quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Final de Ano...2010

2010...

Acabando...

E lá se vão mais 365 dias de muitas vidas que embarcaram juntas e não sabem até quando ficarão... quantos mais dias restam...

Importa quantos restarão?

Ainda há muito a se fazer... ainda há muito o que realizar... mas sempre haverá não? nunca será o momento ideal pra dizer adeus...sempre estaremos presos a algo ou alguém... É por isso que é tão difícil dizer adeus...

Mas... Adeus 2010...

Este ano foi um ano bem interessante.

Quando começou 2010 eu estava morta, vazia...era uma pessoa que já não mais sabia se era humana mesmo, ou se havia se tornado robô...

Janeiro passou... o que eu fiz...? nada...

Fevereiro chegou... teve algo que me despertou...o teatro... então eu senti que eu morria de segunda a sexta, acordava no sábado e no domingo e voltava a morrer no restante.

Assim passei praticamente o ano todo. Vivia uma vida grotesca... Me achava a super heroína brasileira... Fazia tudo que eu podia externamente... nossa...e como eu fazia.... mas por dentro, por dentro eu não tinha nada... eu não sabia quem eu era... eu estava completamente perdida. Sabe como era?...acordar 08 da manhã...trabalhar...fazer tudo pelos outros...estudar...chegar em casa a 00!!

Sim, eu fugia de mim... eu fugia desesperadamente da minha dor...

Então, eu comecei a ser despertada de final de semana... o teatro começou a me aquecer por um instante...como seu alguém me sacudisse dizendo: "Ei... Ainda há muito o que viver sabia???"

Então...eu aprendi...

Chegou Julho... depois das férias do teatro... surgiu o PA2-A na minha vida aturbulada... estavámos preparando o Roda Viva para apresentar... e eu me senti excluída da única coisa que estava me fazendo renascer de novo... eu não estava me sentindo integrada...não estavam me permitindo viver a única coisa que ainda me fazia ver uma saída na vida...

Então, eu assisti o Roda Viva ser montado... e eu aprendi, aprendi muito mesmo com isso... aprendi que eu preciso ter voz ativa... que eu preciso acordar pra mim.

Então, em um belo dia, em uma aula de corpo do teatro surgiu o assunto da anti-ginática... Era você perceber seu corpo... perceber-se vc... perceber que o seu corpo é a sua casa e você precisa habitá-la.

E eu me lembro como se fosse ontem, havia uns 2 meses que eu tava sentindo dor nas costas e tava fingindo que estava tudo bem, até que eu fui falar com a moça da anti-ginástica e começamos a falar da minha história, pelas coisas que eu passei... meu... o efeito de escutar cada palavra que eu escondi durante anos de mim, sendo pronunciadas por esta minha boca... foi assustador!

Ela me perguntou: Por que você quer fazer antiginástica?

Eu respondi: Porque eu quero me conectar de novo comigo...quero habitar meu corpo e também porque eu to com muita dor nas costas.

Ela perguntou: Dor nas costas? há quanto tempo?

Eu: Há uns 2 meses... mas eu fingo que não sinto... ai uma hora eu esqueço.

E ela: As coisas que você carregou não foram leves, você precisa permitir que elas passem, você não pode fingir que não as sente, assim como finge que as costas não doem, você tem que ver o que é... você promete que verá?

Eu: Prometo... sim...

No dia seguinte, eu estava trabalhando e no meio de expediente travei... as costas doíam de uma forma espetacular, nunca senti tanta dor na vida. E eu fui ao médico...

Resultado? Licença de praticamente 2 meses do trabalho.

Nessa licença eu dormi, dormi, dormi, dormi, dormi, dormi... e, agora, no finalzinho, quanto estou a 10 dias de voltar pro trabalho comecei a me perceber de novo. A dor passou... às vezes ela dá sinal de vida, quando faço mais do que deveria, mas assim que a percebo eu páro, e ela passa... agradecendo por eu prestar atenção de novo em mim.

2010 foi o ano em que eu mais me descobri. Descobri parte de quem eu sou... descobri que não adianta eu buscar o tempo todo quem eu fui... eu jamais serei aquela menina que era santinha e inocente e que todos adoravam... Eu sou responsável, eu tenho seriedade e eu tenho que agora saber lidar com quem eu me tornei.

