segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Fim da linha.

Toda vez que chego aqui, quero fugir.

Já me cansei de tanta cobrança.

Cansei de ser um fantasma que só aparece nas horas que são convenientes a eles.

Não quero mais ser conveniente.

Quero buscar minha inconveniência, fazê-los crer que não me suportam mais... para quem sabe eu decidir, em meio aos meus passos medrosos, sumir.

É... ir aquela velha linha de trem... aquela que ninguém mais lembra que existe... porque ficou no passado...

Reativa-la... e caminhar por todo o seu percurso e sumir... na outra ponta...

Não olhar mais para trás.

E, ao desembarcar no final da linha, adquirir um poder de super herói e destruir o caminho... para ninguém mais me achar.

Ninguém mais me cobrar.

Ninguém mais precisar de mim...

Não quero mais que tragam eu, fantasma, do mundo dos invisíveis.

Se não desejam me ver...

Que não desejam nada, nada de mim.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Suas escolhas... são suas mesmo?

Por que que tudo tem que ter um porque?

As coisas não podem ser simplesmente como são?

Não podem acontecer por que tem que acontecer?

Por que temos a mania de quer explicar tudo o que acontece com a gente?

Talvez seja uma forma de mascarar aquilo que a gente quer aconteça e não faz acontecer, né?

Porque a vida é isso.

A gente tem a vã ideia de que somos nós que mandamos no nosso destino. Te pergunto: Somos?

Não sei.

É praticamente impossível conciliarmos os nossos destinos, com os destinos dos outros, por mais que a gente corra atrás.

Então a gente acha que somos nós quem desenhamos a nossa história, e eu me pergunto, será que realmente somos nós?

Não sei.

A gente fica o tempo todo pensando: E se eu fizesse isso... Fizesse aquilo. Se tivesse sido diferente... se eu não fosse do jeito que sou e se eu fosse melhor do q quem sou.

Meu, você é como você é. Fez, o que fez. Não adianta se arrepender ou chorar por isso. Está feito.

Às vezes a gente faz coisas sem saber que vamos fazer, porque simplesmente tem que fazer.

Me pergunto: Somos nós que escolhemos fazê-las? Ou só as fizemos porque era necessário que alguém as fizesse?

Por que muitas vezes perdemos coisas que poderíamos ganhar e que poderia ser o futuro da nossa vida?

Será que a gente gosta de sofrer, de perder, ou será que simplesmente temos que perder pra aprender uma determinada lição?

É pra se pensar, não é?

É fácil dizer que existe destino, isso alivia o peso da responsabilidade que você carrega, mas é difícil dizer que não temos controle sobre a nossa vida.

É difícil perceber que a vida corre, estando você preparado pra ela ou não, quer você esteja preparado para usar o tempo que ela tem, ou não.

Mas a vida corre e quando você abre os olhos pensando que poderá, enfim, começar a vivê-la, ela acaba.

Aí você se culpa por não ter aberto seus olhos antes, por não estar pronto para abrí-lo.

Mas será que a escolha de abri-lo era sua?

Será que temos todas essas escolhas que dizem que temos?

Será que escolhemos desde o momento que acordamos até a hora que vamos dormir?

Será que as coisas não tem que acontecer simplesmente como acontecem ?

Não estou falando de nada pré-determinado, não me entenda mal.

Questiono todas essas escolhas que nos apontam na cara dizendo que são nossas.

O quanto nós fazemos escolhas das quais somos realmente conscientes?

Quais escolhas temos a consciência de estarmos fazendo?

Você tem consciência das suas escolhas, do que elas vão significar no seu futuro?

A gente não tem, não sabe.

A gente escolhe achando que sempre terá o presente.

Surpresa: o presente não existe pra sempre.

Os outros também escolhem e nossas escolhas não coincidem porque não pensamos iguais.

Ah! se a gente pensasse igual...

Quantas histórias de amor lindas...

Quantos coração completos...

Quantos corações deixados de lado.

Quantas pessoas teriam e não teriam seus pares.

... Mas a vida é isso!

A gente acha que tem o poder de determinar a vida dos outros...rs...

A gente mal tem o poder de determinar a nossa!

A gente acha que tá vivendo, que a vida dá voltas.

A vida não dá voltas. Quem as dá somos nós.

