quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ela chegou a minha casa.

Ela não precisava ser anunciada.

Com seu jeito delicado abriu a porta temendo que eu a descobrisse.

No entanto, sentada à janela, eu já sabia que ela tinha chegado.

Ela andou até a porta do meu quarto e meu viu, ali, olhando pra lua, juntando meus pedaços, contando a ela minhas dores.

Então ela me tocou no ombro e, sem dizer nenhuma palavra, me tomou em seus braços e beijou-me.

Beijou-me muito e, lentamente foi me despindo.

Seus beijos me cobriram o corpo.

Seu toque, ascendeu os meus sentidos.

E depois, deitamos, lado a lado e olhamos para o teto desejando que naquele momento pudéssemos contar as estrelas.

Sem dizer nada, ela encostou delicadamente sua cabeça acima do meu seio e dormiu e eu a senti respirando, a senti ali, inteira comigo, como se não quisesse fazer o que sabíamos que seria feito.

Então fechei meus olhos, mas não dormi e, algum tempo depois ela se levantou, pegou as suas roupas, as vestiu e me olhou.

Não sei quanto tempo ficou me olhando, porque eu não vi, mas eu sabia que ela estava ali, até que ela me tocou o rosto, com o dorso de sua mão e se entregou ao seu destino, ao qual não havia espaço pra mais ninguém.

Então, eu peguei o meu lençol, o envolvi no meu corpo, fui até a janela e continuei a falar com a lua.

Não sei dizer quanto tempo fiquei ali.

Só sei que eu adormeci... com o aroma do seu corpo ainda no meu lençol...

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