quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Controlada

Eu controlei os meus choros. Meus medos e inseguranças. Controlei o meu instinto, minha natureza. Congelei dentro de mim os meus sonhos e ideais. Pois ou eu me mantinha assim, sobre controle, ou eu desabava por conta própria, sem mão nenhuma para me auxiliar e com pessoas precisando de mim inteira. Controlei o meu verbo, a minha fala. Controlei a minha mágoa e minha dor. Não me arrependo. Sei o quanto esse controle foi importante naquele momento. Porém, passaram-se 03 anos e eu continuo controlando meus sonhos, minhas paixões. Insistentemente tento controlar meu coração tão arredio, que aos poucos sucumbe aos meus desencantos. Parada estou diante de um abismo ao qual me vejo lá embaixo, completa e incontrolável, inteira e intensa. Eu mesma. Aqui em cima possuo cacos controlados que refletem qualquer coisa menos quem sou. Inúmeras vezes tentei descer até mim, mas desci o abismo com cordas de segurança. Olha que loucura!!! Até ontem. Hoje, decidi não controlar mais os meus cacos (e às vezes me pergunto se decidir não se controlar também não seja uma forma de controle). Estou parada diante do costumeiro impasse. Devo ou não saltar no abismo, com todos os riscos que ele me põe a prova? Devo soltar as rédias dos meus companheiros cavalos que me acompanham, sem muita opção, ou devo testá-los, soltá-los, permitir que eles escolham? O que devo fazer com o meu coração? Será que ele vai aguentar ser solto de novo, após anos de prisão...anos assoviando qualquer canção apenas para se manter batendo?... Qual será a canção que agora existirá, realmente, eu meu peito?

..............................................................................................................................................

. . . . . . . . .. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . ... ... ... ... ... .............................

..........
.............
...........
..................................







.
...
.
...

Nenhum comentário:

Postar um comentário