sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Medo... Do que?

Para Deise Origuella

Amiga,

Será mesmo que a vida seria tão boa se visse dentro de uma caixa fechada por um lacinho vermelho?

Eu tenho a teoria que abririamos a caixa, brincaríamos alguns dias com o conteúdo e esperaríamos ansiosos pelo próximo presente.

Deve ser por isso que a vida não tem manual de instruções, nem formas corretas de uso.

Deve ser por isso que cada um tem o direito de valorizá-la como e, se quiser.

Mas eu não estou aqui pra falar sobre a vida.

Estou aqui para falar de um presente que recebi (da vida, rs)...

Por trás dessa mulher bonita que você se tornou... essa que é linda, com ou sem maquiagem, com ou sem roupas elegantes, há uma menina com medo.

Medo de que?

De viver?

De se magoar?

De não ser necessária?

De todas as alternativas anteriores?

Amiga... ninguém sabe o jeito certo de viver. Os rumos que seguimos são basicamente escritos por nossos passos... nem sabemos onde estaríamos se não tivessemos virado aquela esquina...

Mas viramos.

Aqui estamos nós, hoje.

Somos desse jeito que somos.

Com todas as nossas lágrimas que ficaram pela estrada. Assim como ficaram nossos sorrisos.

Todos temos as nossas marcas.

Ainda bem né???

Já imaginou que tédio se não tivessémos.

Não teríamos papo e muito menos amigos para dividir nossos medos, nossas angústias, nossas fraquezas e nossas alegrias e felicidade.

Amiga.

Se eu pudesse te dar um presente, te daria a certeza da pessoa linda que você é... e não essa pessoa linda por fora (que você tambem é)... mas aquela que é por dentro, sempre preocupada com os outros, em vê-los felizes, em vê-los bem.

Sem dúvida eu agradeço todas as esquinas que virei que me fizeram te reencontrar nas vielas do mundo, porque, sinceramente, você é incrível.

Jamais duvide da pessoa maravilhosa que você é.

Jamais deixem que as pessoas te digam que você é menos. Jamais que te deixem pra trás.

Isso é uma responsabilidade sua, se fazer inteira, você sabe né?

E, eu tenho certeza que na hora certa você vai.

Não tenhea pressa.

A vida passa rápido. Mas não tem graça vivê-la correndo.

Não corra.

Aproveite cada momento.

Aproveite, sem se preocupar com o que os outros pensam ok?

Você é demais.

Eu te amo.


Uma grande amiga.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Controlada

Eu controlei os meus choros. Meus medos e inseguranças. Controlei o meu instinto, minha natureza. Congelei dentro de mim os meus sonhos e ideais. Pois ou eu me mantinha assim, sobre controle, ou eu desabava por conta própria, sem mão nenhuma para me auxiliar e com pessoas precisando de mim inteira. Controlei o meu verbo, a minha fala. Controlei a minha mágoa e minha dor. Não me arrependo. Sei o quanto esse controle foi importante naquele momento. Porém, passaram-se 03 anos e eu continuo controlando meus sonhos, minhas paixões. Insistentemente tento controlar meu coração tão arredio, que aos poucos sucumbe aos meus desencantos. Parada estou diante de um abismo ao qual me vejo lá embaixo, completa e incontrolável, inteira e intensa. Eu mesma. Aqui em cima possuo cacos controlados que refletem qualquer coisa menos quem sou. Inúmeras vezes tentei descer até mim, mas desci o abismo com cordas de segurança. Olha que loucura!!! Até ontem. Hoje, decidi não controlar mais os meus cacos (e às vezes me pergunto se decidir não se controlar também não seja uma forma de controle). Estou parada diante do costumeiro impasse. Devo ou não saltar no abismo, com todos os riscos que ele me põe a prova? Devo soltar as rédias dos meus companheiros cavalos que me acompanham, sem muita opção, ou devo testá-los, soltá-los, permitir que eles escolham? O que devo fazer com o meu coração? Será que ele vai aguentar ser solto de novo, após anos de prisão...anos assoviando qualquer canção apenas para se manter batendo?... Qual será a canção que agora existirá, realmente, eu meu peito?

..............................................................................................................................................

. . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . ... ... ... ... ... .............................

..........
.............
...........
..................................







.
...
.
...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mudando o Perfil

Tenho sonhos, vontades, anseios. Nem sempre sei se o caminho que sigo é o certo, mas continuo indo em frente, buscando sinais que me mostrem se devo mudar de caminho ou permanecer no mesmo. Busco realizar os meus sonhos, e, muitos deles, nem são meus, mas os busco. Me descubro a cada novo instante, a cada nova topada e a cada aprendizado. Não sei me definir com apenas uma palavra, porque, sinceramente, eu posso ser quem eu quiser. Basta querer.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Fuga

O corpo escorregando entre os dedos.

Suave é a pele.

Beijos escorregam pelo corpo.

Tão intensos. Tão quentes.

Olhares que se perdem no escuro.

Tudo se vê, pois tudo se sente.

Botões indesejados são abertos na primeira oportunidade.

Roupas rasgada pelo momento descartam as vaidades.

Revelam-se marcas.

Surgem sorrisos.

Suspiros.

