quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O dia em que descobri que sou livre (Parte 1)

O despertador tocou. 6:30. Ela levantou e o desligou. Pensou em voltar para a cama e dormir mais uns minutinhos, mas sabia que se deitasse, ficaria horas, então foi ao banheiro, ligou o chuveiro e tomou banho. Pensou que roupa vestiria. Decidiu por uma roupa simples, calça jeans, blusinha preta e um coletinho clarinho por cima. No pé, All Star preto com detalhes rosa. Brinco, colar, relógio e uma pulseira. Passou seu perfume predileto e se preparou para sair. Quando estava atravessando a sala, olhou pela janela.
- Nossa, que dia lindo.
Então ela chegou até a porta, abriu a maçaneta e saiu. Chamou o elevador, ele estava no T. Ela morava no 6 andar. O elevador chegou, ela abriu a porta e apertou o T. Chegando no terreo, tratou de se encaminhar a porta. Saiu
- Nossa, que dia lindo.
Foi caminhando até o ponto de ônibus. Ela estava pensando, como pode, num dia tão lindo como esse eu estar assim, infeliz, sem vontade de me ir aonde tenho que ir. Foi então que ela se lembrou de uma conversa que tivera com o seu melhor amigo. John. Signo: Leão. Sexualidade: Homo. Idéias: Loucas... Ela, signo: Peixes. Sexualidade: Hetero. Idéias: Sonhos.
- Sabe J. eu fico pensando, nunca mais terei essa idade, esse rosto, esse corpo, nunca mais terei este dia. Porque eu continuo me podando?
- É o que eu te falo. Você tem que aproveitar a vida. Quer sair? Saia. Quer beijar? Beije. O que você quer fazer? Faça.
- Ah, se fosse assim, tão simples...
- Sim, é simples. Nós é que complicamos.
Nós é que complicamos. Então, o ônibus chegou. Parou, abriu a porta.
- Desculpe, chamei errado.
Ela saiu correndo. Voltou para casa. Pegou sua mala. Nela algumas roupas, maquiagens, secador, algumas bijus, carteira e só. Correu até a porta, chamou o elevador e desceu, dessa vez até o -3. Pegou seu carro, um Gol geração 5 preto, colocou sua mala atrás. Ligou o carro e saiu pelo portão. Destino? Nenhum. Desligou o celular, se desconectou do mundo. Conectou-se em si e foi dirigindo. Ligou a música. Tocava "I'm Yours" - "Open up your mind and you're free". Livre pensou. Eu sou livre.
... Continua

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Fantasma do passado

Se reencontrar com pessoas do passado é algo muito nostálgico.

Passam-se por nossas mentes aqueles dias em que podemos decidir o caminho...e escolhemos, meio que sem querer, o que hoje estamos colhendo. Talvez fosse melhor... Talvez fosse por algum motivo maior.

Não sei.

Mas, se reecontrar com as possibilidades... se reencontrar com as escolhas e suas consequências nem sempre é fácil.. mas às vezes é preciso.

É dificil dizer eu senti sua falta, mesmo quando se sente.

É dificil dizer...eu tremo só de pensar se devo ou não te dizer oi... mas é algo que talvez também se deva dizer.

Novamente, não sei.

Não sei o que acontece quando eu reencontro essa parte do meu passado. É como se ela não tivesse passado. É como se eu tivesse com meus 17 anos, olhando pra essa pessoa e sentindo o que eu nunca deixei de sentir, mas nunca tive coragem de mostrar.

Talvez seja por isso que não passe... porque eu não tenha tido coragem de por para fora e de dizer... meu, eu gosto de você...ou ao menos...ter tido a ousadia de roubar um beijo... um único beijo...

Os fantasmas do passado sempre arranjam um jeitinho de voltar...

Mas tem uns que a gente não quer que passe de novo...

Mas quem vai saber ... às vezes tem q deixar passar...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Amizade

Segundo Vinicius de Moraes, "A gente não faz amigos. Reconhece-os".

A gente reconhece por semelhança:

- Alguns tem os mesmos gostos

- Outros a mesma idéia

- Alguns os mesmos ideias

Fato é que ser amigo é uma relação que demanda mais do que supunhamos. As pessoas estão em constante mudança e se não regamos a nossa amizade, se não a fazemos ser presente, mesmo com a correria do dia a dia, as pessoas vão se separando pelo tempo e quando o tempo separa, é dificil haver o reecontro de caminhos.

