quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Andando pela rua, próxima do seu trabalho.

Olhando todas as pessoas a minha volta, para ver se alguma delas é você.

Não eram.

Entrei em um prédio e ao sair, fiquei imóvel.

Haviam dois rapazes, e um deles era parecido com você.

O coração bateu a 200 por minuto. Fiquei imóvel, até que a pessoa virou.

Por 1 segundo, as borboletas que antes estavam na minha barriga, me dominaram por inteiro.

Mas não era você.

Quis te escrever, falar que achei ter te visto, mas prometi a mim não mais o fazer.

O que fazer quando se imagina que um sentimento passou, sem passar?

O que fazer ao descobrir que as borboletas ao invés de voarem, estão adormecidas, esperando que você as desperte na minha barriga?

domingo, 23 de setembro de 2018

Presentear.


A gente demora para entender que os melhores presentes não são apontados pelas etiquetas. Os melhores presentes são os que tocam o nosso coração. Não precisam vir quando os esperamos, nas datas em que o homem disse que se deve presentear. Devem vir quando você simplesmente quer dar algo a alguém. Só porque você pensou na pessoa. Quis mostrar a ela o quanto ela é especial.


Sabe o que eu acho engraçado? Temos o dia das mães. O dia da paz. O dia dos namorados. O dia do abraço. O nosso aniversário. O natal. O ano novo. A consciência negra.


E tudo pra que? Para que pelo menos uma vez por ano você lembre que é um ser humano. Lembre que tem o próximo. Lembre que você tem você.


Aí, quando chegam essas datas, ao invés de abraçarmos nossa mãe e dizermos. Poxa... eu te amo. Amo por tudo o que você fez por mim. Amo por estar comigo nos melhores e piores momentos. Nós não o fazemos. Nós compramos modo de agradecer. Compramos modos de fingir que nos importamos. Compramos roupas, para mostrar que conhecemos a pessoa.


Nós não conhecemos por fora. Por fora nos julgamos.


Quando a gente conhece, tem que conhecer por dentro. Tem que saber quando precisou de apoio, tem que ser o apoio do outro quando precisa. Tem que conhecer no sorriso. Tem que gostar de sorrir junto. Tem que conhecer nos momentos.


Porque um dia a vida acaba.


Porque tudo aquilo que compramos fica.


Porque só levamos o que está agregado a nós.


Eu recebi muitos presentes por aí.


90% deles eu não lembro.


Cartas.


Cartas recebi poucas.


Mas lembro de cada momento e de como elas me fizeram sentir.


Essa é a verdadeira beleza da vida.


Dê coisas materiais. Amanhã ou depois você será esquecido. Basta o brinquedo quebrar. Basta o motor do carro fundir.


Dê momentos.


Você será sempre lembrado.


Porque viver não é ter uma grande vida.


É ter pequenos fragmentos de momentos que nos façam dizer:


"Valeu a pena".


Todos os meus sábados valem a pena.


Todos.
Peguei um punhado de flores na mão, desejando que elas não fossem destinadas a você. E elas eram.

Achei sonhos jogados pelo chão e desejei que eles não te espelhassem. E eles espelharam.


É perigoso.

Dizer por dizer...

Só porque tem que ser dito algo.

Tememos o silêncio por quê, se ele diz tão claramente o que milhares de palavras não alcançam?

Eu estou aqui.

É tudo que preciso te dizer.

O resto você já sabe.

Já conhece meus desejos.

Já sentiu meu calor ao seu lado.

Já olhou fundo nos meus olhos.

Já provou do meu gosto.

Já escutou meus sussuros.

Já sentiu o que apenas duas almas conseguem demonstrar.

É tudo que posso fazer por você.

Não vou mais dizer nada... porque não quero.

Cansei de me forçar a sempre tentar te provar que eu estava aqui.

Eu sempre estive e você notou, se é que notou, a hora que quis.

E na hora que você quis, eu continuei aqui, não continuei?

Não continuarei mais tentando te provar que preciso de você....buscando-te, quando na verdade, eu até preciso... sem buscar-te.

Preciso saber que está bem.

Preciso dividir com você frases que me lembrem você e momentos que quero ter ao seu lado.

Cansei de me montar de boneca, aquela que você criou na sua imaginação.

Não sou feita apenas de sexo... tenho também amor...

E ele é maior que eu.

Não sei se é isso que você quer...

Mas é o que eu quero.

Pegar nas mãos...

Olhar nos olhos.

Beijar...e só beijar...

Simplicidade...

