terça-feira, 14 de junho de 2011

Mundo zumbi

Passos lentos.

Qua a a a se parando.

Um susto!

Passos rápidos, velozes, sem freio.

Olhares mortos.

Mas nem por isso parados.

Quem disse que morrer é não se mover mais?

Mortos em vida.

Os olhos voam rápidos, de um lado para o outro tentando matar olhos brilhantes que se escondem.

Se escondem atrás do medo;

Da quietude;

Do silêncio.

Poderiam reascender os mortos?

Eles não sabem...

Mas podem!

São poderosos.

E são medrosos.

E são únicos, intensos, profundos.

E os pés fogem e correm nessa terra de zumbis, onde estar vivo é anormal.

Todos querem parecer mortos e viver como tal, acomodados em suas caixas.

Cadáveres de nada, que se matam, e, pelo quê?

Por quê?

Uma única razão:

Se esgotar tanto, mais tanto, para deitarem vitoriosos e de consciência limpa em seus caixões já preparados, que os espera, na próxima esquina.

Enquanto isso, os vivos fogem dos caixões e dos mortos.

Fogem das rotinas e das fugas.

Fogem da sociedade e de si mesmos.

E as poucos, seus olhares também vão parando.

Seus pés, desace le ran do.

As duras batalhas e as difíceis travessias acabam, lentamente, com eles e então vão entendendo o porque do mundo ser cheio de vivos mortos.

Ninguém os ajuda.

O brilho? Se esvai, de gota em gota, e é escondido, a sete chaves, e é silenciado, pelo lenço (que aparenta ser branco) do medo.

E nós, nós fazemos o que?

Nada.

Não fazemos nada.

Talvez porque já tenhamos morrido em vida.

Ou talvez porque estamos inventando qual será nossa causa mortis, tentando parecer heróis: "Ah... Me sacrifiquei por amor."

Morremos em vida, mas não é por amor, é por medo.

Morremos ao nos calarmos.

Morremos quando deixamos de estender a mão e quando caímos e não há mão alguma para nos ajudar a levantar.

Viramos zumbis em uma terra assombra por fantasmas que criamos, como desculpa, para nos escondermos dos outros e de nós mesmos.

Como já disse uma música: "Nessa terra de gigantes, que trocam vidas por diamantes...".

E, morremos em vida, pelo que mesmo?

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