quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Olhou me nos olhos sabendo o final.

Mas olhou-me sem medo.

Abraçou-me.

Ainda consigo ouvir ao longe seus sussuros.

Mas estava tão mais preocupada em não largá-lo.

Em não deixar que ele percebesse.

Então ele me soltou e eu sabia, que se ele o fizesse, eu desmoronaria.

Não conseguia encará-lo, então me desviei até a janela.

Ele ficou ao meu lado.

Não me fez perguntas, sabia o que aconteceria se as fizesse.

Apenas deitou minha cabeça em seu ombro e me acariciou.

Ficou olhando pra fora.

É claro que já sabia o que estava por vir, mas ele não tinha medo.

Como ele não podia temer quando eu estava apavorada?

Então eu me sentei a cama e o olhei.

Ele ainda ficou na janela, olhando ao longe.

Foi quando eu percebi que ele temia também, mas não queria que eu percebesse.

Ambos queríamos disfarçar o que sentiamos.

Porque nos amavamos.

Não é isso que fazemos quando amamos?

Sacrificamos nossos medos para poder estar lá para o outro.

Estavámos os dois sacrificados.

Então, peguei em sua mão.

Puxei-o até o meu lado.

E o beijei muito.

Intensamente.

Olhei nos olhos dele e chorei.

Como nunca havia me permitido chorar na vida.

E ele também chorou muito.

E começamos a rir.

E nos abraçamos.

E todo aquele peso que levávamos, passou.

Se foi junto com as lágrimas.

Mas aquilo tinha que ser feito.

E, como se não tivessemos escolha, seguimos nosso triste destino que nos separava ali.

Nunca mais o vi.

Mas eu o amei ali, meu primeiro amor.

Meu primeiro filho.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Jurou-me coisas que eu esperei ouvir juradas.

Eu acreditei.

Jurou-me amor.

Eu queria.

Eu aceitei.

Jurou-me sonhos mais bem sonhados que os meus.

Eu procurava.

Eu aceitei.

Jurou-me tempo, paciência.

Eu tinha medo.

Eu aceitei.

Jurou-me com os olhos, bocas, com os dedos.

Sentia-me sozinha.

Eu aceitei.

Jurou-me frases, dedicou-me palavras.

Eu estava em branco.

Eu aceitei.

Pediu-me amor.

E eu vos dei.

Pediu-me calor.

E eu vos dei.

Pediu-me respostas.

As entreguei.

Pediu-me tempo.

E eu te entreguei.

Pediste mais.

Pediste que eu dissesse o que sentia e pensava.

E, por mais díficil que tenha sido.

Eu te falei.

Demo-nos tudo o que tinhamos em pouco tempo, na ânsia de nos completarmos.

Éramos mais que solitários. Éramos folhas vazias esperando palavras. Tecidos sozinhos buscando um remendo, que nos fizesse sentir menos só.

Pediste tudo o que pudeste e o tem.

E eu tenho tudo o que pedi.

Já não estamos em branco.

Temos frases e palavras. Temos ligações e mensagens. Temos beijos, calores e olhares.

E, mesmo assim... continuo aceitando o que você me tem a entregar.

E, mesmo assim, continuo entregando-lhe o que posso lhe dar...

sábado, 26 de novembro de 2011

Asas que mal foram dadas e já estão picadas sobre o chão do meu quarto.

O levantar vôo de um sonho que nunca saiu da idéia, do pensamento.

A ida que nos levou a um lugar vazio.

O passo que ensaiou ser dado e nunca realmente aconteceu.

A história que foi escrita e nunca contada.

O prazo de validade estampado e sempre ignorado.

Assim como a tesoura que picoteou os nossos sonhos.

Assim como a inação que não nos permitiu sair do lugar.

Assim como a ação que foi dada sem propósito.

Assim como o caminho que quis ser traçado e nunca foi.

Assim como os sonhos que foram contados, mas que ninguém quis saber.

Assim como o final que se soube que terminava naquela esquina.

Assim como mudamos de direção sempre que encontramos o fim, mesmo querendo que tudo termine ali.
Você é do prazer.

Eu sou do sonho.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O que eu vi em você?

Para você...



Eu não sei bem, confesso...

Fico em dúvida se foram os seus olhos...seu jeito... ou ambos...

Definitivamente foram os olhos, que sempre me fitaram com encanto, com carinho.

Definitivamente foi o seu jeito, que sempre preocupado, busca me ver bem e me ver feliz.


Não sei qual das mensagens foram.

Talvez aquelas que vinham quando eu estava pensando em você.

Talvez aquelas que me punham pra dormir.

Pode até ter sido aquelas que me acordaram.



Definitivamente foram aquelas todas que me fizeram sorrir.



Podem ter sido as ligações.


Os abraços.

