sábado, 4 de setembro de 2010

Aprendizados de uma (quase) atriz

Tem momentos na vida em que a gente sente desanimado. Parece que por mais que a gente se esforce, por mais que a gente seja bom o suficiente as pessoas não exergam. Parece que elas não querem enxergar.

É como se não fossemos nada, como se não fossemos capazes, como se estivessemos em um círculo, mas não fizessémos parte dele.

Muitas vezes eu fiquei triste, porque eu achava que ninguém sabia me dar valor... isso não era apenas no meu mundo familiar, era também no social e no de estudar. Poucas pessoas me viam e me davam o valor que eu achava que merecia.

Hoje, durante uma aula de História do Teatro, que estavámos discutindo sobre política (não a partidária, mas a do nosso cotidiado), me questionei sobre algumas certezas que tinha e, ao me olhar novamente me perguntei: "Estou sabendo me mostrar?"

Esta pergunta inquietou minha mente e meu coração.

Li, em um livro do Gasparetto, que o mundo só reflete aquilo que emitimos. Então, certamente tenho emitido as energias erradas.

O teatro, e, principalmente a peça que estamos montando e o professor que temos, tem me feito refletir sobre um bucado de coisas.

Essas coisas me incomodam porque, de alguma forma, de alguma maneira, estão impressas em quem eu sou. E, se elas fossem coisas boas, não me incomodariam.

Me incomoda o fato de ser muito politica com os outros, não abrir o jogo, não dizer quando alguém me decepciona, ou não dizer quando acho que as coisas não estão certas, eu tenho medo de magoar não só para quem eu digo o que sinto, como magoar a mim. Isso, é algo que consome a nossa essência interna, não nos permite ser quem somos e dizer o que pensamos porque estamos o tempo todo seguindo um padrão pré definido. Às vezes pensamos que quebramos as correntes, mas só quebramos aquela que vemos, aquela que percebemos como correntes.

Estamos montando Roda Vida, do Chico Buarque, e, tem uma música, que chama roda viva, que me mostra exatamente isso... como a gente permite que a roda viva (quer seja a sociedade, quer seja nossos pais, quer seja quem for), leva tudo... mesmo que tenhamos achando que estamos lutando, ela sempre leva, leva e leva, até a hora em que a gente acorda pro fato que nós podemos fazer a roda parar.

A gente pode fazer a roda parar. É só escolher, como Brechet diz em seus textos, de qual lado ficaremos... se seremos "Aquele que diz sim", ou "Aquele que diz não".

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