sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Te espero

Temo dizer coisas que não devem ser ditas... Coisas que devem ser guardadas para nós, não como segredo, mas como uma parte daquilo que apenas nossos olhos são capazes de enxergar.

Pode ser que seus olhos enxerguem mais longe, de repente até já tropeçaram naquilo que vejo... às vezes, nem sabe do que falo.

E sabe?

Não sabe?

Quem sabe o sonho....?

Eu Sonho...

Sonho com o dia em que, sem dizermos, iremos nos encontrar naquele velho lugar, e sentaremos diante do sol, e apenas olharemos um para o outro. Como se apenas o olhar fosse suficiente para nós.

Sem beijos, sem toques, sem promessas cartesianas.

Algo lúdico, algo que só pertença àquelas águas, tão pouco navegadas. Àquelas águas agitadas.

Àquelas águas que não tocamos de olhos abertos...

Só mergulhamos no silêncio do tempo...

Eu te deixo a mensagem em cima da mesa...

E ela diz...

Corre, corre que eu te espero....

E sento, diante das nossas águas profundas, com meu biquíni rosa, minha toalha na mão e a esperança sentada no colo, com a cabeça apoiada sobre o os joelhos, com lágrimas nos olhos e com a boca cheia de letras, que sem serem pedidas, dizem... Vem,vem... eu te espero..

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Amizades temporais.

Amizades temporais.

Tão finitas, quanto o tempo que tentamos domar, em vão.

Tão lúdica quanto as brincadeiras da infância.

Tão confidentes quanto o melhor travesseiro....

Amizades que nascem e, sem ao menos se reproduzirem, morrem, e deixam saudade.

Amizade do teatro, sem máscaras. Da vida, sem o companheirismo diário.

Amizades que temos porque precisamos ter, porque há algo que precisamos saber, porque há alguém que precisamos abraçar, dar a mão, ou dizer uma palavra. Mas amizades que beiram ao inacreditável.

Onde será que você estará amanhã?

Terá os mesmos sonhos que me confidenciou ainda ontem?

Sucumbirá aos desejos dos outros

Encontrará, finalmente, a metade da sua laranja?

Será feliz?

O que será de você, amigo meu, nos próximos dias que chegarão?

E, o que será de mim?

Terá outras amizades temporais ou elas serão fortes e resistirão ao tempo?

Silencio o medo de perder-te.

Dentro de alguns instantes tudo mudará de novo.

Corra, vá, vá de encontro aos seus osnhos!

Tudo na vida tem o seu motivos e pode ser que amanhã nos reencontremos na amizade do tempo que corre. Assim como pode ser que criemos uma amizade amanhã, para além do tempo.

Mas quem é que há de saber?

Te quero. Nem mais. Nem menos.

Eu não esperava que nada mudasse, muito menos que eu fosse me apaixonar! Mas fazer o que se acontece?

Não foi culpa de ninguém. Não é culpa minha te querer e nem sua por ser quem é.

É a delicadeza do instante que paira sobre nós e não pede licença e nem perdão por sua passagem.

Não espero te ter para sempre. Nem desejo nunca te tocar. Te quero com seus sonhos e desatinos.

Mesmo que todos te vejam nu, te quero sabendo que és assim como és, e que tudo que posso fazer é admirar. Pra que mais, pra que menos, se isso tudo é tão suficiente?

Não pense que te quero pra casar, relaxe, não tenho pretensões assim, te quero por querer-te, sem intenções, afetos ou desafetos, te quero porque sei, mesmo procurando não saber, das borboletas que voam desesperadas pela minha barriga quando te vejo, quanto te ligo ou quando qualquer coisa a minha volta me lembra você.

A culpa, meu caro, não é de ninguém.

Não cultivo expectativas maiores do que a realidade.

Te quero. E é só. Nem mais, nem menos.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ela chegou a minha casa.

Ela não precisava ser anunciada.

Com seu jeito delicado abriu a porta temendo que eu a descobrisse.

No entanto, sentada à janela, eu já sabia que ela tinha chegado.

Ela andou até a porta do meu quarto e meu viu, ali, olhando pra lua, juntando meus pedaços, contando a ela minhas dores.

Então ela me tocou no ombro e, sem dizer nenhuma palavra, me tomou em seus braços e beijou-me.

Beijou-me muito e, lentamente foi me despindo.

Seus beijos me cobriram o corpo.

Seu toque, ascendeu os meus sentidos.

E depois, deitamos, lado a lado e olhamos para o teto desejando que naquele momento pudéssemos contar as estrelas.

Sem dizer nada, ela encostou delicadamente sua cabeça acima do meu seio e dormiu e eu a senti respirando, a senti ali, inteira comigo, como se não quisesse fazer o que sabíamos que seria feito.

Então fechei meus olhos, mas não dormi e, algum tempo depois ela se levantou, pegou as suas roupas, as vestiu e me olhou.

Não sei quanto tempo ficou me olhando, porque eu não vi, mas eu sabia que ela estava ali, até que ela me tocou o rosto, com o dorso de sua mão e se entregou ao seu destino, ao qual não havia espaço pra mais ninguém.

Então, eu peguei o meu lençol, o envolvi no meu corpo, fui até a janela e continuei a falar com a lua.