Ah! Definitivamente foram os abraços. Que sempre me fizeram sentir segura. Que nunca tiveram pressa em me soltar. Que sempre me deram tempo.


Os beijos...

Não!

Com certeza foram os beijos. Doces. Carinhosos.


Pode ter sido logo que eu te conheci.

Ou quando você foi me ver no hospital com um sapinho de pelúcia.

Ou quando vimos filme na sua casa.

Ou quando fomos ao cinema ou ao teatro.

Eu não sei exatamente o momento.

A paixão acontece em segundos.

Assim como o amor, por isso não percebemos.


Talvez tenha sido quando você me desafiou a vencer os meus medos.

Ou quando você me mostrou os seus e foi sincero.



Sinceramente... eu não sei em que momento eu comecei a gostar tanto de você.

Porque cada minuto com você sempre foi muito bom e sempre me fez muito bem.


Acho que não foram os momentos em si.

Foi, definitivamente, o fato de tê-los passado com você.

Porque você é atencioso, carinhoso, generoso, amoroso.

Foi o fato de sempre buscar me fazer sentir segurança, me fazer vencer os meus medos.

Foi o fato de você me dar o seu peito pra repousar minhas idéias.

Foi o fato de você ser paciente (extremamente paciente) e por não esperar pular fases ou chegar ao final.

Mas por ter o prazer de estar comigo em cada dia dessa travessia.

Foi por você ter aceitado estar do lado esquerdo.

E porque agora o lado esquerdo é apenas seu.























Então, o que eu vi em você foi alguém que simplesmente me viu, olhou bem fundo nos meus olhos e conseguiu ver mais do que eles. Tocou na minha pele e acalentou mais do que elas. Me abraçou e me deu segurança até depois de ter me soltado. Me beijou e sentiu mais que os meus lábios. Alguém que conseguiu ver mais do que havia para ser visto e que me permitiu tentar ver também.
..



E, se isso não foi o suficiente pra entender o que eu vi em você, nada mais que eu pudesse dizer, seria...


... Eu te amo

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Espelho

Te acompanho. De perto. De longe.

Te vejo sorrir... e sorrio junto.

Te vejo chorar e corro pra te abraçar. Mas não chego.

Eu sei os seus medos.

Eu sei quando você vai embora.

Eu sei quando você é tocado.

Não, não precisa ter medo.

Eu conheço você, sem motivo. Mas eu sei exatamente o que você pensou naquele momento e sei também porque foi embora.

Porque ficou.

Porque entregou uma rosa.

Porque entregou-se inteiro.

Sei também porque fugiu.

Porque correu.

Porque dançou.

Porque sofreu.

Sei quando você quis fugir por cinco minutos e logo mudou de idéia.

Sei porque também senti esses cinco minutos.

Também quis fugir e fiquei.

Sei quando você beijou porque eu também beijei.

Sei quando se apaixonou porque também me apaixonei.

Sei quando se arrependeu porque eu também me arrependi.

Sei quando deu tchau, sem nem dizer.

Porque eu me despedi também, sem nada falar.

Sei o quanto foi dificil soltar os braços porque os meus não queriam ser soltos.

Sei o quanto foi importante aquele beijo porque minha boca também não queria largar.

Não olhe para trás.

Eu olhei e sei que você também.

Mas não olhe.

Nem apague as lembranças...

Elas são maravilhosas.

Quando tiver que ir, vá. Sem olhar. Sem querer saber, mesmo querendo ficar, mesmo querendo dizer o que o coração disse e você não quis aceitar.

Aceite.

Eu te conheço.

Você sabe quem sou, mas talvez ainda não tenha se dado conta.

Eu sei quando o seu coração bate.

Porque o meu tem batido muito e insistentemente.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Sei que há mais aqui do que vejo. Mas não tenho certeza de que quero ver mais.

Pavor... sim, me apavora. E eu posso ficar no meu canto, calada, prometendo-me não sair do lugar.

E eu tento. Acredite que tento.

Mas então surge o que precisa ser dito e aparece o que precisa ser visto e nos escolhe para dizer.

Mas e se eu não quero falar?

Mas e se eu não conseguir dizer ou mostrar?

E se eu fugir, do jeito que eu puder do que vi e ouvi. Do que descobri?

Posso apagar o que sei?

Eventualmente eu ainda vejo... e escuto.

Mas na maior parte das vezes eu pego meu cotonete. Lavo os meus olhos.

Escolho minhas lembranças.

Não estou certa do que eu ouvi e vi porque duvido do que sinto.

Porque eu não sei sentir. Porque sentir me apavora.

Porque eu não sei me apaixonar. Porque eu não sei mais quem sou quando eu me apaixono.

E, quando eu digo, parece ser a coisa errada, na hora errada, do jeito errado.

Eu fujo.