Corremos para chegar lá na frente, naquele portão, mas temos medo de abrir a porta, então recuamos e tentamos novamente e recuamos novamente.

E, como explicação, dizemos que a vida dá voltas. Não. Não. Nós as damos.

E damos algumas por medo, outras por receio e algumas tantas por querermos resgatar do passado algo que deixamos lá, que achamos que para sempre será nosso.

Não fica. Não é.

O que você realmente tem seu não se chama passado e nem futuro.

O passado é aquilo que você já teve, mas deixou lá atrás pensando poder recuperar um dia. Aquilo que você enterrou e achou que jamais precisaria acessar.

Mas você não recupera, e sinto lhe dizer que acessa, como forma de lembrança e aprendizado.

O futuro a gente acha que nos pertence, que é nosso.

Mas não o temos.

O que temos são os tijolos de hoje. e todos eles formam nossa casa de amanhã.

Você tem construído sua casa, utilizado seus tijolos? Ou tem esperado que a vida faça isso por você?

A vida não constrói seu lar e nem o destrói...

A vida, a sua vida, depende das suas escolhas inconscientes.

E de algumas consciente também...

sábado, 22 de janeiro de 2011

Just u...

Me sinto sempre assim quando penso em você...

Eu sei, é apenas ilusão...

Mas que posso fazer, adoro sonhar... adoro ter você, mesmo que em sonhos.

Acho que já tentei te provar mil vezes o quanto eu não te esqueço..

Mas você não acreditou, acho eu...

Isso não muda o fato de eu pensar em você...

Não muda o fato de querer te mostrar tudo de bom que acontece a minha volta, todos os meus sorrisos.

Não muda o fato de eu querer me jogar em seus braços quando estou triste... porque eu penso que só vc me entenderia de fato.

Não muda o fato de eu querer estar o tempo todo na sua vida... saber da sua história, descobrir seus sorrisos e te abraçar quando o tempo ameaçar a ficar cinza.

Eu sei, que na raiva eu já tentei te convencer que eu penso em você porque é um vício.

Te peço que não acredite.

Penso em você porque, simplesmente e sem entender o por quê,

Te amo.

Se guiar.

Me falaram, quando cresci de seriedade. Me fizeram crer que para te-la precisaria perder minha espontaneidade.

Me falaram de responsabilidade. Me fizeram acreditar que para te-la deveria parar de ousar.

Sabe qual foi pior?

Eu acreditei!

Não só acreditei como segui à risca o que me disseram... e essa risca me guiou ao caminho errado.

Eu, inocente, crente das mais belas fantasias, me vi, aos poucos, apagando meus sonhos, inventando desculpas, temendo a vida e as mudanças.

Me tornei um ser que já não sabia mais improvisar, tomar decisões.

Eu abdiquei de minhas escolhas.

Abdiquei de mim pelos outros e, quanto mais eu deixava de mim pelas ruas, mais tentava juntar as sobras de quem foi se deixando por aí.

Pensei, por algum momento, que isso me completaria, ou que de alguma forma me confortaria.

Não confortou.

Não completou.

E eu, sentindo o vazio, sabendo que havia deixado de mim pelas esquinas e não sabendo mais como reaver pedaços meus, não sabia o que eu estava fazendo para me perder tanto de mim mesma.

Então, como uma súbita lição da vida( e ela é cheia dessas) perdi alguém.

Perdi a mim, completamente.

Buscava nos meus sonhos a minha infância, os meus sorrisos, as minhas lágrimas.

Mas eu já nem lembrava o que era sonhar.

Passei algum tempo vivendo, ou imaginando que vivia.

Quando os sonhos se vão... não resta muita coisa...

Quando a gente se vai, não resta nada.

Perambulei pelas ruas do mundo...

Mas não com as minhas pernas, ou com meu corpo... eles já estavam cansados.

Perambulei com a alma. Como uma alma penada... buscando lembranças minhas... buscando pedaços meus.

Perambulei tanto, mais tanto, que não vi os dias que se passaram tornando-se meses, e nem os meses tornando-se anos.

Quando percebi, minha busca incessante já tinham virado 3 longos anos...

Então decidi parar de buscar o passado. Parar de acreditar fielmente naquilo que me diziam. Parar de me deixar sempre, à mercê de mim.

