quinta-feira, 3 de abril de 2014

Olhar no espelho.

Não reconhecer os traços que ali estão refletidos.

Tanta coisa mudou por dentro, seria uma utopia acreditar que não mudariam também por fora.

Deixar-se de lado todas às vezes e se ver realmente abandonada ali na frente.

Sentir que aquilo que tanto se criticava, se faz, sem nem saber o motivo, talvez seja uma forma de sobrevivência, talvez de falta de amor próprio.

Olhar em volta e não ter mais mãos ou ouvidos, ombros ou sorrisos, apenas a responsabilidade e a moral inabalável.

Seria talvez uma forma de ficar dizendo "Nossa olha como você foi...Olha o que você fez... Você é um exemplo" e, quem sabe, tentar acreditar nessas palavras que hoje soam tão vazias.

Ganhar uma vez, acredite, não é mérito eterno. São necessárias várias vitórias e, uma delas, é permanecer fiel a si mesmo enquanto tanto se muda.

De qualquer forma hoje não gosto de que vejo. Sejam as bochechas enormes, ou o enorme corpo que antes eu já não gostava.

Aprendi a recomer abobrinha, couve, saladas.

Aprendi a cuidade de mim novamente há três dias e ontem, foi a primeira vez em muito tempo que reaprendi a me escutar.

Eu até ficava pensando "Por que parei de escrever?" Ontem tive a resposta: simplesmente porque parei de me ouvir.

Hoje, ainda não gosto da forma que vejo no espelho.

Mas parei de lamentar a vista...

Nenhum comentário:

Postar um comentário