domingo, 27 de fevereiro de 2011

Caminho Florido.

Enquanto eu vim, fui deixando por ai sementes.

Sementes essas que eu esperava que indicassem meu caminho de volta.

Quando resolvi voltar, vi belas flores.

As segui.

As segui como um trunfo que pensei ter.

Percorri quilometros e quilometros de rosas vermelhas...

Coloquei a mão no bolso.

Peguei o saquinho de sementes.

Queria agradecê-las.

Quando li eu percebi que eu não havia plantado durante todo esse tempo as rosas que segui.

Plantei Gérberas.

As flores de outros floriram meu jardim.

As minhas, floriram a de outros.

Passei esse tempo todo tentando localizá-las.

Mas gostaram tanto da idéia da plantação que começaram a plantar.

Todos plantaram, de modo que eu já não sei de onde vim.

De modo que eu não sei mais para onde vou.

Apenas continuo seguindo as rosas, sonhando com as gerberas.

Desespero

A boca forma um grito.

Ela está preparada.

A cara é de desepero.

Os olhos apertados.

As mãos na cabeça.

As águas se juntam nos olhos e formam as lágrimas.

A primeira delas quer se jogar.

A voz não sai.

Ela não ensaiou esse momento.

A dor é profunda.

O coração bate acelerado.

O corpo está agitado.

As pernas querem correr.

O corpo quer se largar.

A mente já pensou em morrer.

A mente já pensou em viver.

A mente já pensou em fugir.

Mas o grito não saiu.

E as veias do pescoço saltaram.

Os olhos apertaram mais.

Cairam duas lágrimas de cada olho.

A testa completamente enrugada.

A boca aberta até não poder mais.

Mas o não gritar a sufoca.

Cadê a voz?

Aonde ela foi parar?

É necessário ter voz para sentir o desespero?

Não basta sentir o vazio no olhar?

As lágrimas caindo?

O corpo se jogando?

A testa enrugando?

Não basta ver uma pessoa morrendo as poucos simplesmente por não conseguir gritar o que quer?

Somos um bando de matadores.

Para não morrermos matamos os outros.

Mas no final, acabamos sempre acertando o tiro da roleta russa no nosso cerébro.

Não adianta fugir, não adianta correr.

Um dia você vai apontar a arma para sua cabeça.

E aí, só haverão duas saídas:

Ou você grita.

Ou você, para sempre, se silencia.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Eu não sou robô. Não sei você,

Frederico Moccia questionou, em seu livro "desculpa, quero me casar contigo" o por quê de não haver no amor um meio termo. Por que tem ser ou "para sempre" ou um fracasso.

Eu vou além.

Questiono se permitimos o meio termo e paramos de julgar as coisas como "perfeitas" ou " imperfeitas".

Passamos a ver as coisas como elas são, apesar de toda a sua complexidade?

Ou jamais seremos capaz de vê-las sem nosso filtro?

As coisas mudam o tempo todo e nós também o fazemos.

Se julgássemos as coisas que mudam como estáveis, com toda a certeza erraríamos.

Erramos.

Fomos acostumados a pensar nas atitudes como certas ou erradas, nas pessoas como boas ou más, nos relacionamento como para sempre ou fracasso...

Mas e o meio termo, e a visão pessoal que cada um de nós tem a respeito disso?

Onde entra?

Onde se encaixa?

Fomos muito condicionados a julgar, a gostar ou não gostar.

Mas não fomos desafiados a conhecer, a perceber que não existe perfeição, não existe nada completamente bom ou completamente ruim.

É a questão do veneno, tudo para tornar-se veneno depende da quantidade. Da dose.

Dose, dose aquilo que dizem que tem que ser ou de um jeito ou de outro.

Escolha o seu jeito de ver cada coisa, ouse conhecê-la, ouse nomeá-la de forma diferente.

Ouse!

A moral e os bons costumes acabam colocando vendas nos nossos instintos, nos tornando um bando de robôs.

Eu não sou robô...

Não sei você...

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Cantava

Uma menina cantando no ônibus.

Músicas diversas.

As idéias saiam do celular.

Ela pensava estar conectada.

E cantava, e cantava e cantava.

Todos em volta a olhavam, cochichavam.

"Olha que menina doida!"

"Olha que menina feliz!"

E ela nem percebia, nem notava.

Ela só cantava

Os cabelos longos lhe cobriam o rosto... mas dava para ver um certo sorriso em seus lábios.

Ela gostava de cantar...

E cada hora uma música diferente.

Diferentes entonações.

Diferentes sorrisos.