Retomei meu corpo. Redobrei a consciência e reativei, de uma vez por todas, meus sentidos.

Decidi, mesmo que deixando pedaços meus por aí, testar minhas próprias verdades. Testar aquilo que me diziam.

Testei.

Dói. Dói deixar crenças que parecem perfeitas pelo caminho. Descobrir que são falhas, imperfeitas.

Dói olhar para o mundo e não vê-lo com esperança.

Mas agora eu sou assim... acredito naquilo que vem de mim.

Já não espero que me digam quem eu sou, quem devo ser...

Não gosto que me guiem, temo que me levem sempre ao mesmo lugar, ao mesmo vazio.

Então eu mesma escrevo meus caminhos e rabisco, com lápis, meus ideais, meus sonhos...

É, voltei a sonhar, embora já não acredite, fielmente, em fantasias...

Mas achei por aí um par de asas, dourados, cheios de pó.

Os limpei... e encaixei nas minhas costas e voei...

Já tinha visto o mundo de baixo. Resolvi vê-lo de cima.

Que caos!

Quantas partes... Quantos ninguéns. Quanto vazio. Quanta solidão.

As pessoas se perdem. Fazem os outros se perderem e ainda acreditam que vivem.

Não vivem... a vida delas é em vão.

A minha não sei se é... talvez seja ao contrário, talvez eu ache que eu vivo, mas também vivo em vão.

O mundo parece um labirinto... Nosso interior também...

Acho que só resolveremos o enigma ou sairemos do labirinto quando morrermos.

Mas acho que só teremos o prazer de morrer quando tivermos coletado as mais importantes lições.

Porque o labirinto, o teste e o caos ficará no mundo...

E nós ficaremos em cada aprendizado que pudermos ter...

Então não me permitirei ser guiada... não querem que me diga o que eu devo aprender.

Não quero me perder de novo dentro de mim...

Pois tenho medo de não conseguir mais me reaver.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Você não acha?

Seria bom se pudéssemos ler a mente daqueles com os quais nos importamos.

Responder, de uma vez por todas, as perguntas que fizemos e não obtivemos respostas.

Seria bom se pudéssemos saber o que os outros sentem, sentir pelo que choram, sorrir pelo que riem.

Mas não temos tamanha habilidade e talvez nem maturidade para escutar verdades que não foram coadas pelo filtro da consciência.

Às vezes tudo o que precisamos é um simples Sim ou Não, sem promessas ou intenções.

Mas as pessoas tem medo de dizer, de se comprometer. Você não tem?

Mas o silêncio, que normalmente é a nossa resposta, também fala.

Fala quando você pergunta e ninguém responde;

Quando se preocupa mas é esquecido;

Quando dá o melhor de si, mesmo sem precisar, e não ganha nada, nem o pior do outro.

O silêncio fala, grita, mas não queremos essa resposta... não queremos escutar o que ele tem a nos dizer, mesmo que sem palavras... Talvez simplesmente não saibamos fazer isso, pois fomos ensinados a nos comunicar através de palavras.

Vai saber...

Seria muito bom escutar verdades, embora doloridas que nos fizessem seguir, do que mentiras que nos paralisassem no tempo.

Seria bom se conseguimos aceitar e entender respostas do silêncio que esperamos que nos dêem em palavras, apenas por acreditarmos que ainda há esperança.

O silêncio não tem filtro... diz as mais duras e deliciosas mensagens..

Desabafo da Terra

Era tudo maravilhoso...

Tudo tinha seus momentos e motivos para acontecer.

Quando eu estava com frio, o sol me aquecia, quando estava com calor, as chuvas me refrescavam...

Tudo tinha suas razões, tudo tinha uma intenção...

Lembro bem das minhas belas curvas... das minhas belas correntezas...

Mas só lembro...

Hoje eu não sei mais quais realmente são minhas curvas, de tanto que me mudaram e me moldaram ao que eles acreditavam saber.

Mas não sabem.

O sol não vem para aquecer, ele vem para fritar... ele vem para ferir.

As chuvas já não vem mais para molhar, elas vem é pra inundar, vem para gritar:

PAREM!

Eu já estava aqui antes de vocês sonharem chegar... antes de imaginar que um dia habitariam o meu lugar.

Mas você vem, me moldam, me mudam, tiram meus rios, modificam seus cursos... vocês estão destruindo meu organismo, em breve ele entrará em falência.

