segunda-feira, 4 de julho de 2011

Claro. Orucse

É claro.

Um dia, sem querermos, a angústia bate no peito e a dor teima em latejar.

Sem percebermos, acabamos desmoronando em forma de gotas que saem desgovernadas, rosto abaixo.

É claro.

Fizemos o que fizermos.

E?

O que ganhamos?

Estamos felizes?

É claro.

Sempre podemos mudar de caminhos, mas parece tão difícil, já estamos tão acostumados com este. Já conhecemos suas veredas e seus desatinos.

E, por mais que tentemos fugir disso tudo, não há muito a fazer, porque isso tudo expressa, de um jeito que não queremos, supúnhamos ou esperávamos, quem somos.

Isso assusta!

E se eu pudesse ser outra pessoa?

E se eu pudesse fazer tudo o que quero?

Eu seria feliz?

Ou será que eu cairia em meio ao tédio de ter tudo o que sonho na palma da minha mão e não dar o devido valor ao que tenho a minha volta?

É claro.

Viver não é fácil.

Espera-se de nós mais do que podemos dar e devemos o tempo todo dar o que querem, como se não fossemos humanos. Como se não tivéssemos outra escolha.

Condicionaram-nos tanto que é antinatural não aceitar essa pressão social.

É claro.

Mas a vida é como é.

A angústia bate no peito. Não tem jeito.

Precisamos correr atrás dos nossos sonhos.

E, por mais difícil que pareça, devemos correr atrás de descobrir quais são eles.

É escuro.

A vida é uma só.

Porque a desperdiçamos vivendo pelo outro?

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