Algumas lágrimas.

Cena intensa.

E ela só estava cantando.

Só isso.

Ainda tentei achar a conecção dela com o celular.

Mas ela tava sem o fone.

O som não estava ligado de modo que eu não ouvia som algum.

Ninguém ouvia.

Mas ela cantava...e cantava...e cantava.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Perdi...

Perdi a hora.

Os números escorregaram do relógio.

Os ponteiros soltaram da base.

Me restou o tempo.



Perdi o tempo.

As parede que se moviam em direção ao centro, sumiram.

O meio em que eu vivia foi apagado, destruído.

Me restaram caminhos.



Perdi os caminhos.

As escolhas que eu tinha foram revogadas.

Os passos que eu dei não deixaram marcas.

Não sobrou mais nada.



Perdi o nada...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A luta das palavras

Em um belo dia já não era mais suficiente sussurrar palavras.

Chegou um momento em que elas queriam ser grandes, inteiras, completas.

Elas faziam um trem de informações e a todo vapor forçavam para sair goela a cima.

Mas a boca espremia seus lábios e os dentes se encaixavam perfeitamente fazendo assim uma prisão perpétua.

Prisão perpétua para as idéias.

Mas as palavras eram fortes.

Elas queriam tanto sair que arquitetaram um plano.

Começaram a fazer o corpo todo ter vontade de falar.

Mas até o corpo se calava.

Mas a vontade era tanta, mas tanta que começou a incendiar o coração, esquentar a mente.

Mas os portões da prisão, mesmo assim, se mantinham firmes em seus propósitos de segurança.

Um dia, as palavras traçaram uma tática diferente.

Deixaram de incendiarar o corpo e ousaram um caminho diferente.

Melodia.

Uma melodia suave, incessante, interminável.

As cordas vocais eram tocadas como belas harpas e, mesmo com a prisão fechada do jeito que estava o som ecoava por dentro e se projetava para fora.

Num dado momento a boca não resistiu mais segurar-se fechada e abriu os portões.

Neste instante sairam tantas palavras... foi uma explosão!

Foi dito tudo aquilo que poderia.

Ultrapassou limites.

Quebrou vasos.

Estilhaçou espelhos.

Refrescou a dor.

E as palavras puderam finalmente se tornar grandes, completas, inteiras.

As idéias procriaram.

A boca, ela não ousou novamente fechar, ficou com medo.

E assim, o trem saiu e passou, terminando na cabeça de uns, no coração de outros e surgindo sempre do mesmo lugar.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Máscaras

Eu estava dormindo.

Ainda estava tudo escuro lá fora e em volta.

Fui ao banheiro, tomei meu banho, escovei meus dentes.

Peguei minha necessaire e comecei a me maquiar.

Base, corretivo, pó, blush, lápis de olho, sombra, rímel, glitter, batom.

Acordei.

Peguei o perfume que combinava com o dia.

Três borrifadas, uma em cada punho e uma na nuca.

Vesti minha roupa comum, do dia a dia.

Peguei minhas coisas e saí.

Destino: trabalho.

Andei pela rua, estava bem, o suficiente para ser notada, admirada, mas não enxergada.

Caminhei, pessoas como eu... algumas talvez sem batom, outras sem rímel, mas todas com suas roupas comuns, do dia - a - dia.

Cheguei ao meu destino.

Almocei.

Levei minha necessaire ao banheiro.

Retoquei minha maquiagem.

Saí.

Andei pela rua.

Igual.

Normal.

Cheguei em casa, tirei minha roupa da rua. Puis a de casa.

Tomei banho.

Apaguei.

Jantei, assiti televisão, mexi no computador.

Dormi.

No outro dia...

Levantei.

Fui ao banheiro, tomei meu banho, escovei meus dentes.

Procurei minha necessaire.

Esqueci no banheiro da empresa.

Me vesti.

Coloquei a roupa do dia-a-dia.

Saí.

Todos me olhavam.

Direção: Trabalho.

Cheguei ao meu destino.

Olhei no espelho.

Me assustei.

Quantas marcas!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Coração nomeando sem consentimento

É...

Faz tempo que ela não sentia seu coração pular no peito como sentiu agora.

E pelo que?

Por nada.

Um único motivo: alguém.

Ele só pulou no peito em uma tentativa frustrada de se entregar a esse alguém.

O coração, quando quer, já nomeia quem deveria ser o seu companheiro, sem ao menos nos consultar, consultar a nossa razão.

Ele pulou, bateu bem forte.

Se você sentiu não sei.

Eu sei que eu gostei!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Presentes.