Já imaginaram se eu, achando que sou melhor que qualquer um, habitasse o seu corpo e mudasse o canal de suas veias, se eu as canalizasse, se eu começasse a fazer poluição no seu corpo?

Quanto tempo será que vocês aguentariam?

Eu já não estou mais aguentando.

Na infância minha casa era linda... era perfeita...

Mas eu cresci e as pessoas começaram a não olhar mais para mim...

Esqueceram que dependem de mim para sobreviverem... acham que eu é que preciso delas...

Mas eu continua, a cada chuva e a cada sol, durante anos e anos... e bota anos nisso...

E vocês?... vocês durarão até amanhã.

Sujem seus corpos, suas casas, seu ambiente e habitat... isso só me faz ter certeza de uma coisa...

Em mim, vocês não são dignos de morar.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Liberdade

Explodiram... as barragens explodiram!

As águas antes calmas e tranquilas tornaram-se agressivas.

Começaram a percorrer cada canto de mim. Me inundaram.

Levaram na sua correnteza certezas que construí, algumas de tijolos, outras de madeiras e poucas de pau a piquê.

Na verdade levaram certezas que pensei que havia construído, mas não eram minhas... e, por não terem realmente uma raiz, foram facilmente levadas pela água.

A água me bagunçou por completo... dentro de mim estava tudo bagunçado... as certezas foram parar no lugar das incertezas e vice versa... como eu iria me recompor depois de tamanha confusão?...

Fiquei pensando se tinha me perdido de mim...

Depois de muito pensar, percebi que não...

Não poderei me perder de quem eu não fui... de quem coloquei em uma cela por medo... medo de ver a verdadeira face.

Na verdade, eu havia perdido sim, mas eu perdi aquilo que diziam que eu era... perdi a santinha e a malinha que me falaram que eu fui...que eu sou...

Como eles poderiam saber quem sou, se nunca ousaram mergulhar no meu interior para abrir a cadeia na qual me escondi?... como poderiam se eu nunca ousei mergulhar para me olhar... me enfrentar?

Como poderiam saber se jamais souberam que eu me mantive presa todos esses anos só para receber aprovações? só para não viver a ilusão de que não estou só...

Mas só eu sempre estive... estive sempre só naquela prisão e era por isso que sempre me faltava alguma coisa, por mais sorrisos ou choros que eu desse...

Faltava a mim.

Eu tive medo de abrir as celas... mas eu não tive medo de deixar as barragens explodirem de tanto cansaço, de tanta dor... eu permiti, permiti que me explodissem em mil pedaços só para não ter que encarar a verdade... só para não ter que perceber que eu não estivera em mim todos esses anos.

Você tem estado em você todos esses anos ou também espera o caos para se encontrar por ai?

Decidi então mergulhar nas minhas profundezas, correndo o risco de perder o ar, ou me afogar... mas eu decidi abrir as portas da minha prisão...

Pensei que seria fácil... mas quando cheguei lá... quando vi como estava aquilo tudo... o quanto eu havia me prendido, eu comecei a pensar como começar...e cheguei a duvidar se iria terminar.

Então, comecei soltando as correntes mais novas, elas não tinham tanta resistência...

Depois... fui para as meio velhas e percebi que começara a ficar difíceis... elas não queriam ser soltas, tinham medo do que viria pela frente. Tentei tranquilizá-las... mas elas não confiaram em mim, não sabiam quem eu era...

Aliás, nem eu mesma sabia...

Mas consegui por fim soltá-las..

Então cheguei as mais velhas... elas estavam completamente enferrujadas, sujas, mofadas, havia teia de aranha... eu tive muito medo de soltá-las.

Por um momento duvidei se deveria abri-las. Pensei que poderia encontrar dentro da prisão coisas piores que uma teia de aranha... poderia encontrar algo mais fedido que um mofo...

Será que eu deveria ousar?

Ousei...

Levei um tempo... não pense que foi um dia ou dois... levaram meses, mas enfim soltei a última coisa que me escondia de mim mesma...

Soltei.

E então eu vi ali... uma menina, sorrindo... não parecia que tinha ficado presa todos esses anos... parecia que foram segundos... ela tinha e tem uma imensa vontade de viver... de aprender... de percorrer o mundo...

