Para Murilo Rocha
O que houve conosco?
Estamos perdidos?
Acabamos de nos achar?
Você lembra o tamanho daquele mar?... Parecia tão gigante perto de nós... mas é porque eramos pequenos... era apenas um piscina no nosso quintal, mas a enfrentamos, não enfrentamos?
Demos o nosso melhor...
Eu vejo, dentro dos seus olhos a intensidade daquelas gotas de água... fortes... e você achou que elas iriam te derrubar né?... mas quando você olhou para os lados e viu aquelas pessoas que não sabiam nadar, você pegou uma a uma e colocou nas costas e buscou coragem que só aqueles peixes sabem de onde tirar... e você enfrentou aquelas ondas fortes... você chegou a terra firme, mas era difícil deixar as pessoas sozinhas de novo...e se chovesse, e se a água as levasse?
Então você as carregou, certo que era a decisão certa.
Nunca pensou em ser herói, mas a sua maneira, sempre buscou ser...sempre buscou cuidar dos outros... será que é tão dolorido assim olhar pra dentro de si?
E se pudéssemos colocar o mundo inteiro no bolso?
E se ele não pesasse?
E se nos colocassem nas costas?
E se não tivéssemos enfrentado as águas do grande mar aos nossos olhos pequenos que ainda estão crescendo?
Como seríamos?
Teríamos aqueles olhares vazios... como reenchê-los?
A quem culpar meu amigo?
E...e se?
Quantas possibilidades não??
Somos o que somos...
Passamos o que passamos e amigo, eu devo dizer que se não fizemos perfeitamente é porque somos humanos... mas eu sei que nós fizemos mais do que podíamos, basta olhar nossos olhos cansados, nosso corpo pedindo cuidado, nosso coração machucado que, ao escutar aquele som, desaba.
Amigo, reconstruiremos nosso castelo, mas dessa vez sem muros... deixe que venham... deixaremos que passem, mas enquanto estiverem conosco correrão entre as nossas plantações de rosas. Há alguns, olharemos nos olhos e lhes daremos nossas flores... Outros trarão novas flores para plantarmos...
Enquanto estiverem ao nosso lado, deixaremos que se arrisquem, que pulem na água e, se percebemos que estão afundando, correremos para salvar, mas não faremos a travessia por ele. A cada um cabe a sua própria travessia.
Enquanto estiverem por perto, serviremos nossas melhores bebidas e comidas, usaremos as melhores roupas e seremos quem somos... e, se mesmo assim passarem, é porque devem passar por nós e nós por eles.
Sentaremos em nossas cadeiras... escolha a cor da sua... a minha é vermelha e olharemos para o teto e através dele, veremos as estrelas... e espelhadas nelas, veremos a nossa felicidade...
Sabe por quê?
Porque nós seremos felizes...
O nosso futuro tá escrito em cada segundo do nosso dia... em cada gesto e em cada atitude.
O seu futuro, meu caro amigo, é brilhante...
E se não for, não pouparei purpurina.
Se não o maior, um grande amigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário