quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Cumplicidade

Chove. EU te vejo ali, parado, olhando o horizonte. Imóvel. Caminho até você, as gotas de chuva tocam cada parte do meu corpo, a água é gelada. Chego a você, toco seus ombros, minha mçao escorrega pelos seus braços, toco suas mãos, te abraço. Você começa a soluçar. Passo pra sua frente. Toco seu rosto, Tento secar suas lágrimas, mas elas se misturam com as águas da chuva. Fico olhando pro seu rosto, seus olhos vermelhos e você olha ao longe. Toco seus cabelos. Você fecha os olhos. Te abraço, você me aperta. Sinto, eu sinto a sua dor. Queria poder tirá-la de você, mas não posso e você soluça nos meus ombros e ficamos horas assim. Até que a chuva cede. E o sol vai surgindo e você não me larga, mas a gente vai se abaixo e senta. Você deita sobre meu colo e olha pro céu e eu vejo o céu espelhado no seu olhar, no seu olhar triste, descrente que pede socorro, que pede cuidado.

Toco o seu silêncio, sinto sua alma... Eu sei que é difícil, mas tudo vai passar, sussuro em seu ouvido. Você aperta minha mão no seu coração. Me olha. Toca meu rosto molhado, me abraça forte, me puxa pela mão, me leva pra dentro de casa novamente. Eu tomo banho, você também. Deitamos na cama, no silêncio, e ficamos juntos, sem dizer uma palavra, apenas olhando um ao outro, sentindo um ao outro. Até que lua aparece... as estrelas surgem... elas brilham, elas enchem meu coração e você olha e dá um singelo sorriso, como um desabafo. Você deita entre meus braços, se encolhe em mim e dorme... eu fico te acariciando... enquanto a noite vai ficando cada vez mais escura. Te olho, você tem uma aparência mais calma, mais tranquila. Então eu durmo também.

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