Ela sabe o que quer... mas sabe que sempre quererá mais... é a vida não é?

E, quando eu a vi... achei que iria sorrir... por ter encontrado algo tão bonito, mas pelo contrário... chorei, chorei, chorei...

Desatei em um choro soluçante... duro... difícil...

Mas as lágrimas secaram o que o rio inundou... as coisas ainda estavam meio bagunçadas mas eu decidi colocá-las no lugar.

Agora terei que descobrir cada uma delas... testá-las e ver aquelas que refletem quem eu sou de verdade...

Quem eu sei que eu sou de verdade...

Então... quando eu finalmente me recuperei de mim mesma... de todas as minhas proteções sem sentido eu respirei, como quem estava quase morrendo afogado precisa de ar...

Finalmente encontrei o meu motivo... o mais verdadeiro... para respirar.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Atitudes

Não aguentamos mais fingir... e continuamos fingindo...

Não aguntamos mais o lugar onde trabalhos... e continuamos trabalhando nele

Não aguentamos mais sermos tratados como lixos... mas continuamos aceitando esse tipo de tratamento.

Continuamos inventando desculpas para fugir da atitude, de finalmente tomarmos a atitude que queremos como se isso pudesse, de alguma forma nos poupar do inevitável.

Tenho que te dizer: Isso não poupa!

Tentamos inventar desculpas coerentes, mas chega um determinado momento em que elas já não existem, já não se encaixam e você precisa reavaliar suas posturas.

Eu sei que não é fácil você perceber que passou uma parte da vida acomodado, fugindo daquilo que acreditava, mas fingia não saber por medo, mas é uma atitude necessária para o crescimento.

Se continuarmos mentindo para nós mesmos, chegará um momento em que sentiremos um vazio que não poderá ser preenchido por nada, além da atitude que você protela, protela e protela.

E eu lhe pergunto: Ainda protela por quê?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Vazio...

Devia haver alguma coisa ali, mas já não há.

Devia haver esperança, crença, mas se perdeu.

Perdeu-se junto com sonhos e expectativas frustradas.

A quem culpar?

Não há ninguém...

Ninguém por aqui ou ali há.

E o coração bate lento, como se em um instante qualquer fosse parar.

Como se não sentisse nada que o efervessesse, nada que o despertasse.

E realmente não há.

As mãos já tocam o silêncio, o vácuo dos desesperados.

A boca tenta soltar algum grito de sobrevivência, mas nem som há.

E o que podem os olhos enxergar além de vazio, silêncio e escuridão?

Nada, não há mais o que enxergar.

Os passos são lentos, as pernas vão perdendo a força, o corpo quer se encostar, mas nem onde ele possa há lugar.

Uma vida assim... simplesmente sem sonhos, gritos, batimentos acelerados, idéias ou ideais.

Uma vida insignificante e aos olhos de quem a tem, completa.

Não houve marcas além daquelas trazidas pela falta delas.

E me diga, a quem culpar?

sábado, 8 de janeiro de 2011

Dúvidas

Você já parou para pensar em você?

Já parou para pensar no que busca?

Parou para ver com o que está acomodado?

O que o deixa infeliz?

Parou e refletiu sobre os seus erros?

Tornou parte, ou todos eles em aprendizados?

Já parou e relembrou dos sorrisos?

O que você sabe de você?

Sabe qual o seu melhor amigo?

Qual a sua melhor lembrança?

Qual foi o melhor ano?

Qual a sua melhor descoberta?

Como foi a sua primeira vez?

E a segunda, a terceira...?

Já parou para sentir realmente o que se sente?

Você permite que as lágrimas desçam pelo seu rosto ou tem medo de derramá-las?

Se sente fraco, frágil, sozinho?

Se sente forte?

Quem você seria se não tivesse corpo?

O que você buscaria se não houvesse matéria?

Você se bloqueia por medo?

Você é racional ou emocional?

Você consegue tocar as pessoas?

Se permite ser tocado por elas?

Você gosta de sorrir?

Você tem medo de se magoar?

Quem é você?

Quem você gostaria de ser?

O que você gostaria de ter?

O que você tem?

Qual o melhor sentimento?

Qual é aquele que nunca sentiu?

Já pensou que fosse morrer de tristeza?

Já pensou que jamais ia ser amado novamente?