Demorei muito tempo pra entender o significado de presente.

O que é um presente para você?

Eu só passei a perceber no dia em que eu não recebi nenhum, e todos a minha volta receberam.

Naquele momento percebi que não importa ganhar uma caneta, um anel ou um carro.

O que realmente importa é perceber que alguém pensou em você.

Que alguém imaginou você abrindo aquele presente e sorrindo.

Alguém pensou em te fazer feliz.

Desde então, todos os presentes que dou, escrevo uma carta que os acompanha.

Porque para mim, os verdadeiros presentes não nos acompanham na cova, se agregam e nos acompanham em nossa essência.

Nos alegram, nos ensinam, nos tocam.

Presentes não foram feitos para nos fazer parecer melhores ou maiores.

Foram feitos para lembrar que somos humanos, que alguém nos ama, que alguém nos quer bem.

Vejo inúmeras pessoas que reclamam por ganharem presentes.

Devem reclamar porque nunca ficaram esperando ganhar algo de alguém e não o receberam.

Devem reclamar porque jamais receberam um presente de verdade.

De qualquer forma, não importa quanto custe o que me deem.

Importa o quanto a pessoa realmente pensou em me dar.

Precisando

Eu não queria precisar pedir ou implorar.

Sua ausência me perturba.

Estar com você, me acalma.

Mas se eu nunca estou com você, como deveria viver se não perturbada?

Não vivo de outra forma.

Não saberia como viver de outra forma.

Não peço presença física ou constante.

Peço aquela que simplesmente nos sentimos apoiados... seja através de mensagens, de conversas ou de interesse.

Falta muito interesse entre às zero horas de ontem e às zero horas de amanhã.

E não preciso de presentes, de grandes demonstrações de afeto, de peças de circo.

Preciso de um abraço.

Preciso de um aperto de mão.

Preciso que me perguntem se estou bem.

Preciso que queiram saber o que sinto.

Preciso que queiram me acolher.

Mas ninguém precisa das minhas fraquezas, das minhas inquietudes, das minhas certezas.

Precisam e querem que eu sempre seja e esteja forte, assim como uma rocha.

Mas eu sou uma geleca... mole.

Muito mole.

Não queria precisar implorar que me vissem.

Mas nem implorando me vêem.

Jogo das Cadeiras!

Colocaram uma música agitada.

Cadeiras em fila.

Pessoas sorrindo.

A brincadeira iria começar.

- Jogo das cadeiras!

Quem iria ganhar?

Quem iria sair?

- Vai! - Alguém gritou.

As pessoas começaram a rodar em torno do conjunto de cadeiras.

Parava a música e uma sempre ficava sem lugar.

Até o final.

Sempre havia alguém sem lugar.


Estou sentado na minha cadeira.

Tenho uma dentro da minha casa.

A cadeira pertence a mim.

Ninguém jamais ousou sentar nela.

Cada um tem a sua.

Mas sempre tem alguém que não a tem.

Que perde no final da brincadeira.

Que sai, isolado dos demais e senta no chão para ver quem será o sortudo da noite.


Sortudo?


Sempre ter a mesma cadeira?


Sentar sempre no mesmo lugar?


Qual é a sorte?



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Círculo.

Perdido.

Me encontrei dentro de um círculo.

Tudo em volta estava em cinzas, como se tivesse pegado fogo.

Um pouco mais a frente percebo que há outra pessoa em outro círculo. Essa pessoa está imóvel. Talvez ainda não tenha acordado.

Começo a andar pelo meu círculo e a medida que viro, mais círculos vejo por aí.

Todos com pessoas imóveis.

Todos.

Porque eu havia acordado?

A distância entre o círculos parece ser grande. Tenho medo de por os pés no chão. Tenho medo de queimá-los.

Está tudo ruindo. As paredes. O teto. O chão.

As coisas vão caindo e apenas os círculos ficam, distantes, flutuando.

Olho para cima.

Mais nada.

Não tenho coragem de olhar para baixo.

E se eu cair?

Começa a me bater o desespero.

"Socorro!!!! Tem alguém aí? Socorro!!!!"

Ninguém responde.

Estou parado. Imóvel. Esperando que alguém apareça pra me salvar.

Mas ninguém vem.

Ninguém acorda.

Começo a olhar novamente. Os círculos que haviam sumiram. As pessoas desapareceram.

Para onde foram?

Vão me levar também?

Olho novamente pra cima.

Nada.

Arrisco a olhar para baixo.

Nada.

Olho em volta.

Nada.

Nada.

Desafio meus medos.

