Ela não precisava ser anunciada.
Com seu jeito delicado abriu a porta temendo que eu a descobrisse.
No entanto, sentada à janela, eu já sabia que ela tinha chegado.
Ela andou até a porta do meu quarto e meu viu, ali, olhando pra lua, juntando meus pedaços, contando a ela minhas dores.
Então ela me tocou no ombro e, sem dizer nenhuma palavra, me tomou em seus braços e beijou-me.
Beijou-me muito e, lentamente foi me despindo.
Seus beijos me cobriram o corpo.
Seu toque, ascendeu os meus sentidos.
E depois, deitamos, lado a lado e olhamos para o teto desejando que naquele momento pudéssemos contar as estrelas.
Sem dizer nada, ela encostou delicadamente sua cabeça acima do meu seio e dormiu e eu a senti respirando, a senti ali, inteira comigo, como se não quisesse fazer o que sabíamos que seria feito.
Então fechei meus olhos, mas não dormi e, algum tempo depois ela se levantou, pegou as suas roupas, as vestiu e me olhou.
Não sei quanto tempo ficou me olhando, porque eu não vi, mas eu sabia que ela estava ali, até que ela me tocou o rosto, com o dorso de sua mão e se entregou ao seu destino, ao qual não havia espaço pra mais ninguém.
Então, eu peguei o meu lençol, o envolvi no meu corpo, fui até a janela e continuei a falar com a lua.
Não sei dizer quanto tempo fiquei ali.
Só sei que eu adormeci... com o aroma do seu corpo ainda no meu lençol...
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