Já amou realmente alguém?

Quais as suas dúvidas de hoje?

Quais delas você realmente sabe responder?

Você vive a vida dos outros... ou você vive a sua?

Pense bem...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Vício

Eu não penso em você porque te amo...

Penso porque é um vício...

Penso porque aprendi a pensar em você, quando o assunto é beijo, amor e sexo.

Penso porque é dificil se entregar para um outro alguém, assim como a gente se entrega para aquela pessoa, esperando que possamos nos entregar sempre a ela...

Penso porque construímos uma história... e a desconstruímos também e reconstruimos distantemente...sem entender exatamente o que estavámos fazendo.

É perigoso não deixar as coisas terem seu tempo de expiração... a gente acaba achando que sempre poderá ter aquela lata de leite moça... mas ela dura até a validade... e a gente dura pelos momentos.

Os momentos passaram arredios... eu não pedi que eles passassem... não escolhi... mas eles passaram... e nós não passamos, ficamos ali, presos no futuro acreditando manter todos aqueles sentimentos do passado, bom, eles não se mantiveram.

Uma pena.

Agora em quem devo eu pensar, se ninguém mais passa na minha mente?

Quem eu devo imaginar beijando... para quem devo comprar presentes? Para quem devo escrever cartas? Ninguém me vem a mente, a não ser, quem eu não quero mais que venha.

Quem eu não devo mais querer que venha.

Eu não pedi promessas... Mas eu pedi o passado... e o futuro veio me lembrar que o lugar dele é no arquivo morto...

Está acessível para consulta, mas não mais para uso.

Não sei o que é pior... não saber o que se sente... ou ter certeza que o que se sentiu deveria, mas não passou.

O que me deixaria feliz

Sabe quando bate aquela tristeza, que é melhor, mesmo não gostando, desabar num choro tranquilizar?... Ela bateu...

Quando ela bate a gente pensa em tudo...passa pela cabeça milhões de motivos... milhões de razões... mas e para resolver tudo?

Sabe o que pra mim resolveria?

Aparecer na sua casa...sem você esperar... bater na porta... ao vc abrir, ver sua cara de surpreso e dizer: "Oi...me dá um abraço...?" e você me abraçar... e juntos deitarmos na cama, vendo um filme abraçados, sem palavras.

Para que palavras nesses momentos?... O silêncio fala por si próprio... os sentimentos estão tão a flor da pele que não precisam ser expressados... se mostram pelo olhar...

E é sempre assim... toda vez que desatino a chorar, tudo o que me conforta é pensar nesse abraço tão esperado...

Às vezes é tudo tão simples, precisamos apenas que alguém nos abrace e diga, mesmo sem dizer... "vai ficar tudo bem!"

Deve ser porque ainda lembro daquele seu abraço inesperado em uma dia triste pra mim...e de como aquilo me fez reacreditar em coisas que eu havia condenado.

Você pode não saber... mas me fez acreditar, naquele instante, que pelo menos há alguém no mundo que se importa...

Acho que me acostumei com essa sensação nos momentos em que você as trouxe... e espero que façam algo igual...

Mas nada é igual é?

Fazer o que afinal? Bater na sua porta... Sonhar que recebo mais um abraço... Imaginar que em mais um momento você me faz ter esperanças?

Não sei... tenho medo de me decepcionar...

Medo de criar mais um motivo, e um que eu realmente não quero, para chorar.

Se tiver que ter esse motivo, espero que sorrisos ele possa me dar...

Poderá?

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Mera Ilusão

A gente passa tanto tempo, do nosso curto tempo infeliz....tentando parecer feliz.

Mera ilusão...

Saímos com os nossos falsos melhores sorrisos, mas quando voltamos vamos ao nosso lugar preferido de chorar, e choramos. Você deve ter o seu, não tem?... Seu quarto, sua cama, o banheiro, a sacada, a rua... são os lugares que sempre choramos porque de alguma forma sabemos que ninguém verá.

E eu me pergunto, se chorássemos no meio da rua alguém realmente veria nossas lágrimas? Ou só iria nos parar para reclamar do barulho ou de onde estamos?

As pessoas ainda querem saber o que as outras sentem? Na minha triste visão de hoje, creio que não.