Caminho lentamente em direção a linha que delimita meu círculo.

Passo a mão.

Nada.

Passo o pé.

Ponho ao chão. Sinto o piso.

Ponho a cabeça para fora.

Me espanto.

Um mundo colorido.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Louca!

Sou louca.

Não tem problema.

Gosto da minha loucura que às vezes teima em beirar à sanidade.

Não quero ser sã.

Os sãos se barram. Se enfraquecem. Se moldam sem saber a que.

Os loucos não.

Esses querem quebrar barreiras, rabiscar regras, fortalecer o espírito... e não se moldam. Mudam!

Mudam a todo instante.

Mudam a todo momento.

Os loucos gargalham de piadas e os sãos perguntam porque riem.

Porque temos sorriso.

Porque somos loucos!

Os loucos pulam nas poças de água.

Os sãos fogem das gotas de chuva... eles tem medo de se derreterem... pedras de gelo.

Você é louca.

É, assumo. Não tenho mesmo lucidez.

Com orgulho!

O dia em que te conheci. - Parte 3

...Acordei novamente e simplesmente pensando em você.

E quem vai dizer que não é simples?

Simplicidade é a única coisa que falo.

Simplesmente te ver, mesmo que ao longe.

Apenas mais uma oportunidade de te ver.

Já pedi, milhares de vezes, para a minha mente te esquecer. Ela obedeceu. Mas o meu coração não. E nessa disputa, eu não consigo te esquecer de jeito algum.

Mas eu nem te conheço!

Não sei quais são os seus melhores sorrisos.

Não sei quais foram os seus piores choros.

Te conheço por fora... seus olhos, o brilho dos seus cabelos, as roupas.

Mas qual é seu nome?

Qual haveria de ser seu nome, anjo sem asas...

Anjo que talvez tenha vindo questionar minhas certezas.

Elas parecem tão incertas.

Todo dia, me martela a dúvida: Por que não saí pela porta naquele dia? O que eu poderia ter perdido? O que eu poderia ter ganhado?

Pelos ares ouço vozes. Elas pedem que eu esqueça o passado, esqueça você.

Mas você, passando pela minha janela só construiu sonhos, mudou em segundos meu presente e me fez desejar um futuro... um futuro nosso.

A culpa é minha, de ter me encantado assim por você?

É sua, por ter passado pela minha janela?

A quem devo eu culpar, em vão?

Ah, já sei!

A culpa é do amor...

A culpa é do medo...

A culpa é do medo de amar!

Fui até a janela.

Prometi a mim mesmo que seria a última vez, isso já faz uma semana.

Mas eu não sei porque dessa vez eu acredito.

Abri as cortinas.

Tantas pessoas andam pela rua.

Será que sabem o risco que correm?

Será que você sabe?

Risco? É!

Eu nem ultrapassei minha janela e já perdi meu coração. Imagina se eu ousasse desbravar o mundo. Não voltaria.

Preso em meus pensamentos que percorriam o mundo quase que eu perco de novo a oportunidade de te ver.

Quase!

Linda!

Alguém deveria te dizer isso um dia sabia?

E, por que não eu?

Por que não?

Corri até a porta, coloquei no rosto o meu melhor sorriso, meu coração estava disparado!

Mas eu tinha que, de uma vez por todas, tornar nós dois real.

Abri a porta.

Bateu um vento e junto o medo.

Mas você passava em frente a minha casa, com seu jeito lindo.

Que sorriso!

Isso me encorajou.

Coloquei o pé direito para fora.

Num breve momento quis trazê-lo de novo para dentro de casa, para a minha segurança.

Mas te ver, assim tão perto me encorajou a por o outro pé para fora e, em um momento de loucura, medo, paixão e êxtase, chegar até você.

Você me olhou, com uma cara de assustada, como se eu fosse louco.

E talvez eu seja mesmo.

Mas, finalmente eu consegui dizer.

- Vo... Vo... Você é... Linda!





Continua...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O dia em que te conheci. - Parte 2

Nunca acordei dessa maneira.

Nunca me senti desse jeito.

Minha vontade era ficar na janela, o tempo todo, até você aparecer.

Eu estava pouco me lixando para velhos conceitos. Velhas crenças. Por mim, rasgava as cortinas que me separavam de você e, conseqüentemente, do mundo.

Mas não as rasguei. Apenas as abri.

Peguei um banquinho e me sentei a janela. Mal tinha eu tomado meu café da manhã e já estava lá... te esperando. Te desejando.

A vontade de te ver era tão grande que a fome não ousava desafiar as borboletas que voavam alegres no meu estomâgo.