Falta de ar, de fala.

Unem-se desejos.

Encontram-se e juntam-se corpos que amanhã re-colocarão suas vaidades.

Disfarçarão seus cheiros.

Esconderão suas marcas.

E fingirão.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Construção.

Cacos meus pelo chão que me parecem ser de uma contrução.

Contrução do que? de quem?

Construção sem tapete de boas vindas.

Apenas o chão de cimento e meus sonhos picados sobre ele.

Ando neste chão infestado de mim mesma e me corto com meus sonhos surrupiados.

Refletem a mim e me cortam como um espelho recém quebrado.

Então, vou pro canto, me sento e me encolho o máximo que posso e fecho meus olho, com medo de sangrar cada vez mais.

Então você surge...

Me vê...no canto imóvel.

Me vê... pelo chão... aos cacos... quebrada.

Então, sem alarde, recolhe meus pedaços maiores e faz com eles uma pilha e coloca-os ao meu lado... são quase do meu tamanho.

E eu fico quieta... não me movo.

Então você pega a vassoura e começa a varrer os que parecem menores...mas são profundos...

E, a medida que você os junta... eu choro...

A medida que você me monta... eu me desfaço em lágrimas...

E então... inesperadamente a contrução começa a tremer...

Você tenta me pegar... mas não me alcança... não consegue... estou presa entre meus sonhos, dentro daquela contrução prestes a desabar.

Você tenta me dar sua mão, mas o teto cai e te deixa imóvel, não permite que você me resgate, que você me alcance, que você me faça inteira de novo.

Tudo escuro em volta de mim.

Ouço vozes tão perto, que mal percebo que vem de dentro de mim mesma.

Os cacos de sonhos brilham, não me pergunte como, não há luz aqui neste cubiculo em que me encontro.

Mas eles brilham.

E eu te vejo no brilho dequeles momentos, hora sonhados, hora realizados e me vejo também.

Com breves sorrisos que me mantinham por longos momentos.

Me levanta devagar, ainda me corto, mesmo pensando que já dominei as lâminas... continuo sangrando e, lentamente percebo um desenho na parede.

Ele forma uma imagem tão bonita. Não sei o que é...

Percebo que os cacos são partes dele e começo a montá-los como um quebra cabeça...

E, quando termino... percebo que até aquele sangue derramado, serviu para a formação completa da arte.

Quando percebo... já não estou mais presa a construção nenhuma.

Já estou em um jardim...com inúmeras flores e ao longe vejo seus olhos preocupados brilhando ao me ver completa.

Já não possuo feridas.

E como sempre... deixei minhas digitais naquela parede que daqui a pouco, desabará.

É inevitável.

Tão inevitável quanto enfrentar, em algum momento, suas dores...seus acertos... seus choros e seu sorriso.

Tão inevitável quanto, ao terminar, sentir-se inteira...mesmo não o sendo, completamente.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

As nuvens de todas as cores pairam sobre minha cabeça...

Desfocam e ofuscam minha visão.

Desenham, no meu céu, mentiras, que levo como se fossem reais.

Mas, logo depois, de gota em gota, a cena se esvai e eu fico...sem nada.

São tão coloridas as águas que caem... pintam todos os momentos da minha vida.

Não consegui ainda pintar o nosso.

Meu, com você.

Seu comigo.

Porque, por mais que seja real, o que ainda me soa muito esquisito, já vejo o prazo de validade estampado nas palavras e nas bocas.

Nos toques e nos gestos.

Na testa!

Afinal... o que eu deveria esperar então?

Rosas?... outras flores?

Não vi nenhuma semente de sua parte.

Do meu lado, o terreno está preparado enquanto eu, estou imóvel, ainda decidindo o que faço com a terra...se continuo preparando-a para você (nem sei porquê) ou se a destruo e começo um novo jardim, quem sabe mais maduro e mais fértil.

Quem sabe esperando as sementes existentes que não plantem na minha terra as flores que espero.

Talvez essa seja a maior solução a ser encontrada. Aceitar o que há aí, querendo pertencer ao nosso mundo...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

E então ?

Corre lá... diz pra ele não levar... pra devolver meu coração.

De preferência inteiro.

Corre lá...diz pra ele que eu tenho medo de me apaixonar.

Corre rápido... mas corre mesmo... porque minhas pernas não se mexem... meu corpo não aceita o que minha mente impôs.

Entrego-me a ele inteira...sem medo ou pretensões... mas o medo bate no peito... bate quando o tempo passa e ele reassume minhas memórias e lembranças.

Já não havia eu, prometido a mim mesma, que não aceitaria mais me apaixonar por ele?

Pergunte a ele porque ele resolveu mexer com os meus sentidos... porque ele resolveu mexer com a minha loucura, me fazer perder a cabeça, o juízo...

Corre... pede pra ele ir... se quiser... mas me deixar comigo mesma.

Ao menos assim me sinto segura...

Talvez só.

Mas não morro de medo de me entregar a quem quero.

Corre... por favor...corre na direção oposta...

Não me deixe, de maneira nenhuma, sabotar a mim mesma.

Não dessa vez.

Corre... vai sem sentido...

Deixe que ele leve consigo, todos os sonhos meus.