segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Como desenrolar?

A gente começa baixando a cabeça... leva o queijo até o peitoral... depois são os ombros... eles caem para frente, depois é a cervical, que se curva com o peso da cabeça, em seguinte de 1 em 1 vão as vertebras, até chegarmos ao sacro. Depois vai a bacia... e, quando vimos... estamos com os joelhos dobrados, os pés fincados ao chão e o corpo todo pra frente. Fizemos um rolinho de nós mesmos e, desenrolar é difícil e requer coragem.

Começa assim... fiquei quieto, pare quieto, fale baixo, pare de pular, não se vidta dessa forma, coloque essa roupa, eu não quero saber faça oq eu mando, vá pro seu quarto, não fale palavrões, não assista isso, assita aquilo que eu mando, não coma isso, se force a comer aquilo, pare de comer besteiras, coma verduras, vá tomar banho, diga sempre a verdade, não é desse jeito, para, você é burro? quando percebemos, estamos com os joelhos dobrados e os pés fincados ao chão e o corpo todo para frente. Fizemos um rolinho de nós mesmo e agora, como desenrolar?

Aí, a gente amadurece... algumas dessas regras ecoam na nossa mente, corpo e espiríto, vivemos podados e achamos que estamos voando... na verdade com os pés fincados ao chão temos a impressão de voar. Esquecemos o que é ter liberdade, o que é ter a si mesmo porque chegou um momento na nossa vida em que seguimos todas as regras que nos foram impostas sem dizer chega, sem ter a maturidade pra dizer não.

Então, quando a gente percebe, a gente sente a o joelho ficando reto, a bacia se encaixando no lugar, o sacro entrando no seu cantinho e de 1 em 1, cada vertebra formando novamente nossa coluna até chegar na cervical, então sentimos os ombros ganhando postura e a cabeça levantando até o momento em que olhamos pra frente e sabemos quem somos, quem habita aquele corpo.

Levamos conosco lições, tudo o que foi dito marcou, mas essa marca já não é de medo, já não é uma marca que poda, ela é aprendizado, virou essência... nós já conseguimos virar pessoas com nossas próprias estruturas e agora, temos que criar a estrutura de um novo alguém. Bate a insegurança, será que eu também vou transformá-lo em uma bolinha? em um corpo torto?

Mas acho que às vezes... para se tornar borboleta, tem que se ser um lagarto e passar pelo casulo...

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