Mas, embora seja dificil, existem aquelas amizades que começaram fraquinhas, sem muita chance de sucesso e que o tempo separou e quando houve uma cruzada nos caminhos, ressurgiu uma amizade forte, talvez porque ambas as pessoas mudaram e mudaram na mesma direção.

Fato é que ser amigo é um dom e ter amigos é essencial. Essencial para podermos relatar as coisas que vivemos...comemorar as nossas alegrias, sonhar juntos as loucuras que um dia prometemos e que talvez uma pequena parte deles realize-mos e também para poder chorar... sem medo de se sentir fraco ou frágil.

Ser amigo é conhecer o outro enquanto ele sorri e principalmente enquanto ele chora. É dar assitência... é dar conselhos e é saber diferenciar o Oi... do Oiiiiiiiiiie!.

Ter um amigo é se entregar (talvez não por completo)... mas expor a pelo menos uma pessoa, suas verdadeiras fraquezas, seus verdadeiros sorrisos.

No mundo de hoje não é fácil ter um amigo... hoje as pessoas são egoístas, não querem de jeito algum dividir ou compartilhar o carinho... a atenção...e principalmente, o amor.

Por isso... conserve bem aqueles amigos que você tem e preste atenção naqueles que você não costuma dar valor, mas que sempre que você precisa está lá.

Porque no final, a gente não faz amigos. Reconhece-os!

domingo, 26 de setembro de 2010

Conceitos

Dizer que nada muda... é mentira.

A mudança está em cada momento, em cada novo passo.

Mudar faz parte da vida... da grande vida que não permite ensaios, que não permite rascunhos...

Mudar faz parte do crescimento, às vezes dolorido, às vezes mal sentido... às vezes, necessário.

Mudamos mais do que mudar de corte de cabelo ou de roupa, mudamos de idéias, mudamos as atitudes, mudamos os sorrisos.

Despimo-nos dos velhos conceitos e ganhamos novos. Deixamos para trás os anos passados e ganhamos novos dias... novas horas, novos minutos.

A fração dos segundo nos molda, nos muda... e nós decidimos se vamos evoluir e nos descobrir ou se vamos, para sempre, ficar a mercê de nós mesmos e seguir aquilo que nos disseram a tanto tempo atrás e que os loucos já nem mais se lembram.

Quando ganhamos a consciência de nossos atos, ganhamos junto a responsabilidade. Junto com ela ganhamos escolha e ganhamos principalmente novas possibilidades.

Aprendemos a acreditar no mundo, no amor, na família e nos outros segundo a vista daqueles que já viveram e já aprenderam, mas o nosso olhar é único e é através dele que devemos percorrer o mundo e redescobri-lo.

Temos que pegar o mundo em nossas mãos e fazê-lo nosso. Temos que duvidar daquilo que nos disseram e experimentar o mundo como quem está dando os primeiros passos, sentir tudo aquilo que podemos sentir, mas sentir através do nosso tato.

Temos que pegar os nossos 5 sentidos e percorrer tudo aquilo que consideravamos correto e errado e temos que nós questionar: Há certo? Há errado? Se sim, qual o limite? Há limite?

Temos que questionar a vida. Temos que questionar a nos mesmos. Temos que questionar os hábitos e velhos conceitos. Não é necessário criar novos mas é necessário fazê-los realmente seu.

Temos que parar de dizer que sabemos de tudo. Nós não sabemos é de nada. Nós achamos que conhecemos o mundo, mas não conhecemos nem o quadrado que chamamos de lar, de nosso lar.

Temos que parar de esperar que os outros sejam seres fantásticos, temos que parar de esperar que eles sejam perfeitos. Você é um ser fantástico? Você é perfeito?

Antes de se julgar qualquer coisa neste mundo você tem que saber responder a uma única pergunta:

Quem é você?

sábado, 25 de setembro de 2010

O preço da falta de um Não

A gente sabe o que é certo fazer. A gente sabe qual o lado certo a seguir, mas a gente tem medo de tomar a atitude. De seguir nossos instintos. Então, nos calamos e, pior que isso, dizemos Sim Senhor, Sim Senhor, Desculpe-me Senhor.