Porque eu digo o que quero escrevendo, mas esqueço na internet, esqueço no blog ou no bolso junto com o meu celular.

Eu não escrevo pra ninguém.

Eu escrevo pra mim.

Para eu não sentir o peso do que sinto nas costas e no peito.

Eu sou egoísta.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Para alguém...

É difícil dizer o que se sente.

É medo, sem dúvida.

Talvez de assustar.

Talvez de não receber o eu também de volta.

Mas eu prometi que tentaria dizer o que sinto, ou penso.

Claro que não farei isso o tempo todo, rs, mas há coisas que necessitam ser ditas.

Talvez eu não seja tão boa com uma rosa, ou com um urso de pelúcia (ou sapo) rs...

Talvez eu não diga o que penso a todo momento.

Talvez sinta insegurança em certos momentos.

Talvez até um pouco de vergonha.

Mas que diferença isso faz?

Quando eu to com você, não sinto talvez.

Eu sinto certeza.

Não certeza do que vai acontecer, porque eu não tenho a mínima idéia, mas certeza do que eu sinto.

Uma certeza que eu nunca senti tão forte e nem tão rápido.

O fato de você ser essa pessoa doce e carinhosa.

O fato de mandar e responder mensagens e me ligar.

O fato de se importar comigo.

O fato de você sempre buscar saber se estou bem.

Às vezes sinto que te assusto um pouco.

Eu me assusto também com o que sinto.

Porque eu não sou de demonstrar pela metade.

Quando eu demonstro, quando eu me importo e quando eu digo o que eu te digo, é porque eu realmente gosto de você.

E, acho que é por isso que eu tenho medo de dizer o que quero.

Porque gosto de você.

É louco.

rs

E, então... eu me sinto bem ao seu lado.

E então, eu te adoro.

Mas eu já não te adoro.

E, é isso o que eu mais temia.






















Eu te amo.

... que pode não ter aparecido nos meus sonhos, mas fez a realidade se tornar melhor que eles.

Nem pense.

Não apareça agora.

Vou saber do que se trata, porque está voltando.

Deixa pra lá.

Isso não iria mesmo se tornar um romance hollywodiano.

Enfrente a sua dor sozinho porque hoje eu não vou ser a aspirina que você precisa para curar sua dor de cabeça.

Hoje você não vai ser o pedaço que encaixa no meu coração porque ele já não está mais despedaçado.

Se vá.

Não tente me seduzir com o passado.

O presente está muito mais interessante do que aquilo que nem chegou a acontecer.

Me esquece.

Não me trate como se eu fosse a última pessoa que conhece as suas jogadas.

Se estivessémos jogando xadrez agora eu estaria te dando o cheque-mate.

Não se preocupe.

Você vai sobreviver mesmo que eu não esteja ao seu lado.

Ambos sabemos que você não precisa de mim, embora eu sempre quisesse ser a sua muleta.

Minha estrutura não está pronta pra você deixar amarrado os seus medos.

Eu não estou pronta pra enfrentar os seus olhos que vão fingir e fingir e eu vou ceder aos seus fingimentos.

Me esquece.

Porque não cederei aos seus desencatos nem hoje e nem agora.

domingo, 20 de novembro de 2011

Minha boca ensaia dizer o que o coração já declarou.

Será que você notou?

Percebeu como tudo mudou?

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Falta.

Talvez seja isso que eu quero sentir e não sinto.

Sua falta.

Falta de estar contigo.

Falta de estar aonde eu estava ontem.

Falta de estar em qualquer lugar exceto este.

Mas eu também não quero estar aqui.

Essa é a minha complexidade.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Perdoa

Perdoa minha insesatez.

Minha tentativa deseperada por controle.

Perdoa meus beijos quentes, que sem sal, não dizem o que sinto.

Perdoa minha pele marcada pelos próprios carimbos que criei.

Perdoa o fato de eu ter as lágrimas que não derramei quando deveria.

Perdoa o fato de eu ter medo de cruzar a linha.

Perdoa o fato de eu fugir, quando na verdade queria ficar.

Perdoa o fato de não me despir na sua frente.

Perdoa meu olhos não fitarem ao seus com o devido encanto.

Perdoa o fato de minhas mãos não conseguirem expressar o que querem ao te tocar.

Perdoa.

Perdoa o fato de eu insistentemente não ser quem sou perto de você.

Mas perdoa, principalmente, o medo que sinto, de querer o tempo todo ser quem você deseja.

Perdoa o fato de eu achar que te amo.

E perdoa o fato de eu descobrir que o amor acontece quando a gente consegue ser quem é.

Perdoa o fato de eu perder o controle perto de você,

O fato de usar a nossa noite como canção de ninar.

Perdoa eu ter me apaixonado.

E perdoa não ter sido por você.

Perdoa eu achar que seria.

Perdoa.