domingo, 23 de setembro de 2018

Presentear.


A gente demora para entender que os melhores presentes não são apontados pelas etiquetas. Os melhores presentes são os que tocam o nosso coração. Não precisam vir quando os esperamos, nas datas em que o homem disse que se deve presentear. Devem vir quando você simplesmente quer dar algo a alguém. Só porque você pensou na pessoa. Quis mostrar a ela o quanto ela é especial.


Sabe o que eu acho engraçado? Temos o dia das mães. O dia da paz. O dia dos namorados. O dia do abraço. O nosso aniversário. O natal. O ano novo. A consciência negra.


E tudo pra que? Para que pelo menos uma vez por ano você lembre que é um ser humano. Lembre que tem o próximo. Lembre que você tem você.


Aí, quando chegam essas datas, ao invés de abraçarmos nossa mãe e dizermos. Poxa... eu te amo. Amo por tudo o que você fez por mim. Amo por estar comigo nos melhores e piores momentos. Nós não o fazemos. Nós compramos modo de agradecer. Compramos modos de fingir que nos importamos. Compramos roupas, para mostrar que conhecemos a pessoa.


Nós não conhecemos por fora. Por fora nos julgamos.


Quando a gente conhece, tem que conhecer por dentro. Tem que saber quando precisou de apoio, tem que ser o apoio do outro quando precisa. Tem que conhecer no sorriso. Tem que gostar de sorrir junto. Tem que conhecer nos momentos.


Porque um dia a vida acaba.


Porque tudo aquilo que compramos fica.


Porque só levamos o que está agregado a nós.


Eu recebi muitos presentes por aí.


90% deles eu não lembro.


Cartas.


Cartas recebi poucas.


Mas lembro de cada momento e de como elas me fizeram sentir.


Essa é a verdadeira beleza da vida.


Dê coisas materiais. Amanhã ou depois você será esquecido. Basta o brinquedo quebrar. Basta o motor do carro fundir.


Dê momentos.


Você será sempre lembrado.


Porque viver não é ter uma grande vida.


É ter pequenos fragmentos de momentos que nos façam dizer:


"Valeu a pena".


Todos os meus sábados valem a pena.


Todos.

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