Qua a a a se parando.
Um susto!
Passos rápidos, velozes, sem freio.
Olhares mortos.
Mas nem por isso parados.
Quem disse que morrer é não se mover mais?
Mortos em vida.
Os olhos voam rápidos, de um lado para o outro tentando matar olhos brilhantes que se escondem.
Se escondem atrás do medo;
Da quietude;
Do silêncio.
Poderiam reascender os mortos?
Eles não sabem...
Mas podem!
São poderosos.
E são medrosos.
E são únicos, intensos, profundos.
E os pés fogem e correm nessa terra de zumbis, onde estar vivo é anormal.
Todos querem parecer mortos e viver como tal, acomodados em suas caixas.
Cadáveres de nada, que se matam, e, pelo quê?
Por quê?
Uma única razão:
Se esgotar tanto, mais tanto, para deitarem vitoriosos e de consciência limpa em seus caixões já preparados, que os espera, na próxima esquina.
Enquanto isso, os vivos fogem dos caixões e dos mortos.
Fogem das rotinas e das fugas.
Fogem da sociedade e de si mesmos.
E as poucos, seus olhares também vão parando.
Seus pés, desace le ran do.
As duras batalhas e as difíceis travessias acabam, lentamente, com eles e então vão entendendo o porque do mundo ser cheio de vivos mortos.
Ninguém os ajuda.
O brilho? Se esvai, de gota em gota, e é escondido, a sete chaves, e é silenciado, pelo lenço (que aparenta ser branco) do medo.
E nós, nós fazemos o que?
Nada.
Não fazemos nada.
Talvez porque já tenhamos morrido em vida.
Ou talvez porque estamos inventando qual será nossa causa mortis, tentando parecer heróis: "Ah... Me sacrifiquei por amor."
Morremos em vida, mas não é por amor, é por medo.
Morremos ao nos calarmos.
Morremos quando deixamos de estender a mão e quando caímos e não há mão alguma para nos ajudar a levantar.
Viramos zumbis em uma terra assombra por fantasmas que criamos, como desculpa, para nos escondermos dos outros e de nós mesmos.
Como já disse uma música: "Nessa terra de gigantes, que trocam vidas por diamantes...".
E, morremos em vida, pelo que mesmo?
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