Então a história toda se passa na sua frente. Você vê todas aquelas pessoas sofrendo, aquelas pessoas sendo condenadas, aquelas pessoas sendo violadas e você diz Sim Senhor, Sim Senhor, Desculpe-me Senhor (mas tudo o que você queria dizer era BASTA).

Então, no ápice de toda a trama você se apaixona, passa em sua mente dizer CHEGA, mas do mesmo jeito que entrou a idéia, ela saiu e você continua dizendo Sim Senhor, Sim Senhor, Desculpe-me Senhor.

Então, aquele para quem você sempre disse sim, aquele para quem você tantas vezes abaixou a cabeça, aquele para quem você pediu perdão, mesmo não estando errado, aquele Senhor que você seguia, tira de você o seu amor. Tira de você a sua alma. E você desaba e diz mais uma vez Sim Senhor. Desculpe-me Senhor.

Então ele tirou tudo aquilo que você tinha medo de perder e o pior, você poderia ter salvado tudo aquilo que você tinha, simplesmente dizendo NÃO.

Quando você não tem mais nada a perder, você prepara o seu melhor revólver, pega a pior bala e aponta em direção ao seu senhor. Você atira e ele cai ao chão. BUM.

E você continua ali... Vivo, Imóvel, Morto por dentro e Assassino por fora. Você continua a dizer Sim Senhor, Desculpe-me Senhor. A única coisa que muda é para quem você dirige essas palavras.

Agora...as palavras ditas são para você.

Sim Senhor. Desculpe-me Senhor.

Não. Pequena palavra. Como é dificil pronunciar esta pequena palavra. Como é dificil desatar nós antigos. Como é dificil quebrar paradigmas. Como é dificil perder a tudo aquilo que você tem, quando tudo o que era necessário, era dizer NÃO.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A porta

Quando eu ficava triste, deprimida ou achando que eu não tinha um lugar, eu ia pro meu quarto, fechava a porta, abria a janela, ligava o som e ficava horas viajando nas estrelas, nas nuvens, na lua, no céu...

Às vezes, quando eu tava feliz eu ia pro quarto, fechava a porta, colocava a música mais agitada e dançava até me esgotar, até cair na cama de sono, ou de cansaço...

Eu vivia o mundo real, mas eu brincava tanto no imaginário.

Nele eu já fiz muitas propagandas, já fui garota propaganda da Seda, da Playboy, da Nivea... já participei de BBB, de No Limite (e ganhei, é claro)... já fui atriz, já fui cantora... eu já deixei de ser eu, já tive filhos, já me casei, já mudei de casa e de país...

Mas na vida real eu ainda não cheguei perto de fazer tudo o que eu quis... mas não estou longe... estou caminhando.

Ah se a vida real fosse como os sonhos, que basta simplesmente imaginar para se tornar real... seria uma verdadeira maravilha... eu seria de tudo...

Mas não é...

Na vida real a gente não pode se fechar no quarto e esperar que subitamente entre, pelas nossas janelas interiores, as respostas. A gente tem que abrir a porta e ir pro mundo... e ele é tão grande... tão gigante...que as vezes nem sabemos por onde começar.

Quando eu era pequena, costumava me perguntar o porque da lua me seguir... A lua não me seguia... ela simplesmente estava lá... no seu canto iluminando a todos nós. Eu que sempre fazia questão de ver se ela estava lá... me olhando... me iluminando...

Quando a gente costuma sonhar muito... a gente perde as vezes o senso de real... até que um dia a gente descobre que a lua não nos seguia... então você acorda pro fato de que você estava sonhando...

Mas o melhor é saber que tudo aquilo que a gente sonha...dá pra realizar...é só uma questão de postura. Ao invés de fechar a porta. Abri-la.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

brisando

Um lenço... vermelho... cor de sangue... cor de vida... cor de morte...

Vermelho...as luzes do sol, quando o atingiam o faziam brilhar... que vermelho lindo...

O vento o levava e com ele brincava... subia...descia, ondulava... e aquele vermelho brilhava... me fazia querer voar para alcança-lo...tocá-lo...

Vermelho, no escuro...mas se via...a não ser quando cruzava uma estrela... a lua... ou quando brilhava sobre o mar... o vermelho a noite apagava... mas se fazia ver, de leve, ao longe nas estrelas...como se por um momento essas fossem vermelhas... e no outro...brancas novamente...

Vermelho cor de sangue...de morte...de vida... de amor... de toque... de brilho... de esplendor...