Não me tornei porque eu quis, mas porque a vida me pediu mudanças e ou eu mudava... ou eu continuava morta por dentro.

Antes eu achava que se as pessoas não faziam a parte delas, eu precisava fazer a minha e a delas, hoje eu sei que eu preciso fazer a minha parte e, se sobrar energia...eu posso ajudar os outros com as deles, mas não devo tomar isso como responsabilidade minha.

Aprendi que as pessoas podem tentar me aconselhar, mas que elas não podem ditar quem eu sou ou como eu deveria ser.... eu sou qm eu sou, eu sou oq eu aprendi na minha trilha... e elas não podem mais tentar impor seus jeitos a mim. Não vou mais tolerar isso.

Aprendi que estou cansada de tanta mentira, de tanto fingimento, de pessoas que fingem se importar e na verdade estão cagando e andando. Eu me importo... e só vou querer saber de quem se importar também.

Aprendi que as melhores coisas da vida acontecem se você abrir um espaço para que elas aconteçam, senão será sempre tudo cinza e vazio...e você irá sempre reclamar da vida...

Aprendi que é comodidade reclamar da vida... Você quem tem o controle da sua... você qm está no poder sabe?... as coisas acontecem se você fizer elas acontecerem.

Aprendi que muitas das coisas que eu acreditava eram bobagem.

Aprendi que eu não vou me tornar puta se eu simplesmente quiser experimentar o mundo.

Aprendi que eu não posso viver preocupada com o que dizem ou pensam. Eu tenho saber quem eu sou.

Aprendi que uma das melhores coisas da vida é ler. O mundo está nos livros.

Aprendi que eu preciso aprender novamente a escutar os outros, mas não permitir que eles me influenciem, porque os outros tem sempre muito a ensinar.

Reaprendi muitas coisas em 2010. Outras tantas... aprendi... outras... apaguei da mente.

2010 fui uma ressureição. Renasci das cinzas...

Espero 2011 de braços abertos, espero reencontrar-me neste novo ano. Espero descobrir bem mais sobre mim, sobre o mundo...e principalmente sobre os que amo.

Espero que o teatro seja sempre uma das coisas primordiais da minha existência. Porque ele me trouxe de volta a vida...

Que venha 2011... mais aprendizados... mais experiências...e muito, mais muito mais MERDA!

ANd?

Doa a quem doer...
Sintam o que quiserem sentir...
Cansei, cansei de correr, viver em vão...
viver por aqueles que não querem saber...
não se importam, jamais se importarão.

A gente tenta ser uma santa...
A gente tenta ser uma diabinha...
A gente tenta ser diferente...
A gente tenta ser igual...
Mas tem gente pra quem a gente
Jamais será alguém para se ver

Cansei de buscar
Cansei de tentar
Cansei...
Cansei...

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Visita dos anjos



Feche os olhos.

Sinta... os anjos te acariciam o rosto enquanto você está deitado a sonhar.

Eles te acordam, e você vê...uma luz...é a do sol...ela alegra todos os lugares conhecidos...

Eles te põe em pé... ajeitam o seu cabelo... arrumam seus sorrisos, te colocam uma roupa leve... um sapatinho confortável... e te deixam no coração uma música...

E você, começa a sentir as borboletas na barriga...

Eles te põe nas nuvens e você se põe a dançar enquanto percorre o mundo, quem te vê se contagia e se põe a dançar, quem não te vê ao escutar o som é despertado e se põe a dançar e cantar...

E você percorre o mundo... percorre deixando essa alegria contida na sua alma e maior, bem maior do que ela...

Você volta pro quarto... os anjos te acariciam, te põe a deitar e sussuram eu seus ouvidos sobre a beleza da vida... e você está olhando o teto, como se pudesse ver o céu e através dele todas as emoções que sente...

Então você fecha os olhos e se põe novamente a sonhar.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Mundo Estranho

Eu vi daqui, um mundo estranho. As pessoas pareciam perdidas. Distantes umas das outras. Distantes de si mesmas. Elas caminhavam, mas não sabiam para onde. Elas não se olhavam. Quando se cruzavam, atravessavam as ruas, mudavam de calçada, ou simplesmente paravam e não se mexiam. Tinham medo. Era vazias. Não tinham nada, nem a si mesmas.