Pra que pular tantas etapas para chegar ao final, se o importante é a travessia?
Entrando na minha casa em passos largos. Já sabe que me tem nas mãos. Ousa me tocar o rosto. Me beijar. Ousa me despir dos medos e das aparências como se já soubesse o que necessita ser feito, sem saber. Não lhe disse o que eu quis. Nem precisei. Me lê com o seu olhar. Me encanta com os seus jeitos, risos e olhos. Sabe que me encantou. Mas teme. Ainda teme. Teme que tudo se vá pelos ares tão rápido quanto aquilo que nos uniu.
Passos que não foram ensaiados. Nos levam a qualquer direção.

Às vezes andam em círculos. Nosso lugar é não sair do lugar.

Às vezes vão até a esquina. O nosso lugar é logo ali.

Às vezes vão até o outro lado do mundo. O nosso lugar é daquele outro lado.

Nunca sabemos e nem poderemos supor onde será o nosso lugar, o nosso canto.

Os passos nos levam a tantos lugares pelas ruas do mundo que até esquecemos que a estrada sempre começa em nós mesmos.

Não sei quem eu sou. Morrerei tentanto descrever-me inutilmente.

Sou o que sinto, digo e calo.

Sou principalmente o que não sou e o que jamais supunha ser.

Sou o ser que quero ser quando não me permito e aquele que se surpreende com como pode ser melhor quando se permite.

Sou imperfeito.

E essa é a graça.
Meu coração dói. Meus olhos se enchem de lágrimas. Quero deixá-las cair. Mas doem ao percorrem meu rosto. Dói mais ainda quando alcançam meu coração. Dói perceber o que tenho permitido que ocorra comigo, com a minha vida. Dói me ver o quanto mudei, o quanto fiz coisas que nunca aprovaria. Me dói ver que ainda crio expectativas na tal da perfeição. Foi ela quem me botou aqui? ou foi o meu medo gigante? Queria voltar a ser quem eu era. Será que é possível?
Nem com o travesseiro converso mais.

Deixei de abrir minha janela para contar estrelas.

Parei de ver aviões e imaginar o seu destino, como seria estar dentro dele.

Faz tanto tempo que não beijo sequer em meus sonhos.

Já quase nem lembro de como é se fazer ser quem não se é, por puro hobby.

A vida em seus pequenos detalhes se esvaindo de minhas atitudes. Cansei de contar meus afazeres, cozinhar, lavar, cuidar. E amar?...E ser amada? e viver?

Amor de enlouquecer, de sentir, de viver...



Me despeço hoje do meu velho EU. Me despeço das roupas largas. Me despeço das vozes que calei. Me despeço dos abraços não dados, dos sonhos não vividos, do tempo não usado. Me despeço das amarras que criei, dos sorrisos que dei quando queria chorar, dos momentos em que precisava ficar só e não fiquei. Me despeço dos medos que me impediram de voar. Me despeço da dor que quis evitar. Me despeço do quanto me larguei. Me despeço das expectativas que não atingi e dos corações que deveria ter tocado e não toquei. Me despeço de não ter vivido o que quis e me despeço de não me fazer feliz como eu merecia. Me despeço do auto amor que não vivenciei.

quinta-feira, 29 de março de 2018

A minha maneira eu sempre soube, embora gostaria de não saber.

Sempre senti, embora o medo sempre estivesse junto.

De repente parece que todas as peças se encaixam.

Eu sei, eu sinto.  Então porque não faço?


Diante de toda a vida pela frente, às vezes prender-se ao passado pode ser perigoso. Não permitir-se seguir em frente  e não entender que o que não permaneceu, não deveria.

Atentar-se aos contos de fada de modo a esperar que eles transformem-se na sua realidade. Realidade conhecida até o "e forma felizes para sempre", mas como haverá de ser o sempre?

Tantas vezes sonhando o mesmo sonho, talvez de formas e ambientes diferentes, mas o mesmo sonho, sem entender que ele não virou realidade.

Por que manter-se a sonhar o que já passou, quanto há uma infinidade de opções a frente, esperando para serem vividas?

Expectativas de amor eternos, almas gêmeas e momentos dignos de filmes que só existem na nossa concepção de espectador. Quanto menos viver, mais desejará viver algo irreal. Ora, viva. Na vida não haverá sempre trilha sonora, quando as bocas se tocarem... mas haverá a magia durantes os momentos vividos.

Pare... não ponha-se a pintar os quadros que já estão com cores...

Guarde a sua energia, a sua alegria e a sua vida para pintar os quadros que querem e chegam até você.