Não sei dizer com precisão quanto tempo fiquei ali, olhando pela janela... mas vi muitas mulheres, muitas pessoas e, quando alguma delas lembrava você, meu coração quase saia pela boca.

Quando descobria que não era você... eu me sentia triste, com vontade de desistir. Estava certo que você não iria mais aparecer.

Então, num lapso momento de desanimo, sai da janela.

Mas em 5 segundos voltei, olhando por todos os sentidos para ver se você não havia passado justo no momento em que eu saira.

Já é noite. Você não passou. Fiquei fazendo mil e uma suposições do motivo:

Será que ela foi almoçar em outro lugar?

Será que está doente?

Será que não precisou sair?

Mas a que a mais me assustou foi:

Será que ela só precisou passar por aqui ontem e nunca mais passará novamente?

Espero que não.

Sinceramente não saberia o que fazer.

Fui pra minha cama e me puis a dormir.

Pra variar, sonhei com você.

Sonhei que tinha ido falar com você.

Quando acordei, a primeira coisa que procurei, pelo quarto, foi você.

Me toquei que era apenas um sonho.

Fui tomar café da manhã.

Às vezes dava uma bisbilhotada pela janela... mas achava que você não passaria mais...

Rezei... nem sei pra quem... pedindo desesperadamente que você passasse.

Você não passou, novamente.

No terceiro dia, depois de sonhar que havia te perdido, decidi tomar alguma atitude.

Destranquei a porta de casa. Fiquei pensando o que eu faria lá fora.

Tranquei novamente. Desisti.

Sentei no sofá. Dormi.

Quando acordei, fui até a janela e, adivinha, nada... nada de você.

Acho que o que me diziam é verdade. O mundo é cruel, basta você envolver para que, em segundos, ele leve o que você envolveu.

Fechei as cortinas.

Me prometi que não as abriria novamente.

Mas aí, acordei...




Continua

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Conversa

Se eu quero?

Claro.

Claro que sim.

Sorrisos?

Aceito!

Mão?

Seguro...

Quero te mostrar o mundo.

Me diz, você vem?

Aaaaah... deixa eu te mostrar a beleza da simplicidade!


Já olhou algo que fez seu olho brilhar?

Meus olhos brilham ao te olhar.


Já sentiu o coração acelerar?

O meu acelera ao te encontrar.


Já quis parar o tempo naquele momento?

Eu sempre quero quando você está neles.


É... já imaginei que ficaria chocado.

Me choca também me sentir assim quando penso em você. rs


Jurei, eu jurei para mim que não iria mais me apaixonar.

Mas eu não consegui cumprir a minha promessa.

Sabe de quem é a culpa?

Devo eu dizer? hahahahah


Enfim... volto atrás nessa promessa.

Dessa vez vou prometer coisas das quais realmente posso cumprir.

Até porque você entrou na minha vida né.

rs


A... que lindo!


Tá, tá bom...


Mentira!!!

Rs... assim me deixa envergonhada!!!!!


Também te adoro!

Beijos!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O dia em que te conheci.

Eu estava em casa.

Minha casa era a unica coisa no mundo que eu achava linda, que eu pensava conhecer.

Eu vivia bem, segundo minha concepção de bem estar.

Eu não costumava olhar pela janela. Me diziam que o mundo era cruel. Então nunca tive curiosidade de vê-lo, conhecê-lo.

Mas um dia, simplesmente eu tive que ir até a janela e abrir as cortinas. Tive que olhar o mundo e foi aí que meu coração acelerou demais... Achei que iria enfartar.

Só consegui soltar da boca a palavra: "Linda!".

Era linda demais.

Você passou sem perceber o quanto era olhada e desejada. Você escutava música. Seu andar era calmo, tranquilo, sem pressa. Seu cabelo era de cor de madeira e brilhava com uma luz que se refletia nele. Olhos expressivos. Alma encantadora.

Quis correr até você, quis que você sentisse meu coração. Minha falta de fôlego.

Então fui até a porta, a destranquei e parei.

Não sai.

Então, abaixei a cabeça e tranquei novamente as fechaduras que me separavam do mundo. De você.

Sentei no sofá, meio desanimado, mas sorri.

Sorri ao lembrar de você.

Sorri, ao lembrar da cena mais linda que já vi, nesses 25 anos de existência.

Sorri, porque este foi o único momento em que, por pouco, não suicidei minhas idéias. Que por pouco, não saí do meu lugar, que segundo minha concepção me faz bem.

Me faz bem?





Continua...