Não sei dizer quanto tempo fiquei ali.

Só sei que eu adormeci... com o aroma do seu corpo ainda no meu lençol...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Para meu pequeno. Gui

Eu vou te proteger.

Mesmo que o céu finja que vai desabar.

Eu vou te escutar.

Mesmo que você não diga nada.

Eu vou te entender.

Mesmo que você não se entenda.

Eu vou te amar.

Mesmo quando você desistir de si mesmo.

Eu vou te abraçar.

Mesmo quando a dor bater no seu peito.

Eu vou te fazer sorrir.

Mesmo que você acha que já não há felicidade.

Eu juro que sempre vou estar ao seu lado, em cada luta, em cada vitória e, principalmente, em cada derrota.

Estarei ao seu lado mesmo que o tempo nuble, mesmo que eu tenha que criar asas, mesmo que eu tenha que descer do palco...

Mas estarei sempre com você.

Porque esse amor, é pra sempre...

Desejo inviolado

Seus lábios me provocam.

Seus olhos me encantam.

Queria chegar perto de você, tocar o seu rosto.

Sua pele parece tão macia.

Tenho vontade de acarinhar seus cabelos, encostar o meu nariz ao seu e sorrir, enquanto meus lábios tocam suavemente os teus.

Já te vejo ali, me olhando com seu olhar despretensioso, sorrindo ao ver meu desejo.

Imagino teu gosto.

Quero sentir teu cheiro.

Quero abraçar-te. Proteger-te.

Mas, o que faço?

Renego a minha vontade ou me lanço ao meu conhecido desejo inviolado de beijar-te?

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Feliz dia, meu Pai.

Pai

Ontem foi dia dos pais.

Até algum tempo atrás, para mim, seria um dia normal, marcado por um presente qualquer que fosse símbolo. Apenas para não ficar em branco.

Meus dias dos pais jamais serão os mesmos. Jamais serão iguais.

Eu ainda poderia dar-lhe flores. Mas acho que elas não te agradariam. Ou, pode ser, que não agradem a mim. De qualquer forma, você não sentiria seu cheiro, não veria suas cores. Nem ao menos saberia que as recebeu. São matérias de um mundo que hoje já não lhe abriga. Um mundo a qual hoje, você não pertence.

Em uma tentativa de negação sempre tentei evitar lembrar dessas datas: dia dos pais, seu nascimento, sua morte. Mas tem um dia em que não há como fugir porque pai, você é uma parte tão grande de mim que às vezes me assusta.

Assusta porque me reconhece em coisas que eu criticava em você, reconheço me em coisas que eu te admirava. Reconheço-me em tantos fatores. Mas reconheço-me principalmente sua filha, única, de quatro, mas sua filha.

Eu não sei o que há amanhã e nem o que há após a morte. Prefiro ficar com a ilusão de que você está me olhando e me iluminando.

Acho que o melhor presente do Dia dos Pais não é você quem vai ganhar. Sou eu, por ter tido a oportunidade de ser sua filha e conhecê-lo, mesmo que tão brevemente nesses 18 anos que voaram eu 6 meses e agradeço mais ainda por como tudo isso que passamos juntos foi um grande aprendizado, talvez o maior que tive até hoje.

Posso dizer, com toda a certeza do mundo, que eu não seria como sou, quem sou e não teria os valores que contruí se não tivéssemos ousado pai, se não tivéssemos enfrentado nossos medos, as nossas lágrimas, as nossas dores e nos entregado ao desafio de, ao menos, tentar.

Não importa o que tentamos e nem se fracassamos.

Importa mesmo que ousamos e pai, papito, demos o nosso melhor!

E me diz, como eu não poderia ter dado com o meu exemplo de touro, com meu pai sendo tão otimista, com aquele seu sorriso lindo que não se apagava nunca?

Quando eu penso em você, não me iludo. Nossa relação nunca foi fiel aos filmes. Mas de tão imperfeita, acabou sendo a lição perfeita no momento certo.

Obrigada pai, por ter sido meu pai, por me ajudar a ser quem sou hoje e por nunca, nunca desistir daquilo que você acreditava.

Você continua sendo um exemplo pra mim...

Obrigada por ser, até hoje, a lição mais importante que aprendi.

Te amo



... onde quer que você esteja...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Apenas para você.

Durante alguns dias eu vou lembrar do seu jeito, seu sorriso, seu abraço.

Durante alguns momentos vou querer tê-lo ao meu lado.

Em alguns dias cinzas, chorarei sua ausência.

Em algumas noites de lua... sonharei o que poderíamos ter vivido.

Em alguns instantes, quando por acaso te encontrar na rua, meu coração pulará no peito de felicidade.

E depois, quando você tiver passado, baterá o arrependimento do "por que não fiz nada?".

Em alguns momentos serei egoísta, te quererei só pra mim.

Em outros instantes serei devota, serei apenas tua... enquanto assim quiser que eu seja.

Pode ser que o nosso amor não passe de hoje.

Pode ser que nem tenha acontecido ontem...

Pode ser que não chegue amanhã.

Mas contanto que ele viva, mesmo que por uma fração de segundos, terá valido a pena.