quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Desabafo de uma quarta

As pessoas vivem me dizendo o que fazer, como fazer, o que pensar e como pensar. Elas esquecem que eu já tenho 21 anos e, segundo as leis do meu país, já sou maior de idade.

Elas parecem que não percebem que eu cresci, que a minha mente já não é mais nutrida de histórias e fantasias, elas parecem que não perceberam que eu já sei reconhecer o real, que já não creio em contos de fadas ou em papai noel.

Não percebem que eu já sou formada e que estou buscando minhas profissões, minhas razões, meu amores e meus lugares, querem que eu fique para sempre a mercê de seus sonhos e ideais, mas eu agora tenho meus próprios sonhos e ideias e isso acaba contrariando elas.

Então, elas pensam que eu quero ser maior ou melhor e não é isso, eu quero apenas ser eu, apenas ter meu espaço, apenas ter o direito de pensar por minha própria cabeça e escolher no que eu quero acreditar ou não.

Eu não quero mais ser comparada, quando erro ou quando faço algo que elas não concordam, com meu pai (como se ele fosse apenas um exemplo negativo e qualquer coisa que eu faça, segundo a visão delas nesse sentido, eu sou ele ou estou com o espiríto dele nas minhas costas) e também não quero quando acerto ou quando por algum momento sou motivo de orgulho ser comparada a minha mãe (como se ela fosse apenas exemplo do que é correto) eu não quero mais ser comparada.

Eu sou eu quando eu choro, eu sou eu quando eu rio, eu sou eu quando acerto, eu sou eu quando erro, eu sou eu quando ganho, eu sou eu quando perco, eu sou eu. EU SOU EU.

Eu quero simplesmente poder ser eu. Quero poder me superar ao final de cada dia. Quero poder dizer que eu errei quando eu errar, quero poder dizer que eu dei meu melhor quando acertar. Eu quero que me vejam como eu e não como uma extensão de um alguém.

Eu sei e eu entendo que é dificil ver alguém crescer e entender que a pessoa vai andar com os seus pés e que não se vai poder dizer onde pisar, a pessoa vai ter que descobrir por si mesma os caminhos que quer utilizar. E, eu me sinto tão podada de todos os lados, com todo mundo me dizendo como ser, como pensar, como agir, o que esperar que eu acabei perdendo a maior parte das minhas sensações, eu me anulei completamente para fazer com que os outros fossem felizes. No final, eu acabei me perdendo, acabei triste, acabei sozinha no meu espaço cada vez menor.

Eu quero levantar a minha cabeça, quero abrir o meu espaço e escolher os rumos da minha vida. Quero decidir como escolher minhas primeiras, segundas ou terceiras sensações. Não quero mais que me digam como eu devo esperar as coisas. Não quero mais saber.

A única coisa que eu quero é que olhem para mim e saibam e tentem e respeitem quem eu sou. Simplesmente isso. Quem era meu pai....ele foi. Quem é a minha mãe, ela é.

Quem sou eu? Quem eu quiser ser.

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