Então, para tentarmos chamar um pouco da atenção dessas pessoas "desatentas" nos moldamos nos ideais dela... Resultado: Chorar no seu lugar preferido enquanto ninguém vê... enquanto ninguém realmente quer saber...

Você já reparou nos seus olhos quando chora?... Já reparou na raiva que transparecem?... Como eles ficam irritadiços?... Eles ficam vermelhos... enchem de lágrimas e, de gota em gota, aquele vazio, aquela frustração, aquela falta de amor vai saindo... de gota em gota vamos tirando aquela raiva acumulada de um dia onde não nos sentimos mais queridos, nos sentimos apenas "necessários"... até quando será que precisarão de nós?

Creio que algum dia já não precisarão... e vão nos esquecer, assim como se esquece o almoço de ontem...

Às vezes eu olho pela janela... vejo todas aquelas estrelas brilhando... e a maior parte delas já se foram... mas elas brilham e brilham... e são lindas...

Quantos de nós ainda consegue brilhar atualmente? E não estou falando de sucesso, estou falando de relações. Quantos de nós realmente ocupamos um espaço no coração e não na agenda telefônica? Quando de nós tocamos a alma e não apenas o corpo?

Quantos de nós ainda conseguem ser tocado?

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Quando quiser dar, dê

Aparentemente simples isso. Dar quando sentir necessidade, em teoria é completamente comum... fácil de se realizar. Mas e na prática, também o é?

Estamos tão impregnados de costumes, de crenças, de pudores que acabamos não seguindo nossos instintos. Justamente eles quem deveríamos seguir. Deixamos de acreditar em nós mesmos, no que podemos fazer...e passamos a acreditar no que os outros nos disseram que podemos ou não, que devemos ou não.

Ora... a realidade atual é:

Se você sentir vontade de dar... Pense na sociedade, o que ela diz sobre isso?... Depois pense nos seus pais... o que eles dizem sobre isso... Depois...uhn...não tem depois. Você não pensa o que acha isso...

Dar... não tem especificamente o teor sexual... estou falando de amor, de carinho, do primeiro passo, da mudança de emprego, de pedir demissão sem ter algo em vista, de viajar, de jogar tudo pro alto.

Quantas vezes você se perguntou o que achava de fazer tais coisas? Tomar tais atitudes?

Na verdade todos teriamos que pensas...

Quando quiser dar, dê > Bom, o que eu acho disso? Como que enxergo isso?

Se não souber ver uma solução sozinha, não tem nada de errado pedir conselhos. Errado é não tomar o seu mundo pelos seus olhos, não seguir seus instintos.

Penso que se hoje voltássemos a idade da pedra, poucos de nós sobreviveríamos porque só somos acomodados, não pensamos com nossas cabeças... às vezes até me pergunto para que a temos se vivemos o que os outros nos dizem ser "viver"

Quando quiser dê:

- Sorrisos

- Abraços

- se dê a vida

- novas formas de olhar

- coragem para tomar aquela decisão

- carinho

- amor.

Porque a vida só vale realmente a pena quando percebemos que a única coisa que realmente importa é o que sentimos e o que fazemos as pessoas que estão ao nosso redor sentirem.

Abra seus olhos. Abra-se para novas idéias... Ouse... Dê mais de si a vida... Dê mais vida a si mesmo.

Quando quiser, é claro.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Eu Prometo

Para 2011:

- Sorrir mais (mesmo que a vida às vezes me peça para chorar);

- Trabalhar menos (mas sempre fazendo o melhor trabalho que eu puder);

- Estudar mais teatro (isso eu prometo para todos os dias da minha vida);

- Me entregar mais a vida;

- Experimetar coisas que antes eu tinha medo;

- Aprender com tudo e com todos que eu puder;

- Fazer mais coisas que me deixem feliz;

- Não me deixar mais de lado;

- Começar a tão falada (e tão pouco praticada) musculação (ou natação, ou qualquer outro esporte);

- Não me sobrecarregar;

- Ter tempo para a família;

- Fazer novos e cultivar velhos amigos;

- Concluir as coisas que eu começar;

- Cumprir meu planejamento anual (tá certo que nunca acerditei em planejamento, mas estou testando minhas certezas);

- Testar mais e mais minhas velhas certezas;

- Viajar;

- Dormir;

- Amar o que eu puder;

- Beijar na boca;

- Ser feliz...

Eu prometo!