos lábios. Daqueles lábios macios, intensos, que continham o segredo da paixão.

Era só beijá-la e pronto: você estava preso naquela rede. Naquele misto de sensações.

Você não sabia ao certo o que estava sentindo e nem imagina que estava sendo levado até as profundezas dos seus mais secretos sonhos.

Aquele beijo era capaz de tirar qualquer pé do chão e aqueles olhos...

Ah, aqueles olhos davam asas a qualquer ser que desejasse voar.

Poucas vezes vemos.

Poucas pessoas ainda tem aquele brilho.

Aquele, que só pertence ao olhar.

Aquele, que queremos ter.

Aquele. Que quando a boca diz palavras, não importa o que exatamente está dizendo, pois as palavras saem belas e dançantes de satisfação e você vê, letra por letra saindo e se jogando, invisível, rumo ao infinito.

É aquele brilho!

Aquele brilho de inocência, não importa o quão velho ou o quão experiente seja. Mas aquela inocência de quem ainda consegue acreditar no amor.

E quando você vê aquele brilho, você também quer amar, também quer acreditar, pra ver, se de alguma forma, o amor também abre a sua janela e faz reacender o brilho da sua alma.

Porque aquele brilho não pertence aos olhos.

Não é físico.

Não adianta pingar águas ou colírios.

Aquele brilho vem de dentro e você sente que tem alguma alma habitando aquele corpo, que é um corpo qualquer, que também chora, que também ri, que também se decepciona. Mas que ama.

Ah... E como ama!

E quando a gente olha em volta: Olhos mortos, olhares vazios, pessoas incompletas.

Nos olhamos no espelho e vemos cores frias e nos perguntamos aflitos:

Onde está o meu brilho no olhar?

E minha alma?

Onde foram parar meus sonhos?

Como dizer palavras no vento que toquem o coração de alguém?

Então, em um dado momento, em que não sabemos definir, você abre seus olhos e finalmente se vê, ali.

Nossos corpos são quadros. Alguns pintados com cores frias, outras quentes e cada um com sua marca, com o seu charme, com o seu medo.

Mas nossos olhos... esses são diferentes. Ou eles não tem brilho algum, ou cintilam a cor da nossa alma.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Trocas

Silêncio.

Pra que música?

Pra que palavras?


Sinta.

Respire.

Toque.


Se deixe tocar.


Abrace, envolva, provoque, acaricie.

Seduza.

Brinque.

Leve a sério.

Excite.


Se deixe excitar.


Beije.


Se deixe beijar.


Trocas, sensações, sentimentos, emoções.

Tudo é se lançar.

E nem um A.

Nada.


Apenas as pontas dos dedos que levemente percorrem cada cantinho do corpo. O lábio que desliza pela nuca, pela barriga.


A nuca e a barriga que se deixam beijar.


O calor que invade o corpo.

As mãos que percorrem e invadem, e brincam e conhecem. E provocam.


O corpo que se deixa provocar.


Os lábios que se tocam.

As mãos que seguram o cabelo.

Os corpos que se encaixam...

A emoção que acontece.

A respiração que fica ofegante.


E a entrega que foi feita.


O feito que nos permitiu nos entregar.


Nenhuma palavra foi dita.

E no entanto, se disse tanta coisa.

domingo, 5 de junho de 2011

Atreva-se

Que atrevimento é se apaixonar.

Que ousadia!

É deixar milhões de possibilidades de beijos e carinhos por aí e trocar pelos beijos e carinhos de apenas uma pessoa.

Tem que ser A Pessoa!

Ou não.

Mas tem que nos tocar a ponto de nos deixar louco.

Se apaixonar não é pra quem é "são", é pra quem perdeu o juízo!

Para quem se permitiu perder o juízo.

É puro atrevimento:

É se declarar, sem certeza de resposta;

É dar, sem certeza de receber;

É dizer Eu Te Amo, e esperar o Eu Também de volta, ou se decepcionar quando ele não vier. Mas sem dúvida é se atrever a dizê-lo.

Se atrever!

Se apaixonar é com roupas. Para ficar nú, tem que amar. Tem que ser sem máscarar, sem poses, sem tentar impressionar.

Amor tem que ser de coração para coração.

E se não?

Se não corre o risco de cair em meio ao vão das maquiagens e das mentiras.

Para amar tem que ser mais louco ainda pois tem que se ousar ser quem é.

Tem que mostrar seus defeitos, correndo o risco de assustar quem se ama.

Mostrar suas qualidades correndo o risco de fazer quem se amar se envolver.

Para amar não pode ter medo de abrir suas asas.

De envolver e ser envolvido.

Se você perceber bem, o céu e o mar estao ligados através do horizonte.

E você e o outro também, mas é através da linha tênue chamada Amor.

A cabeça temos para questionar.

O coração, para sentir.

Coração não questiona se as coisas estão de acordo com os padrões. Para o coração não existe padrão, existe instinto. Não existe mentira, os toques, beijos e olhares são pura verdade e se duvidar, a única verdade da terra.

O amor é natural, assim como a paixão.

Mas atualmente estamos tão "sãos" que amar parece ilusão.