Pelas esquinas eu achava partes, um coração que batia de saudade. Uma mão que nunca achou uma parceira. Um pulmão que já não tinha mais ar. Uma mente que já não sabia distinguir o real do imaginário. Achava pessoas vivas pensando estar mortas. Achava pessoas que tinham perdido alguém. Achei corpos largados na rua, sem ninguém para ocupá-los.

O curioso é que não achei passos. Todos foram, mas ninguém queria voltar, ou talvez não pensou que se perderia no caminho.

Mas se perderam e, a cada esquina que dobravam, deixavam mais de si, e cada vez eram pedaços maiores, pedaços cruciais para a sobrevivência.

Não os culpo, essa vida é a que estamos aprendendo a caminhar, não somos obrigados a saber como caminhar. Cada um testa os seus passos no decorrer da vida.

O problema é que as pessoas vão, caminham, correrm, dobram as esquinas e tentam percorrer todas as ruas do mundo para dizer: eu vivi. E esquecem a si mesmas pelo caminho. Esquecem os sorrisos, esquecem as lágrimas, fogem da dor, fogem da saudade, esquecem do corpo, esquecem dos sentimentos. Elas querem correr para alcançar tudo... e no final, deixaram tanto de si por ai, que não dá para reaver e quando se está perto de alcançar tudo, explode-se sem nada.

Vocês dobram as esquinas todos os dias... já pensaram no que deixaram, do que não levam mais, do que deixaram de olhar, no que deixaram de perceber, no que já não querem mais sentir?

Vocês já perceberam que se perdem em cada novo passo e, ao pensar que estão ganhando o mundo na verdade estão perdendo mais um pedaço de si mesmos?

Vocês já perceberam?

Percebam.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Luz..

Era tudo silêncio o que havia lá, não havia movimento, não havia mudanças, era tudo pacato...tudo igual.

Um dia, alguém decidiu desafiá-lo e o tocou... tocou o silêncio, e pelo quarto ecoou um berro sufocante de alguém que não queria ser descoberto... O escuro gritou, mas gritou tão alto que pensou ter contido quem o desafiou, mas, mesmo assim não conteve a grandiosidade da luz... porque ela surgiu, alegre, feliz...como uma criança que tinha aprendido a aprontar.

A luz surgiu e se pôs a mostrar aquele ambiente infeliz... aquele lugar frio... nos primeiros momentos a luz iluminou tudo e não sabia para onde olhar, tamanho eram as coisas escondidas e imóveis, com o tempo, a luz começou a aquecer cada objeto daquele canto que um dia fora morte e começou a surgir vida, os objetos começaram a se tornar pessoas, pessoas essas que haviam encontrado, finalmente, um motivo pra respirar.

Você apareceu

Eu não esperava. Não procurava. Na verdade, na verdade mesmo já tinha dúvidas se queria ou não,

Mas você apareceu...

E é sempre assim, não tem como fugir, parece que abre-se apenas uma porta no meio do nosso caminho e ela fica brilhando, linda, amarela e dourada dizendo: Venha, me descubra.

e há como não querer descobrir?

Eu pelo menos não consigo...eu quero, quero descobrir...

Seus sorrisos

Seus choros

Suas alegrias

Suas angústias

Quero descubrir quem você é...quem almeja ser... quem já foi,

Quero saber seus melhores sonhos, aqueles que ainda sonha...aqueles que desistiu de tentar...

Quero descobrir seu silêncio, sentir seu toque, ver sua respiração normal...ofegante...

Quero sentir seus abraços...seus carinhos... e quero te acariciar também.

Quero descobrir seus olhos, ver seu jeito, sentir o seu gosto...

E quem sabe talvez... tirar no seu silêncio os poemas mais belos que ainda não existem palavras para escrever.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Domaram?

Domaram meus sonhos ou em que imaginei que de alguma forma eles deveriam ser domados?

Será que seguraram no tempo meus instintos ou eu que os perdi pelo caminho, esperando que alguém os achasse, que alguém os segurasse?

Quando foi que eu deixei de lado o meu lado selvagem, o meu instito de mulher e passei a ser esse rôbo que às vezes tem dúvidas se é de carne e osso?

Domaram meu espírito? Será que foi por isso que eu me perdi de mim no meio de toda a confusão e no meio de todo o caos?...

Se sim...onde ei de encontrar a minha força vital? como ei de saber quem eu sou...e se eu realmente sou?

Como redomar ou reconquistar o meu eu?...

Quem ei de ser eu afinal?