quinta-feira, 26 de maio de 2011

Amarrando

Como um boneco.

No começo, quase enlouquecendo, amarram meus choros.

Parei de chorar.

Com o tempo, amarram meus pés. Eles faziam muito barulho pela casa.

Depois, foram os meus braços, que batiam e batiam em tudo.

Depois amarraram minhas brincadeira, eu já não era mais criança, tinha que agir como adulto.

Depois amarraram minha inocência. Ou você acorda, ou lhe passam a perna! Eles me diziam.

Eu acordei.

Então amarraram meus olhos.

Pare de ser rebelde. Qual é?

Parei.

Então amarraram minha mente.

Não pode pensar nisso. Se você pensar nela (e) estará me traindo.

Parei de pensar.

Depois, amarram as flores em cima do meu caixão.

É... eu não morri.

Mas que diferença isso faz?

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