sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Tenho me sentido ultimamente anestesiada, medicada, insensível a emoções e sentimentos.

Desconectada do mundo, das pessoas.

Tenho me sentido distante de mim mesmo.

Como era aquele sorriso que eu costumada dar? Já não me lembro.

Tenho esquecido momentos vividos, sensações sentidas, dias passados.

As pessoas falam comigo sobre o passado e eu sinto que não vivi o que viveram, porque nem sei do que estão falando.

Não sei do que tenho vivido estes últimos anos.

Não sei mais quem eu sou, o que pretendo, o que quero conquistar.

A vida tem me parecido tão sem sabor. Tão sem razão.

Acordar todos os dias e cumprir o que é esperado... fazer o seu melhor... viver conforme a música. Eu já nem me recordo mais a música que está passando.

Tenho olhado estes dias no espelho. Não reconheço mais meu rosto. Quem é a estranha que vem habitando o meu corpo e roubando minhas memórias?

Eu não sei mais como retornar a ser quem eu era. Não sei como começar e nem sei se eu vou conseguir.

Procuro todos os dias me manter forte e não deixar todos esses pensamentos desenfreados fazerem a minha cabeça.

Mas dói tanto se sentir vazia. Dói tanto não sentir emoção. Dói tanto sentir falta de sentir o sopro da vida, perceber as pessoas.

Dói tanto.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Você já sentiu como se vivesse uma mentira?

Talvez um conto contado à você mesma para o coração continuar batendo?

Já se desiludiu ao perceber que não possui mais o mesmo brilho, os mesmos amigos, o mesmo sorriso?

Já se assustou ao perceber que suas sensações são irreais, apenas suas?

Já deu um nó na garganta perceber que não há ninguém te esperando do outro lado da porta?

Já percebeu que não é especial?

Não é única?

Não é insubstituível?

Já foi ao bar e voltou sozinha, com várias pessoas?

Já teve vontade de não levantar mais, permanecer imóvel, ouvindo uma música qualquer?

Já percebeu que você não faz diferença?
Oh men.

Fazia muito tempo que ela não dedicava um momento à si mesma...

Ela continuou lançando o sorriso na face e fingindo que tudo permanecia bem.

Alguns poucos sabiam que não era verdade.

O desejo à consumia intensamente. Um deseijo carnal, insaciado, insaciável.

Quantas vezes ela recusou-o?

Perdi a conta.

Depois de alguns dias sozinha, bateu a solidão, veio o choro e a máscara caiu instantaneamente.

Não é da carne que ela sente falta.

É do amor.

Do medo de nunca mais saber o que este tal "amor" significa.

Revendo todos os seus caminhos e sabendo que agarrou-se mais uma vez a uma mentira, ela abriu os olhos.

Se percebeu só.

Logo ela, a menina que vivia apaixonada, por tudo e por nada.

Logo ela que sempre acreditou nas metades das laranjas e nos contos de fadas.

Ela sempre precisou deste sentimento. Era seu ideal de vida, viver apaixonada.

Subitamente descobriu-se sem propósito, sem objetivos, sem paixão.

Como reacender o sonho nesta pisciana desiludida com a vida...com si mesma?