Olhar no espelho.
Não reconhecer os traços que ali estão refletidos.
Tanta coisa mudou por dentro, seria uma utopia acreditar que não mudariam também por fora.
Deixar-se de lado todas às vezes e se ver realmente abandonada ali na frente.
Sentir que aquilo que tanto se criticava, se faz, sem nem saber o motivo, talvez seja uma forma de sobrevivência, talvez de falta de amor próprio.
Olhar em volta e não ter mais mãos ou ouvidos, ombros ou sorrisos, apenas a responsabilidade e a moral inabalável.
Seria talvez uma forma de ficar dizendo "Nossa olha como você foi...Olha o que você fez... Você é um exemplo" e, quem sabe, tentar acreditar nessas palavras que hoje soam tão vazias.
Ganhar uma vez, acredite, não é mérito eterno. São necessárias várias vitórias e, uma delas, é permanecer fiel a si mesmo enquanto tanto se muda.
De qualquer forma hoje não gosto de que vejo. Sejam as bochechas enormes, ou o enorme corpo que antes eu já não gostava.
Aprendi a recomer abobrinha, couve, saladas.
Aprendi a cuidade de mim novamente há três dias e ontem, foi a primeira vez em muito tempo que reaprendi a me escutar.
Eu até ficava pensando "Por que parei de escrever?" Ontem tive a resposta: simplesmente porque parei de me ouvir.
Hoje, ainda não gosto da forma que vejo no espelho.
Mas parei de lamentar a vista...
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