quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A porta

Quando eu ficava triste, deprimida ou achando que eu não tinha um lugar, eu ia pro meu quarto, fechava a porta, abria a janela, ligava o som e ficava horas viajando nas estrelas, nas nuvens, na lua, no céu...

Às vezes, quando eu tava feliz eu ia pro quarto, fechava a porta, colocava a música mais agitada e dançava até me esgotar, até cair na cama de sono, ou de cansaço...

Eu vivia o mundo real, mas eu brincava tanto no imaginário.

Nele eu já fiz muitas propagandas, já fui garota propaganda da Seda, da Playboy, da Nivea... já participei de BBB, de No Limite (e ganhei, é claro)... já fui atriz, já fui cantora... eu já deixei de ser eu, já tive filhos, já me casei, já mudei de casa e de país...

Mas na vida real eu ainda não cheguei perto de fazer tudo o que eu quis... mas não estou longe... estou caminhando.

Ah se a vida real fosse como os sonhos, que basta simplesmente imaginar para se tornar real... seria uma verdadeira maravilha... eu seria de tudo...

Mas não é...

Na vida real a gente não pode se fechar no quarto e esperar que subitamente entre, pelas nossas janelas interiores, as respostas. A gente tem que abrir a porta e ir pro mundo... e ele é tão grande... tão gigante...que as vezes nem sabemos por onde começar.

Quando eu era pequena, costumava me perguntar o porque da lua me seguir... A lua não me seguia... ela simplesmente estava lá... no seu canto iluminando a todos nós. Eu que sempre fazia questão de ver se ela estava lá... me olhando... me iluminando...

Quando a gente costuma sonhar muito... a gente perde as vezes o senso de real... até que um dia a gente descobre que a lua não nos seguia... então você acorda pro fato de que você estava sonhando...

Mas o melhor é saber que tudo aquilo que a gente sonha...dá pra realizar...é só uma questão de postura. Ao invés de fechar a porta. Abri-la.

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